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Eagles Of Death Metal e a celebração do rock no Lollapalooza Brasil

Se há algo que muita gente argumenta quando são disponibilizados os line-ups de festivais mundo afora, incluindo o Lollapalooza Brasil, é que sobram bandas com guitarras limpas e falta rock and roll. Definitivamente não é o caso pelo menos do começo do Lolla em São Paulo na edição de 2016.

O festival começou com o rock pesado da banda brasileira Ego Kill Talent, o blues/rock dos sergipanos do The Baggios, dois dos nomes mais interessantes da nova safra com Dônica e Supercombo, o blues do Vintage Trouble e o Eagles Of Death Metal que ainda seria seguido de um dos maiores nomes da história do punk rock, o Bad Religion.

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No show do EODM, é claro, ainda havia o componente especial de que esse era o primeiro grande show da banda para um público de porte desde os terríveis ataques terroristas ao Bataclan em Paris, quando 89 fãs do grupo de Jesse Hughes foram mortos por membros do Estado Islâmico.

A banda não fez nenhuma menção explícita ao caso, mas o vocalista e guitarrista da banda, que não parou de pular e correr pelo palco um só minuto, se mostrou bastante emocionado com o amor que recebia da plateia, e ele era enorme.

Como muitos ainda não sabem, o Eagles Of Death Metal não toca Death Metal, mas sim um hard rock voltado aos anos 70 com letras safadas cheias de trocadilhos, que já começaram desde o backstage quando o músico disse para a repórter da transmissão ao vivo que seu lema era “Stay Horny” [“Fique Excitado”] e aqui no Brasil “isso é muito fácil”.

Vieram canções de diversos discos do grupo, incluindo o último de 2015, Zipper Down, bem recebido por público e crítica muito antes do desastre em Paris.

“Complexity”, “Silverlake” e a versão para “Save a Prayer” do Duran Duran apareceram ao lado de “I Want You So Hard”, “The Reverend” e “Wannabe In L.A.”, tocada depois de Hughes dizer que só ia cantar a música mas na verdade não gostaria de estar em Los Angeles, e sim no Brasil, onde vai passar os próximos 5 dias.

O país, aliás, foi ovacionado várias vezes pela banda no palco, como no minuto em que Jesse começou a apresentação e pegou uma camiseta da plateia ou quando ele foi para a galera e fez solos de guitarra.

Ao final da apresentação vieram solos de todos os integrantes e o baixista Matt McJunkins já tinha deixado o palco mas foi chamado por Jesse para um “bass solo”. A plateia começou a gritar “bass solo! bass solo!” e ele disse que não era comum ouvir o público gritar pedindo por um solo de baixo. Jesse disse então que isso só mostrava o quanto “esse país é maravilhoso” e começou a chorar com a performance de Matt.

O Eagles Of Death Metal está vivo, o rock and roll está vivo, os festivais e as bandas estão vivos e em tempos cada vez mais difíceis no planeta todo é muito bom ver que todos nos encontramos na música.

Published by
Tony Aiex