Keith Richards, do Rolling Stones, em São Paulo

Ontem à noite (24) a banda britânica The Rolling Stones fez o primeiro de dois shows em São Paulo, no estádio do Morumbi, e o TMDQA! esteve lá para cobrir o evento que teve abertura dos brasileiros do Titãs.

Logo abaixo você pode ver uma resenha do nosso correspondente Fernando Branco, bem como setlist e vídeos do show do Rolling Stones em São Paulo.

Divirta-se!

Rolling Stones em São Paulo (24/02/2016)

Qual é a primeira coisa que alguém pensa quando um show do Rolling Stones é anunciado por aqui? “Nossa, melhor ir agora porque eles não voltam mais”. Desde quando os Stones desembarcaram por aqui, em 1995, o mundo já apostava em quanto tempo Mick Jagger e companhia ainda teriam de estrada. Quantas vezes já aposentaram os Rolling Stones? Mais do que eu consigo me lembrar agora, mas sendo bem sincero, enquanto escrevo sobre o que aconteceu agora há pouco no estádio do Morumbi, falem o que quiser da banda. Mas falem depois de testemunhar o que esses senhores fazem em cima de um palco.

Às 21:15 dessa quarta-feira até a chuva de São Paulo parou pra ver os Rolling Stones. Apagaram-se as luzes e num estalo surgiram Keith Richards, sua Fender Telecaster surrada e aquele dó maior de “Start Me Up”, que faz qualquer homem feito chorar. A partir daí não tinha mais o que fazer, o estádio era de Mick Jagger, a personificação de tudo o que rock representa em sua forma mais pura e hipnotizante. E justiça seja feita, ele ainda tentou avisar, era só rock n´roll, nada demais, mas já era tarde e o público acompanhava o frontman por todos os cantos do palco. “Como esse cara faz isso?”, “Sério que ele tem quase 70 anos?”, foram umas das coisas que eu ouvi por ali. Achei deselegante interromper e corrigir: são 72 anos. 18 desde o último show por aqui. “Dezoito anos, hein!? Não acredito, Sampa”, falou em português. Até “beijinho no ombro” teve.

Quando ele anunciou e a banda começou “Beast of Burden”, uma impressão virou certeza: nenhuma dupla na história do rock tem o entrosamento de Keith Richards e Charlie Watts. Que coisa linda de se ver/ouvir. O baterista, preciso como um relógio, e de longe o stone mais sério – no alto dos seus 74 anos e sempre com aquela cara de “eu poderia estar em casa tomando um chá, mas estou aqui tocando para 70 mil pessoas” – tem um ritmo que é só dele, um swing que vem do jazz e ao mesmo tempo uma simplicidade que destaca a guitarra de Richards de um jeito bem difícil de explicar. E Keef? O que dizer de Keith Richards? O último pirata do rock n’ roll, o homem que trocou de sangue duas vezes, que cheirou as cinzas do pai. Lendas, claro. Lenda é uma boa palavra aqui. Keith Richards é uma lenda. Um cara que passou a vida estudando o blues de Robert Johnson e Jimmy Reed, o rock de Chuck Berry e Bo Diddley e criou a base do que é a música dos Rolling Stones. Por vezes exótica (tocando a intro de “Paint It Black”); cheia de feeling (tipo “Worried About You”); meio country (lembra de “Honky Tonk Women”? Teve também); e única – ninguém faz (nem consegue fazer) igual.

No meio de toda essa química vale um salve para Ron Wood, um dos caras mais subestimados do rock, mas que complementa o estilo de Richards como ninguém e que teve vários (e bons) momentos no show, com solos certeiros e o sorriso gente boa de sempre.

Entrando na segunda metade do show Richards assumiu a voz em “You Got The Silver” e “Happy”, com sua rouquidão característica e aquela malandragem que só um macaco velho do rock sabe bem como tirar proveito. Em “Midnight Rambler” Jagger voltou animado, mostrou que sua voz vai muito bem obrigado. Pulou, requebrou, tocou guitarra em “Miss You” e continuou variando o guarda-roupa. Eu não contei, mas com certeza ele tem mais camisas de seda do que amigos! E não foi só camisa, não. Quando o palco escureceu e vieram os primeiros acordes de “Sympathy For The Devil” soaram, Mr. Jagger surgiu com uma capa de plumas vermelhas, que não resistiu à sua animação e logo ficou para o chão.

O set fechou com “Jumpin’ Jack Flash” e a plateia vibrando como se fosse a terceira música do show. Como a banda vem fazendo durante toda a turnê pela América do Sul, o bis ficou por conta de “You Can’t Always Get What You Want”, com a companhia do Coral Sampa, um coletivo que reúne vozes de diversos colégios e universidades. Pra fechar veio o riff, o hit que Richards compôs sonhando e transformou tudo pra todo mundo: “(I Can’t Get No) Satisfaction”, que a banda parece tocar como uma forma de gratidão por tudo o que a canção representou para eles nesses mais de 50 anos de carreira.

E aí, depois de tudo isso, sabe qual é a primeira coisa que alguém pensa quando sai de um show dos Rolling Stones? “Aposentar? Duvido”.

No dia 27, Sábado, a banda se apresenta novamente no Morumbi.

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Setlist

  1. Start Me Up
  2. It’s Only Rock ‘n’ Roll (But I Like It)
  3. Tumbling Dice
  4. Out of Control
  5. Bitch (escolhida pelo público em enquete online)
  6. Beast of Burden
  7. Worried About You
  8. Paint It Black
  9. Honky Tonk Women (com apresentação da banda)
  10. You Got the Silver (Keith Richards nos vocais)
  11. Happy (Keith Richards nos vocais)
  12. Midnight Rambler
  13. Miss You
  14. Gimme Shelter
  15. Brown Sugar
  16. Sympathy for the Devil
  17. Jumpin’ Jack Flash
    Bis
  18. You Can’t Always Get What You Want (com o Coral Sampa)
  19. (I Can’t Get No) Satisfaction

 

Olha aí o que rolou no show do #Titas abrindo para o #RollingStones em SP! ?: @t4f

Uma foto publicada por Tenho Mais Discos Que Amigos! (@tmdqa) em

“Start Me Up” abriu o show do #RollingStones hoje em São Paulo! Uma foto publicada por Tenho Mais Discos Que Amigos! (@tmdqa) em

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