David Gilmour em São Paulo

Por Fernando Lopes Branco

Pouco depois das 21h o Brasil teve seu primeiro contato com a elegância melódica que é a guitarra de David Gilmour. O dedilhado suave de ”5 AM”, faixa que abre seu novo disco, Rattle That Lock, transportou o público no Allianz Parque direto para o mundo que Gilmour e o Pink Floyd criaram na década de 60.

Como um reflexo das duas personalidades, o show de Gilmour é, de várias maneiras, o oposto do que Roger Waters vem apresentando ao vivo. O guitarrista dispensa a teatralidade e o caráter espetaculoso tão explorado pela sua ”cara metade” do Pink Floyd. Com Gilmour no palco, a música conduz a narrativa do show, enquanto os efeitos visuais complementam a paisagem sonora.

A apresentação foi cuidadosamente ensaiada para agradar os fãs do Pink Floyd, mas sem abrir mão de seus trabalhos solo, que deram o tom incial do show. ”Wish You Were Here” veio em seguida, junto com os isqueiros e celulares que brilhavam na arquibancada.

Gilmour interagiu com a plateia, se mostrou feliz em estar ali e reagiu com bom humor diante de um problema no baixo que interrompeu a introdução de ”Money” por duas vezes. A primeira parte do show terminou com ”High Hopes”, do disco Division Bell (1994).

Depois de um intervalo de 20 minutos, Gilmour voltou ao palco e ao início de tudo com ”Astronomy Domine”, música que Syd Barrett compôs para o primeiro álbum do Pink Floyd, Piper at the Gates of Dawn, de 1967. A memória de Barrett se manteve presente pelo versos de ”Shine On You Crazy Diamond”, uma suposta homenagem que Gilmour teria feito ao amigo.

Uma sequência de três músicas de sua carreira solo dispersou um pouco quem foi para reverenciar a antiga banda do guitarrista, em especial ”The Girl in the Yellow Dress”, do novo álbum, uma bela incursão de Gilmour pelo jazz, influência pouco explorada durante sua carreira. Quem desanimou não demorou para levantar com a sequência de ”Sorrow” e ”Run Like Hell”, dois clássicos que fecharam o show.

No bis, Gilmour mostrou porque é um dos guitarristas mais influentes e reverenciados do rock. Os solos de ”Time” e ”Comfortably Numb” têm mais sentimento do que qualquer letra é capaz de expressar. O timbre e a técnica de Gilmour são nobres, seu fraseado é de uma riqueza melódica que não tem igual.

Quem foi para ver um grande show saiu de lá satisfeito.

Nesse sábado Gilmour faz sua segunda apresentação no Allianz Parque, em São Paulo. No dia 14 ele toca em Curitiba e finaliza sua primeira passagem pelo Brasil em Porto Alegre, no dia 16.

Setlist

  1. 5 A.M.
  2. Rattle That Lock
  3. Faces of Stone
  4. Wish You Were Here
  5. A Boat Lies Waiting
  6. The Blue
  7. Money
  8. Us and Them
  9. In Any Tongue
  10. High Hopes
  11. Astronomy Domine
  12. Shine On You Crazy Diamond (Parts I-V)
  13. Fat Old Sun
  14. On an Island
  15. The Girl in the Yellow Dress
  16. Today
  17. Sorrow
  18. Run Like Hell
    Bis:
  19. Time
  20. Breathe (Reprise)
  21. Comfortably Numb

Foto: Midiorama

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Um vídeo publicado por Tenho Mais Discos Que Amigos! (@tmdqa) em

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