Primeiro dia do Festival MADA

Por Olena Arruda

A expectativa para a 17° edição do MADA era enorme. A organização investiu em divulgação em massa, fez sucesso e foi eficiente, falando na linguagem do povo, quase que barrando o perfil da Prefeitura de Curitiba no Facebook. A divulgação foi tão efetiva que os ingressos esgotaram antes do festival, e logo imaginei que fosse estar um inferninho de lotado. No entanto, a entrada foi bem tranquila para quem já tinha ingresso, e cambistas não faltam para aqueles arrependidos de última hora querendo desfrutar do evento. Dificuldade mesmo só quem precisou de credencial, tiveram alguns problemas de comunicação e de organização, mas no fim até que deu certo.

Primeiro dia do Festival MADA

Ainda fazendo umas reclamações sobre a organização, apesar de terem vendido bastante ingressos, o espaço parecia estar confortável, mas isso apenas para a ótica do Rockstage, o qual tomou bastante espaço da frente do palco. Infelizmente, quem optou pela pista ficou bem atrás, tendo problemas até com o som baixo (talvez esse problema seja pela licença ambiental). Ainda dificultou a experiência de quem estava na pista com o palco um pouco baixo e por não ter deixado pelo menos os telões com a transmissão do show.
Primeiro dia do Festival MADA
Prometeram uma feirinha diversificada, com opções de comida, porém foram apenas promessas. Com apenas duas alternativas, bastante caras por sinal, as filas ficaram enormes. Até a bebida estava fraca em opções. Apenas duas opções para quem queria beber cerveja não foi legal. Agora, a ideia do copo personalizado com a marca do festival e retornável foi genial, deixando o evento bem mais limpo.

Uma das opções dentro da feirinha era uma cabine com a exibição de videoclipes de artistas potiguares, você podia assistir aos vídeos e ainda ganhava uma pipoca de brinde para curtir a mostra audiovisual.

Passada a ansiedade da entrada e os detalhes negativos, os shows começaram em ponto. Fiquei impressionada que o Igapó de Almas abriu esta edição às 20h, como programado, e já tinha um público bastante considerável para prestigiá-los. Era uma plateia bastante jovem, porém assim como outras bandas acostumadas a tocar para outra audiência tiveram uma boa receptividade dos presentes (que em sua maioria estavam conhecendo as bandas ali).

Logo em seguida subiu ao palco a veterana The Automatics, que apesar de ser uma das bandas potiguares ativas mais antigas, pouca gente ali conhecia. Um som muito bom, com aquela pegada punk rock (até pelo nome fazendo referência de outra banda do final dos anos 70).
Primeiro dia do Festival MADA
E se a música é o alimento da alma, Mahmed deixou ali todas as almas de bucho cheio, com seu som experimental instrumental. O público gostou e se envolveu. O show da banda no MADA inaugurou uma turnê extensa que vai passar pelo nordeste e sudeste.
Primeiro dia do Festival MADA
Romero Ferro mostrou porque foi o cantor mais votado na seletiva nordeste para o MADA. O Pernambucano, que está em sua primeira passagem por Natal, foi recebido por um público que cantou junto suas músicas. Finalizou seu show com a música “Arsenal”, a responsável por sua participação no evento (já que foi o videoclipe da seletiva). Até o próprio artista ficou encantado com a receptividade obtida, ressaltou o desejo de voltar a Natal quando lançar seu álbum.
Primeiro dia do Festival MADA
Seja qual for o evento a banda Plutão Já Foi Planeta traz junto pessoas que vão somente para prestigiar eles e consegue arrancar o coro forte do público. Seja ao meio de banda de rock (caso do Festival DoSol), pop (agora no MADA) e cena alternativa (como na Mostra de Tecnologia da Universidade Federal do RN onde tocou antes da Banda Eddie), Plutão sempre se destaca. Grande parte do público estava ansioso para o próximo show que seria da Pitty, mas isso não atrapalhou nem um pouco o envolvimento e interação da plateia que cantou a plenos pulmões até as músicas novas da banda.
Primeiro dia do Festival MADA
Já animados com o show de Plutão Já Foi Planeta, ouvimos gritos e mais gritos desesperados com o início do show da Pitty. Com uma turnê para divulgar o novo álbum Sete Vidas, não faltou espaço para os velhos hits, agradando a todos. A meu ver só faltou mesclar melhor as músicas mais paradas com as agitadas. “Serpente” pode ser a música de divulgação do novo trabalho, porém é um tanto sem energia para acabar o show. Deixou o público um pouquinho apático.
Primeiro dia do Festival MADA
A responsabilidade em deixar a plateia animada depois do show destruidor da Pitty ficou para os franceses da Juveniles. Mesmo pouco conhecidos, as pessoas cantavam e eles conseguiram realmente tira-las do chão. Natal foi a segunda parada da mini turnê da banda no Brasil e deixou uma boa impressão no cantor Jean-Sylvain.

Em seguida, quem tocou foi a Versalle, que também veio de longe, mas veio daqui do Brasil mesmo. Os rondonienses participaram recentemente do programa Super Star, da Globo, então o público já estava mais familiarizado com as músicas. Essa também foi sua primeira passagem em Natal.
Primeiro dia do Festival MADA
Encerrando em grande estilo o primeiro dia do Festival MADA, Gabriel O Pensador chegou já com suas letras de críticas políticas. Durante seu show, fez free-style, cantou músicas de outros artistas e ainda chamou ao palco duas fãs para cantar seus raps mais conhecidos. A primeira fã arrasou cantando do início até o final a letra de “Lavagem Cerebral“.

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