O Rock Rocket irá lançar um novo disco de estúdio em Outubro chamado Citadel, e ele tem uma forte ligação com a grande São Paulo, tanto na sonoridade quanto nos temas.

Uma das canções, a que finaliza o álbum, é justamente uma homenagem ao movimento punk da cidade nos Anos 80, e se chama “Punk SP 80”.

A canção é recheada de significados especiais, já que conta com a participação de Ariel Invasor, lenda do punk de São Paulo, e também acompanha uma exposição que estará na Fatiado Discos entre os dias 27 de Setembro e 27 de Outubro.

Por lá, a loja de discos e cervejas especiais irá mostrar itens de acervo pessoal de Ariel (Invasores de Cérebro, Inocentes, Restos de Nada) como pôsteres, de terça a Domingo das 13 às 20h.

Expo Punk SP 80

27/09 a 27/10
Fatiado Discos
Av. Prof. Alfonso Bovero, 382 – Sumaré, São Paulo – SP
(11) 2893-7820
De terça a domingo, das 13 às 20h

Evento no Facebook: aqui.

É com muito prazer que promovemos por aqui a estreia da faixa e seu lyric video, bem como trazemos uma lista feita por Alan Feres, baterista e vocalista do Rock Rocket, com 16 faixas essenciais do movimento Punk em São Paulo nos anos 80.

Divirta-se!

 

Clássicos do Punk SP por Alan Feres

Restos de Nada – Restos de Nada
Esse é um clássico absoluto. “Nós não gostamos de nada porque não há nada para se gostar, somos apenas lobos solitários e o nosso uivo é o rock and roll.” Esse som é tão foda que até hoje o Clemente toca com os Inocentes em alguns shows.
O RDN foi, se não me engano, a primeira banda punk brasileira no fim dos anos 70 – junto com o Condutores de Cadáver, o embrião dos Inocentes. Essa gravação tá melhor e mais bem tocada do que as outras bandas punks da época porque já é de quando a banda voltou, décadas depois, pra registrar músicas que até então nunca tinham sido lançadas oficialmente.

RDP – Vida ruim
Sempre que eu to me fodendo eu lembro dessa música “não dá mais pra aguentar essa vida ruim” fica na minha cabeça.

 

Inocentes c/ meire – Ri dos hippies
Essa música faz parte da demo dos Inocentes mas essa versão que eu botei, com a Meire cantando, saiu como bônus ao vivo no CD Grito suburbano (no LP não tem).

Escolhi essa versão porque foi assim que conheci essa música, eu devia ter uns 12 anos e copiei em um K7 de um amigo que tinha o CD. Muitos anos depois eu conheci a Meire no Hangar e ainda depois descobri que ela era a mesma Meire do “Ri dos hippies”. Fiquei bem feliz na época, tanto que cito o nome dela entre os homenageados em Punk SP 80.

A versão original dessa música só fui ouvir depois com o advento do youtube, é bem legal mas devo dizer que tenho um carinho especial por esse take ao vivo.

 

Olho Seco – Viva nóis
Essa letra é uma das coisas mais lindas que eu já ouvi na vida. Uma vez no fim de um show do Rock Rocket, a gente estendeu a última música, aquela coisa, final apoteótico. Lancei essa letra no meio. Foi divertido, quase ninguém entendeu mas na hora do “duas bolas de capotão” o Noel e o Jun cantaram junto e encerramos em grande estilo.

 

Cólera – Hardcore Oi! Punk
Difícil escolher uma música do Cólera, amo essa banda. Eu tocava “Em Setembro” deles com minha primeira banda com 12 anos de idade (também na versão ao vivo do Grito suburbano). Quando o Redson morreu, fui ao velório dar um abraço no Pierre e no Val. Na mesma semana, teve um show do Rock Rocket e a gente tocou “Medo” em homenagem a ele com participação do Márcio Fidelis que era vizinho do Redson e foi quem chamou o Samu e o levou pro hospital. Essa história toda me marcou. Foi bem emocionante, me arrepio de lembrar.

Fora isso, perdi a conta de quantos shows do Cólera eu vi, tocamos juntos inúmeras vezes e já viajamos na mesma van.
Não acho que essa é a música que mais representa o Cólera, mas escolhi ela porque é uma que nunca vi ao vivo e também porque fala de união.

 

Grinders – Skate gralha
Pra ser sincero, eu queria botar “Puta Vomitada” ou aquele que eles cantam “marcha soldado cabeça de papel” mas elas não estão no youtube. Mesmo assim esse som é foda também, está no Ataque sonoro e tal.

https://www.youtube.com/watch?v=BLftJwpS1vI

 

Excomungados – Chocolate
Isso é poesia concreta, sem mais

 

Garotos Podres – Subúrbio Operário
Também acho super difícil escolher uma dos Garotos Podres, mas vai essa que é bem “sing along” e representa bastante o ABC.

 

As mercenárias – Me perco
Já tocamos uma vez com as Mercenárias, acho essa banda demais, essa é a minha preferida delas ao lado de “Polícia”.

 

Lixomania – Punk rock não morreu
Tocamos 2 vezes com o Lixomania. gosto muito deles. Miro e o Moreno são muito gente fina. Já fizemos uns rolês juntos. Esse compacto é super raro, sonho de consumo. Eu tenho só a reedição que o pessoal da The Records fez. Acho legal porque é tudo muito simples, papo reto. Eles cantam “Os punks também amam” e o Rock Rocket “Roqueiros Também Amam”, eles cantam “o punk rock não morreu” e o Rock Rocket, em “Filho do R’n’R”, que o rock’n’roll não morreu.

 

Psykóze – Buracos Suburbanos
Esse som é um dos mais tocados por todas as bandas punks brasileiras, pelo menos da minha geração. Todo show que eu ia ou tocava, alguém fazia uma versão desse som.
Tocamos ela com o Rock Rocket já algumas vezes também.

 

Ulster – Morte aos velhos
Tenho esse compacto, não dá pra entender quase nada da gravação. É muito ruim, mas só o imaginário de uma banda que toca encapuzada e canta “Morte aos velhos” já vale como uma mensagem de protesto, um grito de revolta mesmo que meio sem sentido. Mas na época, existia tão pouca informação, só essa raiva já era um bom começo. Merecem a nossa homenagem com certeza. Sem contar que essa banda me lembra o The Maskers, uma banda brasileira dos anos 60 que tocava encapuzada.
Na minha cabeça, existe uma trilogia brazuca mascarada: Maskers, Ulster e Human Trash.

Fogo Cruzado – Punk inglês
Essa música eu curtia em vários shows quando era moleque, só sabia cantar o refrão “oh não” e pirava. Nem sabia de quem era ou o que a letra falava. Lembro de uma gig na vila dos remédios que alguma banda tocou um cover deles, ja era 4 da manhã, eu não tinha nem 16 anos e tava todo mundo se abraçando cantando esse som. Só depois fui saber que era Fogo Cruzado e me liguei na letra “aqui não é Londres para eu entender inglês e também não é CCAA pra me ensinar oh não”.
Nunca curti muito bandas que cantavam em inglês mesmo. Quando o Rock Rocket começou, a gente era uma das poucas bandas da cena alternativa da nossa geração que cantava em português, um pouco porque nosso inglês nunca foi munto bom e outro pouco por influência do punk SP 80.

Hino Mortal – Desequilíbrio
Essa música tem várias versões. Já ouvi com Restos de Nada e com os Inocentes, mas em versões mais lentas. Eu curto pra caramba a versão mais lenta, dá pra pogar devagar e cantar junto, mas essa do “Começo do fim do mundo hardcore” é histórica.

 

Kaos 64 – Herois
Esse é um som anti-militar, anti-guerra. além da letra outra coisa que curto é a bateria. Mais especificamente o prato de condução que fica super presente na mixagem. Parece jazz. Isso não é uma peculiaridade dessa música. Todo esse disco (split com Tropa Suicia) tem essa condução torta que pro batera foi instintivo mas que se alguém quiser copiar vai ter que estudar muito pra fazer igual

 

DZK – Decadência Social
Essa gravação é dos anos 90, mas esse som saiu originalmente no LP Começo do Fim do Mundo de 82 (na época a banda chamava Decadência Social), não achei essa gravação aqui na internet, só em casa no vinil. Mas devo dizer, a original foi gravada ao vivo em k7 no comecinho dos anos 80, vale mais pelo registro histórico mesmo, essa gravação tá bem melhor, sem contar que ja é com o Barata.

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