Após afirmar ter sido drogada e estuprada pelo empresário de sua banda na virada de ano de 1975-76, Jackie Fox respondeu os pronunciamentos de suas ex-companheiras do The Runaways sobre o caso.

Acusadas de testemunharem e não impedirem o ato criminoso de Kim Fowley, a guitarrista e vocalista Joan Jett negou a ocorrência dos eventos como descrito por Jackie, enquanto a tecladista Cherie Currie afirmou que passará até mesmo por um detector de mentiras para que “as alegações possam ser encerradas de uma vez por todas”.

Confira um trecho da detalhada resposta de Jackie aos pronunciamentos de Joan e Cherie:

Eu sei que algumas pessoas que estão acompanhando a história se desenrolar na internet se sentiram desencorajadas diante da falta de apoio que recebi das minhas ex-colegas de banda. Só posso dizer que espero que vocês nunca estejam na pele delas.

Meu estupro foi traumático para todos, não apenas para mim, e cada um lida com traumas em seu próprio modo e tempo. Levou uma enorme dose de coragem para muitas das testemunhas falarem abertamente sobre como se sentiram. A maioria se desculpou comigo por seu silêncio naquela noite – desculpas que tem sido desnecessárias, mas bem-vindas.

Tudo que eu posso dizer sobre o que aconteceu é que minhas companheiras de banda eram crianças que testemunharam algo criminoso e trágico. Não tenho dúvidas de que elas lidaram com isso da melhor forma que puderam. Elas não tinham adultos responsáveis para guiá-las – só um estuprador e seus defensores.

Se há uma coisa com a qual estou decepcionada, é que a história agora é sobre quem sabia do quê, quando, e quem fez ou não fez o quê. Essa não é a história real. Seria legal se todo mundo que estava lá na noite que fui estuprada pudesse falar sobre como isso os afetou ao longo dos anos. Mas se eles não querem falar, eu respeito isso. Me levou anos para falar sobre isso sem ter vergonha, e eu só posso imaginar como deve ter sido assistir aquilo acontecer.

Eu só queria que, se minhas companheiras de banda não conseguem se lembrar do que aconteceu naquela noite – ou se apenas se lembram de forma diferente – que então dissessem apenas isso. Ao afirmar que teriam tomado alguma atitude se realmente tivessem testemunhado meu estupro, elas perpetuam o mito que eu estava tentando dispersar quando decidi contar minha história. Ser uma presença passiva não é um “crime”. Todos nós já fomos presenças passivas em algum momento de nossas vidas.

Se temos qualquer esperança de acabar com incidentes como esses, nós precisamos parar de duvidar as acusadoras e começar a responsabilizar estupradores e abusadores. O que não precisamos é apontar dedos para aqueles que não deviam ser culpados por suas ações.

Você pode ler a resposta na íntegra da ex-baixista logo abaixo.

I have been so incredibly moved over the last few days by the outpouring of love and support that has followed the story…

Posted by Jackie Fox on Domingo, 12 de julho de 2015

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