Com uma produção constante de bons álbuns iniciada em 2008, Laura Marling chega ao seu quinto disco mostrando muita personalidade dentro de um estilo musical que pode facilmente guiar o músico apenas para seus clichês: o folk.
A clássica levada de violão recebe o tratamento refinado a cada faixa, seja na estrutura pouco comum da música, às linhas vocais atravessadas e literalmente faladas em alguns momentos. Em “Warrior”, a faixa que abre o álbum, já há a presença de uma série de acordes dedilhados que fogem dos costumeiros. O clima etéreo culmina no progressivo onde nomes como Pink Floyd e até alguns mais desconhecidos como Broselmaschine ficam evidentes. O disco não poderia ter recebido uma abertura melhor.
O timbre vocal de Laura é um dos pontos fortes de sua interpretação. Sua voz soa forte em todo o álbum, mesmo quando o objetivo é cantar de forma suave. Em “False Hope” muitas das influências de pop e indie da cantora aparecem. Nomes como Sarah Mclachlan aparentam servir de influência numa música que transita entre o suave folk e o indie pop.
“I Feel Your Love” mergulha novamente no folk e as influências da década de 1970 aparecem mais uma vez. Mais uma música que figuraria facilmente em um álbum inglês antigo de Rock Progressivo. Sem perder no entanto a fluidez, Laura não sente a necessidade de mostrar complexidade. Simples, bem executado e sempre com ótima interpretação vocal.
Eu não sei porque, “Walk Alone” me trouxe Jeff Buckley à mente quando sua ótima introdução de guitarra se inicia. Melancólica, a música mostra a capacidade de Laura Marling de lidar com o silêncio como elemento integrante da música.
Quando “Strange” começa talvez muita gente torça o nariz. Provavelmente a música com o maior teor de ironia do álbum não tem praticamente linhas melódicas de voz. Nessa interpretação, Laura parece realmente estar falando com alguém. Percussões e um violão empolgante servem de cama pra um texto declamado, com certeza uma das faixas mais legais do álbum.
O álbum segue com composições inspiradas. Entenda, não há músicas ruins nesse álbum. Se você não gostou logo de cara de alguma, ouça-a novamente. Um disco como esse é construído com uma coleção de músicas inspiradas mas que, em alguns momentos, não funcionam sendo ouvidas em sequência. O álbum pode se tornar monótono se ouvido em seguida, por isso, indico ouvir o lado A e dar uma pausa para só depois ouvir o Lado B.
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