Peartree

Felipe Pereira é um paulistano inquieto. Mas qual seria a novidade nisto, tendo em vista que a inquietude é uma característica quase que padrão dos paulistanos? Bom, a diferença é que ele entende música como algo que vai além do que se ouve pelo rádio e usa desse conhecimento para fazê-la, aproveitando tudo o que aparece em sua frente e gravando, num estúdio improvisado em seu quarto. Foi assim que o Peartree surgiu, projeto que você conhece hoje, com exclusividade, aqui no TMDQA! 

Na conversa que o moço teve com a nossa equipe, além de falar sobre a criação do Peartree, principais influências e expectativas para o lançamento do trabalho, que acontece no próximo dia 5 de março no Kabul Bar, Felipe nos levou para o estúdio para ver na prática o seu som e perceber um pouco de sua lógica para pensar e fazer música.

Acompanhe a conversa que tivemos com o moço e ouça, mais abaixo, a primeira música de trabalho, “Hate To Say I Told You So”. 

TMDQA!: Como começou a história do Peartree? 

Felipe: Peartree na verdade surgiu de um projeto solo meu, que veio de várias influências de coisas que eu estava ouvindo na época. Eu fiz tudo em casa. Eu tinha adquirido alguns conhecimentos de produção de música eletrônica e tinha participado também de uma banda de rock, então eu meio que juntei as duas coisas nessa sonoridade que eu gosto muito, que é uma coisa meio pop / synth dos anos 80. Depois que eu descobri que tinha todo um reavivamento desse universo dos anos 80 com M83 CHVRCHES, eu pensei em tentar produzir alguma coisa assim… Foi aí que surgiu o Peartree

[one_fourth]”Estou muito mais empolgado do que preocupado.”[/one_fourth]

TMDQA!: O lançamento do single do Peartree está marcado para depois do carnaval, tanto para download gratuito como para streaming. Você já tem outras músicas prontas para, por exemplo, lançar um EP? Como está o processo de composição? 

Felipe: Sim, eu já tenho mais músicas prontas e esse processo tem sido muito louco. Toda vez que eu chegava em casa à noite com alguma inspiração ou durante o trabalho surgia alguma coisa, eu tentava gravar de alguma forma para tirar do papel e colocar na produção. Ao longo do ano passado eu consegui continuar a composição de algumas outras músicas, mantendo a sonoridade e a qualidade do trabalho. As músicas não estão 100% prontas, mas já estão muito bem encaminhadas e talvez faltando uma ou outra parte da letra ou ajustes finos. Já tenho cerca de 4 outras músicas que estou pensando em colocar num EP, além dessas duas que vêm no single.

Peartree

TMDQA!: Você tem uma formação em cinema e já trabalhou com produção, tendo outras vivências no ramo. Como você acha que essa sua experiência influencia na composição das letras e no seu trabalho? 

Felipe: Eu encaro tudo como se fosse uma coisa só, então a influência é total. A arte é algo difícil de se separar. Quando eu penso num visual em específico, eu já penso na trilha sonora para aquele visual e vice-versa. Por exemplo, eu gosto muito de ficção científica, eu sou um cara meio nerd nesse sentido, então eu me identifiquei muito com o álbum do Antonio Gonzalez, do M83, o Hurry UP, We’re Dreaming, justamente porque ele pega toda uma questão etérea do espaço e consegue transformar em música. Pelo menos para mim, ele faz um álbum inteiro como uma trilha sonora de um filme de ficção científica muito louco. Eu acho que eu funciono mais ou menos assim: obviamente, não me comparando, mas eu gosto muito dessa parte visual e eu não consigo separar os dois. É claro que às vezes existe a expectativa e a realidade, então eu penso em como eu gostaria de fazer um clipe e o que eu precisaria… e acabo deixando isso para mais pra frente. Mas eu sempre penso as duas coisas juntas e sempre que eu consigo, tento incorporar essas duas experiências em uma mesma obra.  (risos).

TMDQA!: Quais bandas os nossos leitores já ouvem são semelhantes ao Peartree? 

Felipe: M83, CHVRCHES, Silva… o Silva mais no sentido da produção eletrônica, o jeito que ele usa a música sampleada, mas talvez o clima seja um pouco diferente. Tem uma outra influência que eu não sei se é muito conhecida aqui, que se chama MuteMath, que eu tenho bastante influência vocal deles já que é uma das minhas bandas favoritas, então é esse círculo do revival do synth pop dos anos 80.

Peartree

TMDQA!: O primeiro show da Peartree acontece no próximo dia 5 de Março, no Kabul Bar. Como está a sua expectativa pra essa estreia? 

Felipe: Gigante! Estamos correndo muito, porque os instrumentistas com quem eu estou trabalhando são muito amigos meus mas, como é um projeto novo, estamos montando nosso primeiro setlist. Estamos muito otimistas porque os dois caras que estão trabalhando comigo nesse projeto vieram de uma forma muito rápida e natural para trabalhar comigo. Eu falei com eles e mostrei a música e eles responderam super bem, já estavam procurando essa sonoridade e fizeram questão absoluta de participar. O Diego (Ramalho), que é o baterista e o Ray (Pissinati) que é o guitarrista têm muito esse perfil de não necessariamente ser fenomenal em um instrumento específico, mas ser uma pessoa mais multi instrumento, e uma pessoa mais musical de uma forma mais generalista. A gente até faz uns rodízios com os instrumentos às vezes. Então, esse perfil que eu estava procurando e que eles têm que não é uma performance técnica extremamente impressionante, mas é uma coisa mais contida que tem uma qualidade mais direcionada para os timbres que a gente vai escolher, para a alma que a gente vai tentar passar para a música, e obviamente no fato de que todo mundo gosta muito do mesmo tipo de música. Com isso, os primeiros ensaios foram muito legais, e que mostram que o dia do show vai ser muito bacana. Estou muito mais empolgado do que preocupado.

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