Se você for a um show do rapper Projota pela primeira vez, sem conhecer o trabalho do cara, irá se surpreender com a quantidade de gente em frente ao palco cantando todas as canções do músico, segurando cartazes e apoiando sua apresentação.

O rapper é seguido de perto por seus fãs, tanto que sua página no Facebook já chegou aos 6 milhões deles e seu DVD, lançado de forma independente, ganhou Disco de Ouro pela quantidade de cópias vendidas.

Depois de EPs e mixtapes, Projota está lançando seu primeiro disco de estúdio, Foco, Força e Fé, e conversamos com ele a respeito do trabalho, sua carreira, colaborações, inspirações e mais.

Leia o bate papo logo abaixo.

 

TMDQA!: Após nove anos de carreira, você está lançando seu primeiro disco de estúdio. Como foi trilhar esse caminho até agora e como surgiu a escolha por traçá-lo através de, principalmente, EPs, mixtapes e DVDs?
Projota: Era o que eu tinha em mãos, se você tem palha você faz uma casa de palha e se protege. Hoje finalmente temos tijolos. Acho que isso resume o sentimento.

 

TMDQA!: Quem assiste a um de seus shows pela primeira vez, definitivamente irá se surpreender pela quantidade de gente que se espreme em frente ao palco para vê-lo e a paixão com a qual essas pessoas cantam as suas músicas. Como você vê essa identidade e relação com seu trabalho em uma forma completamente “boca a boca”, através da divulgação dos fãs na internet, algo que muito artista procura hoje mas não alcança de forma tão orgânica quanto você.
Projota: Eu sou mais um desses viciados em internet, e acho que surge daí essa minha proximidade com meu público, somos parecidos, temos muito em comum.
Aconteceu naturalmente, realmente não conseguiria explicar como foi, ou ensinar alguém a conseguir tal feito.

 

[one_third]”O que a música gerar será consequência dessa sensibilidade e respeito que tenho perante minha arte.”[/one_third]

TMDQA!: O rap nacional está em um momento bastante interessante, onde artistas como Criolo e Emicida têm estado cada vez mais em evidência com seus últimos discos, eleitos por muita gente os melhores dos anos em que saíram. Como você enxerga esse momento e como vê a mistura do rap e do hip hop com outros estilos? Característica desses artistas e sua também.
Projota: O rap só tende a crescer perante essas diferenças encontradas de um artista pra outro. Isso é necessário para a expansão.
Devemos ter pé no chão e continuar trabalhando forte, com a mesma gana de quando mal tínhamos o que vestir, mas agora com roupas legais.
É preciso entender que cada passo gera o próximo. Atenção em cada um deles pois isso pode definir seu futuro.

 

 

TMDQA!: Ainda falando sobre esses dois nomes, enquanto Criolo é mais ligado à MPB e a questões do dia dia e Emicida aposta em rimas urbanas, você tem um lado mais romântico para as suas canções. Esse tipo de questão mais pessoal surge naturalmente para você durante o processo de composição?
Projota: Surge naturalmente, falo de tudo. Falo de morte ou de amor, de guerra ou de balada. O que eu sentir necessidade eu me permito expressar.

 

TMDQA! Em entrevista recente, você disse que “quer ser tão grande quanto a Ivete Sangalo”. Qual é a ideia por trás disso? Você entende que essa mistura de rap com canções pop e letras românticas é o caminho para chegar às grandes massas?
Projota: Não existe nada por trás disso. Qual o crime em dizer isso? Por que um artista vinculado ao hip hop não pode ter seu trabalho tão expandido, a ponto de passear pelos mesmos caminhos que os maiores nomes da música nacional?
É um sonho meu, ver minha música conhecida pelo povo, assim como é a musica da artista em questão, que é genial, diga-se de passagem.
Eu sinceramente não entendo música, eu apenas faço, canto e sinto. O que ela gerar será consequência dessa sensibilidade e respeito que tenho perante minha arte.

 

TMDQA!: Há quanto tempo você tem trabalhado nesse primeiro álbum? Pode nos contar alguma curiosidade a respeito do processo de gravação de “Foco, Força e Fé”?
Projota: Eu vim compondo as músicas ao longo do ultimo ano e ficamos 3 meses dentro do estúdio produzindo. Todas as quartas feiras nós comíamos pastel com caldo de cana na feira que rola na rua do estúdio! (risos)

 

TMDQA!: Como se concretizaram as participações de grandes nomes como Marcelo D2 e Negra Li no álbum?
Projota: Eu tenho a necessidade diária de agradecer a Deus por ter sido abençoado com essas duas pessoas no meu disco. Sou fã dos dois há muitos anos e foi especial tê-los participando deste projeto.

As músicas não seriam nada sem eles, foram essenciais nas suas respectivas participações e elas surgiram naturalmente, pois as próprias músicas pediam por suas vozes dentro delas.

TMDQA!: Que artistas e bandas você tem ouvido ultimamente e que foram influências para a gravação de “Foco, Força e Fé?”
Projota: Eu não estava ouvindo nada específico nesse momento. Eu ouço bastante Kendrick Lamar, Linkin Park, Racionais, Legião, Charlie Brown Jr.

 

TMDQA!: A cena underground e artistas considerados mais “sérios” ainda têm bastante preconceito com parcerias com artistas que estouraram para o grande público, como Anitta, com quem você já gravou. Como enxerga esse tipo de visão e o que te faz entender que essas parcerias são frutíferas?
Projota: Cada um tem seu caminho, o meu me trouxe até aqui agora sentado nessa cadeira respondendo essa pergunta, e isso é especial, estar aqui, e saber que cada dia será um novo dia, consequente de hoje.
Minha vivência, minhas experiências de vida, me fazem compor minhas músicas, não posso compor as músicas dos outros e nem decidir os seus rumos, tal qual acontece comigo, eles não podem decidir meus passos, mas esse preconceito tem diminuído bastante e é questão de tempos para ser algo irrisório.

 

TMDQA!: Você tem mais discos que amigos?
Projota: Com certeza, afinal, amigos tenho apenas uma meia dúzia. Me identifico com vocês!

 

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