Killswitch Engage

TMDQA! – E o que você tem a dizer de “Always”, tanto da música em si como do vídeo? É uma música muito emocional.

JL – Pois é. Comecei a escrever a letra dessa música dentro de um avião, enquanto pensava sobre pessoas que perdi ao longo da vida, especialmente alguns familiares. Ao mesmo tempo em que eu me lamentava, eu pensava que basta olhar para o céu para ter certeza de que eles estão lá em cima olhando por nós. Enquanto eu finalizava a letra, o Joel trouxe uma ideia de música que se encaixou perfeitamente – bem melancólica – e daí as ideias fluíram.

TMDQA! – “Always” faz parte de Disarm The Descent, o álbum mais recente de vocês. E apesar de marcar o seu retorno à banda, o álbum não soa como uma cópia de discos que você gravou antes, como Alive or Just Breathing. Olhando em retrospecto, como você se sente em relação a Disarm The Descent?

JL – Ele realmente captura aquele momento da banda, que foi um tanto caótico por causa do meu retorno e da turnê que fizemos logo em seguida. Minha vida mudou completamente. O álbum conta a minha história, a história da banda, e eu não mudaria absolutamente nada nele. Eu acho que ele realmente capta o momento em que estávamos. Dito isso, estou muito animado para gravar um novo álbum, participar de todo o processo de composição outra vez, simplesmente escrever… É um processo muito interessante.

TMDQA! – E vocês pensam em gravar algo novo em breve? Já têm alguma ideia sobre como o próximo trabalho vai soar?

JL – Começamos a conversar sobre isso há pouco tempo, porque estamos na estrada sem parar desde que o último saiu, mas talvez vamos gravar algumas demos depois da turnê pela América do Sul. A ideia inicial é fazer algo bem rápido e pesado, mas vamos ver o que vai sair quando todos se juntarem para escrever, afinal o último álbum funcionou exatamente por isso. Não acho que vai ser algo extremo em nenhum sentido, mas… Quem sabe?

TMDQA! – Apesar de ter feito parte da banda anteriormente, você fez questão de participar dos testes que o Killswitch Engage para encontrar um substituto para Howard Jones. Por quê?

JL – Pois é. Eu fui convidado para voltar à banda antes mesmo de divulgarem que Howard tinha saído, mas recusei porque achava que não me sentiria à vontade cantando as letras de outra pessoa. E também porque eu queria continuar com o Times of Grace [projeto fundado em 2009 por Jesse com o guitarrista do Killswitch Engage, Adam Dutkiewicz]. Aí eles se separaram do Howard, que é uma história que não tem nada a ver comigo, e começaram a fazer audições para achar um novo vocalista. Quando eu soube disso, liguei para o Adam e perguntei: “Vocês realmente estão testando outras pessoas?” (risos), e quando ele disse que sim, achei que eu devia pensar melhor no caso. Eu ouvi algumas músicas do Howard, me identifiquei com elas, e decidi me oferecer para participar das audições, cantar aquelas músicas e ver como eu me sentiria. Liguei para o empresário da banda, me inscrevi para os testes, e fui o último a ser testado no dia em que fui. Tocamos 17 músicas, foi demais, e aí percebi que as coisas poderiam dar certo com o Killswitch Engage novamente.

TMDQA! – Imagino que a pressão tenha sido enorme para você durante o teste, porque deve ser extremamente difícil ser avaliado por amigos tão antigos com quem você tocou antes.

JL – O bom de toda essa história é que, como você disse, somos amigos há muito tempo. Eu não senti pressão nenhuma! A sensação era a de simplesmente tocar com meus companheiros, fazer um som, e ficou nítido para todo mundo que estávamos nos divertindo. Em vários momentos a gente olhava um para o outro e começava a sorrir. Foi ótimo, cara. E eles têm sido incrivelmente generosos comigo desde que voltei. Estou muito feliz por estar de volta.

TMDQA! – E a pressão de substituir Howard Jones, um vocalista tão admirado? Foi difícil se adaptar à forma dele de cantar?

JL – Com certeza. Somos cantores completamente diferentes, e eu aprendi muito com as músicas dele. Na verdade ainda estou aprendendo, ainda estou procurando a minha própria voz, tentando expandir o meu alcance melódico, porque meu estilo tradicional tem mais a ver com gritos e berros. Canto assim desde a minha adolescência. Então é um grande desafio para mim, porque ele tem aquela voz lírica, mas estou melhorando cada vez mais. Tem sido muito legal para mim.

TMDQA! – A banda ficou muito popular durante os anos com Howard. Foi estranho para você voltar a um grupo que você ajudou a fundar, mas que mudou tanto desde que você saiu?

JL – Certamente. Tive que ter muita confiança para subir ao palco e cantar as músicas  de outra pessoa sabendo que os fãs iriam julgar e analisar a minha performance. Sem falar que no início nós tocávamos para uma média de 200 pessoas, e hoje tocamos para milhares – o que é incrível, mas desafiador ao mesmo tempo, porque subir ao palco de um grande festival é um choque para quem está acostumado com pequenos pubs e casas noturnas, você precisa estar muito mais animado. Um músico precisa estar disposto a encarar esse tipo de desafio, e nos últimos dois anos eu aprendi muito com tudo isso.

TMDQA! – No começo deste ano, vocês perderam o Grammy de Melhor Performance de Metal para o Black Sabbath. Na minha opinião, perder para o Black Sabbath em uma categoria como essa não é exatamente perder, mas como você se sentiu?

JL – Bem, você acabou de dizer… É o Black Sabbath. Então ficamos muito felizes de perder para o Black Sabbath (risos)! A gente estava feliz apenas de poder ir para Los Angeles assistir à premiação e participar das festas, então saímos no lucro. De quebra ainda vi o Stevie Wonder tocar, metade dos Beatles [Paul McCartney e Ringo Starr se apresentaram juntos na cerimônia], então foi bem legal. Foi bom ser indicado, ter esse reconhecimento, mas são os fãs que realmente validam o que a gente faz, sabe? Seria incrível ganhar, mas adorei perder para o Black Sabbath.

TMDQA! – Para finalizar: você tem mais discos que amigos?

JL – Com certeza (risos)!

TMDQA! – Amigos de verdades são raros, não?

JL – Eu tenho MUITOS discos (risos). Tenho um bom número de amigos, mas tenho muito mais discos, sem dúvida.

Serviço – Killswitch Engage, Battlecross e Memphis May Fire no Brasil:

22/08 – Curitiba
Local: Music Hall – Rua Engenheiro Rebouças, 1645
Horário: 19h
Ingressos: http://www.liberationstore.net/Produto.aspx?IdProduto=213&IdProdutoVersao=213

23/08 – São Paulo
Local: Carioca Club – Rua Cardeal Arcoverde, 2899
Horário: 17h
Ingressos: http://www.clubedoingresso.com/index.php?route=product/product&product_id=194

24/08 – Rio de Janeiro
Local: Circo Voador – Rua dos Arcos, sem nº
Horário: 18h
Ingressos: http://www.ingresso.com/rio-de-janeiro/home/espetaculo/show/killswitch-engage/circo-voador

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