Nick Oliveri faz concorrida turnê solo pela Europa
Texto e fotos por Fernando Halal
Nick Oliveri tem cara de poucos amigos. Mas é só a cara mesmo. O vocal gritado, suas palhetadas supersônicas e uma extensa ficha policial deram ao homem essa aparência meio demoníaca, mas de perto ele é um doce de pessoa – e isto vem sendo comprovado na intimista, porém disputada turnê solo que o ex-baixista do Queens of the Stone Age promove este mês pela Europa.
Em meio a tantos projetos paralelos (Mondo Generator, Bl’ast, Moistboyz, Situationalists, Sun Trash e o próprio álbum solo, que já está no forno), o músico encontrou uma brecha e decidiu agendar uma série de bares no Reino Unido e arredores para essa aventureira tour acústica – serão 19 shows em 20 dias. Na Irlanda, o local escolhido foi o minúsculo Thomas House, reduto dos punks, metaleiros, góticos e demais desafortunados de Dublin, que recebeu o músico na sexta-feira, 6 de junho.
Munido de sua Hofner semiacústica e nada mais, Oliveri mandou ver num repertório daqueles de fã para fã. A noite teve início com uma versão fervilhante de “Love Has Passed Me By”, do Kyuss. Daí em diante, foi como se alguém da plateia tivesse bebido todo o bar e montado o setlist: teve Ramones, GG Allin, Turbonegro, Dwarves, Mondo Generator, Roky Erickson, Subhumans… Mas a base do show foi mesmo a banda que fez sua fama: do QotSA, vieram à tona “You Think I Ain’t Worth a Dollar, But I Feel Like a Millionaire”, “Gonna Leave You”, “Quick And To The Pointless”, “Six Shooter”, “Another Love Song”, “Tension Head” e a muito esperada “Auto Pilot”. Curioso é que, por muito mais decibéis que tenham as canções originais, tudo funciona às mil maravilhas nesse formato unplugged.
Culpa da persona carismática de Nick. Entornando tequila como água (“faz bem para a voz”), o cara fez praticamente de tudo no palco: atendeu pedidos de músicas, ofereceu drinques, contou histórias, elogiou camisetas e, lá pelas tantas, convocou o povo para subir ao palco e dividir com ele o microfone. A canção escolhida foi “Feel Good Hit of the Summer”, apenas o maior clássico do stoner rock. Não é preciso dizer que a catarse foi total.
Ao final do show, ele e a mulher vendiam camisetas e discos no palco mesmo, sem saberem ao certo qual preço cobrar por cada item. E as risadas e o clima de camaradagem seguiram noite adentro. É, ser um roqueiro true não é pra qualquer um.
TMDQA! entrevista Nick Oliveri
Você pode assistir na íntegra ao vídeo de nossa entrevista exclusiva com o músico, realizada em Londres no final de 2013, ao clicar aqui.
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