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Kisser Clan é um projeto muito bacana que reúne a lenda brasileira da guitarra Andreas Kisser com seu filho, Yohan, além de Gustavo Giglio (baixo) e Amílcar Christófaro (Torture Squad) na bateria.

A ideia do grupo é tocar uma série de clássicos do heavy metal e do rock’n’roll em shows que são verdadeiras festas com convidados especiais, sugestões e muita participação do público.

Conversamos com Giglio, que além de baixista do projeto é um dos responsáveis por um dos sites mais importantes de tecnologia e novas tendências no Brasil, o Update Or Die.

Você pode conferir a conversa logo abaixo!

TMDQA!: Como e quando surgiu o projeto Kisser Clan?
Gustavo Giglio: Anualmente, o Andreas promove uma jam de fim de ano em que amigos e convidados sobem ao palco para tocar algumas coisas. É uma bagunça ótima, super família, pequeno. Desde que o Yohan tocou pela primeira vez, percebemos que tinha uma base boa para transformar em um projeto. Os encontros ficaram mais frequentes, a procura também. Com o programa deles na 89 fazendo sucesso, decidimos fazer uma série de shows com a base principal da banda (pai e filho nas guitarras, Amílcar, do Torture Squad, e eu, no baixo). Depois desses shows, choveram convites e começamos com alguns shows em SESCs, festivais e pelo interior.

TMDQA!: Como se deu a sua entrada no grupo e qual foi a sensação de tocar ao lado de um dos guitarristas mais importantes da história do heavy metal no mundo todo?

Gustavo Giglio: Cara, é tipo a realização de um sonho de adolescente que fica tocando no quarto, fingindo estar em um palco, com um dos caras que está em um pôster na sua parede. É meio surreal, mas é excelente. Não só o palco, mas as reuniões, os ensaios, as trocas de emails, os telefonemas… até as broncas. Sempre fomos próximos, por projetos com a Trip, a Sé7ima (minha ex banda), amigos em comum e sempre fui convidado para tocar o baixo nessas jams (nunca tem baixistas, né?). Aí recebi uma ligação dele: “E aí? Está pronto?” (risos) Nunca estou pronto, né? Mas vamos lá!

TMDQA!: A banda tem feito uma série de shows em São Paulo onde toca clássicos do Rock e do Metal. Como tem sido a recepção do público?

Gustavo: A recepção é a melhor possível. Tipo uma celebração ao heavy e thrash metal. Indo de Slayer a Beatles no mesmo show. Com clássicos do Sepultura, Metallica, AC/DC e Black Sabbath. Com a banda redondinha, bem ensaiada e um som poderoso. Não tem como não ser bom. E o legal é que a troca tem sido tão genuína que o clima é sempre ótimo.

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TMDQA!: O grupo tem uma cara colaborativa muito bacana, pois em cada show músicos diferentes cantam, tocam e se divertem divertindo o público. Como é essa abordagem com o convite a diferentes pessoas para os shows?

Gustavo: Na verdade esse é o DNA do projeto. Trazer amigos para fazer um som, testar diferentes músicos, ver quem está por perto para fazer um barulho. Tudo começou como uma maneira de dar ao Yohan experiência e dinâmica de palco e virou uma banda de amigos fazendo o som que amam.

Nos shows de SP, trazemos a Fernanda (do Nervosa) para tocar alguns dos seus clássicos favoritos e me dar um descanso no baixo. Mas já tocamos com João Gordo, Bruno Sutter, Marcio Sanchez, o pessoal do Desalmado, o Guillas do Viper e por aí vai.

TMDQA!: O Sepultura foi um dos nomes mais importantes do rock nacional aqui e lá fora, vivendo uma época de ouro da nossa música. Hoje em dia o mainstream está esvaziado de grandes nomes, mas há um número sem fim de artistas e grupos competentes no underground. Como você vê todo esse cenário?
Gustavo: O Sepultura ainda é um dos nomes mais importantes do thrash metal mundial. Talvez até com mais respeito lá fora. Vi isso algumas vezes estando junto com eles na estrada e, principalmente, quando o Andreas substituiu o Scott Ian no Anthrax. Estava, com meu irmão, na Itália para o Big Four e o Andreas veio nos buscar no meio do público. Tipo de generosidade que só ele é capaz. E, de repente, estava no meio do Slayer, do Megadeth e do Anthrax falando sobre baixos e Sepultura. E, só o fato deles estarem juntos, tocando, lançando discos excelentes e fazendo shows tão intensos, já merece todo o respeito do mercado, da imprensa, dos músicos e bandas.

TMDQA!: Estando ligado a um site de tecnologia e novas tendências, UoD, como você vê a tecnologia aliada à música? Acredita no modelo do streaming?

Gustavo: Acho que são movimentos. Mudanças comportamentais de consumo. O compartilhamento e a produção foram facilitadas. Mas os shows ainda são os melhores momentos de catarse coletiva. Temos uma geração grande que ainda ouve discos inteiros, que ainda tem os seus rituais, etc.

Acredito sim e muito em streaming e on demand, só acho que precisamos melhorar, bastante, a qualidade dos serviços e dos arquivos.

TMDQA!: Você é fã de discos de vinil? Acha que o formato veio para matar a saudade das pessoas que ficaram órfãs de um formato físico depois da popularização dos arquivos MP3?

Gustavo: Sou fã sim! Muito. “Roubei” toda a coleção do meu pai (os Led Zeppelin, Yes, Genesis, Emerson, Lake & Palmer, Beatles, comprei os Metallicas, os Black Sabbaths, os AC/DCs) e tenho o meu próprio tempo para curtir as bolachas.

Temos a mania de seguir modas, né? Os discos de vinil voltaram, mas se você quer achar alguma coisa nova tem que gastar uma puta grana. Aí vira coisa de colecionador, ou pra seguir uma certa tendência. Para mim, nunca morreram. Temos um ciclo de volta das coisas, né? Por mais poesia que pareça, nossa geração tem uma ligação emocional com o produto físico. O cheiro, o encarte, o papel, a capa grande. Isso é passado de pai pra filho (risos).

TMDQA!: Você tem mais discos que amigos?

Gustavo: Acho que sim, provavelmente sim (risos). Bons amigos, amigos inesquecíveis, amigos que você fica anos sem encontrar e quando encontra parece que a última conversa foi ontem. Os melhores amigos da semana. Amigos que relaxam. Amigos que dão um gás…

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