Arnaldo Antunes

Sem fazer muito alarde, Arnaldo Antunes está se tornando um dos artistas mais interessantes em atividade no Brasil. Usando múltiplas plataformas de criação, ele ampliou seu alcance lírico ao buscar a simplicidade sem ser simplório.

Por trás da cavernosa voz rouca que ajudou a escrever um capítulo importante do rock nacional com os Titãs e da imagem de artista complexo criada após sua saída do grupo, se esconde um compositor que soube usar bem a máxima de Oswald de Andrade, “a massa ainda comerá o biscoito fino que fabrico.”

E como ele fabrica. Nos últimos 15 anos ele solidificou uma carreira solo inventiva e livre, conversando com nomes consagrados e novos artistas com a mesma vivacidade em CDs e DVDs; participou do Tribalistas, um dos projetos mais vencedores da música brasileira recente; fez disco infantil; foi host do Grêmio Recreativo da MTV; tem uma exposição correndo museus pelo Brasil e fez “A curva da cintura”, incrível parceria com Edgard Scandurra e Toumani Diabate.

Na semana passada, Arnaldo fez uma viagem por diversas fases da carreira no palco do Theatro Net Rio no show “Dois Violões.” Esse formato reduzido foca mais nas canções e na estrutura das letras, onde Arnaldo, inquieto e acompanhado dos ótimos Betão Aguiar e Chico Salem, passa pacientemente, como que palavra por palavra, as imagens fortes criadas por toda sua obra. Seja ao pedir socorro por não sentir nada, falando que tudo pode acontecer ou que o pulso ainda pulsa.

A sensação é que Arnaldo está um passo à frente de todos na sua geração. Unindo lirismo e pop com maestria e fazendo valer ser chamado de gênio. Pena que pouca gente notou.

Se você não parou pra ouvir, vá nos nossos parceiros da Deezer e confira a discografia.

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O mesmo teatro em que vi o Arnaldo, o Net Rio, recebe nessa terça o show de um dos artistas mais roots e underrated desse país: Almir Sater. No show, ele mistura as músicas tradicionais, grandes clássicos como “Tocando em frente” e um clima de roda de viola com histórias que só quem teve parentes do interior sabe como é.

Muito bom o show. Vale muito a pena.

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Sheila Simmenes é uma norueguesa apaixonada pelo Brasil que se uniu ao músico Peter Mesquita para criar um EP com influência da nossa música. Sheila já percorreu gêneros e lugares diferentes para buscar sua identidade musical e Peter é um dos músicas mais bacanas da cena instrumental paulistana. Já tem um vídeo deles tocando juntos, com um arranjo diferente do que ficou pro final, que deve ser lançado ainda esse semestre. Expectativas altas.

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Falando em cena instrumental, o Taruíra (que já apareceu por aqui misturando Beatles e Luiz Gonzaga em chorinho) gravou com o cantor Marcos Sacramento para o CD novo do compositor Jorge Curuca. Você pode ouvir “Parei de vez” aqui. O grupo se apresenta no Rio Scenarium na próxima sexta e sábado.

 

 

 

 

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