Som de Cinema – Especial: O que esperar do Oscar?

Categorias Musicais

Vemos dois opostos nas categorias musicais. Nas músicas originais, canções incríveis como não são vistas há anos e nas trilhas sonoras, muitos projetos burocráticos e sonolentos.

Nesta última só existem dois trabalhos que realmente merecem menção. Com dois nomes do Arcade Fire por trás, a trilha de “Ela” remete aos momentos mais melancólicos de The Suburbs e Reflektor, mas vai perder para o trabalho incrível de Steven Price em “Gravidade”. O uso pontual da trilha, criando tensão e ajudando na construção narrativa do filme, que usa pouquíssimo som, é quase imperceptível pro espectador, mas essencial para o embarque na trama.

As músicas originais surpreendem pela pluralidade. Um dos maiores hits do ano, “Happy” de Pharrell, é uma das indicadas. A música é deliciosa, grudenta, dançante e adorável como os minions que ela embala em “Meu Malvado Favorito 2”. Seria uma coroação de um ano inacreditável para Pharrell, com mil sucessos na manga.

Apresentada no filme como um dueto entre o incomum casal protagonista, “The Moon Song” é uma doce canção da Karen O (do Yeah Yeah Yeahs) em parceria com o diretor Spike Jonze. É a segunda vez que Karen trabalha com ele. A primeira foi no ótimo “Onde Vivem os Monstros”.

“Ordinary Love”, composta para o filme “Mandela”, aponta o U2 para um novo caminho. Ainda precisando de um foco maior, mas um caminho melhor que o que a banda percorreu nos últimos lançamentos. Sou grande fã deles e fico feliz por eles voltarem a soar bem como na época do “All that you can’t leave behind” nessa e em “Invisible”.

Mas não tem pra ninguém: esse é o ano de “Let It Go”, melhor canção da Disney desde as compostas por Elton John para “O Rei Leão”. A música já era incrível, mas o uso em “Frozen – Uma aventura congelante” para representar a evolução da personagem foi impressionante. No filme, a música é interpretada por Idina Menzel, que fez “Rent” e “Hair”.