Filmes que você não pode deixar de ver

Ganhando algo ou passando em branco, esses oito filmes merecem estar na sua lista obrigatória desse ano:

“Nebraska”

Todo mundo já recebeu uma daquelas cartinhas meio Reader’s Digest falando que você ganhou um prêmio, né? Daqueles que tinham muitas letrinhas miúdas e você não tinha ganhado nada…

“Nebraska” conta a história de um idoso que recebe uma carta dessas e resolve ir atrás do seu prêmio mesmo com a família indo contra isso, dizendo que é loucura. Essa premissa segura o filme numa linha tênue entre o drama e a comédia para criar um dos retratos mais despretensiosamente bem escritos de uma família com suas tristezas, alegrias e interesses. Com uma fotografia linda e atuações incríveis (principalmente do Bruce Dern e da June Squibb, além do comediante Will Forte em um inesperado papel dramático), o filme dirigido por Alexandre Payne (de “Sideways”) concorre em 6 categorias, mas não deve levar nenhuma pra casa.

“Ela”

O novo filme de Spike Jonze é um dos retratos mais inventivos do amor moderno e vai estar em mostras, no futuro, junto de filmes como “Encontros e Desencontros” e “Brilho Eterno”. Contrariando a premissa comum do futuro utópico ou distópico, Jonze cria um mundo reconhecível e palpável onde um homem solitário acaba se apaixonando por alguém que podia suprir a demanda de atenção que ele precisava: um sistema operacional de computador.

Joaquin Phoenix brilha nesse filme onde tudo está perfeitamente no lugar, desde a trilha (com Karen O e Arcade Fire) até a direção de arte. Um clássico cult instantâneo que vai se unir à Amelie Poulain em estampas de camisetas e bolsas. Vamos torcer para que as calças de cintura alta continuem apenas na ficção.

“O Lobo de Wall Street”

O melhor do ano. Ponto. Scorsese criou um filme tão poderoso que colocou todos os outros uma escala abaixo e todos esses moleques de filmes politicamente incorretos, desses só para chocar, parecerem adolescentes fazendo besteira em vestiário de colégio. São 3h de sexo, drogas (e rock’n’roll) e situações inacreditáveis para contar a história de um homem que enganou muita gente para fazer sua fortuna e fama em Wall Street. Com uma das melhores atuações da carreira de DiCaprio, o filme deve ficar de lado pelo moralismo forte da sociedade norte-americana e pela polêmica de “vangloriar o bandido” levantada por todos aqueles que não entenderam a piada (ou pelos concorrentes desesperados por uma chance de ganhar). Nossa sociedade vangloria os fora da lei e Scorsese joga isso na cara desde sempre. Mais um ponto pro mestre.

“O Ato de Matar”

Dirigido por Joshua Oppenheimer, “O Ato de Matar” é um filme para quem tem estômago forte. O filme fala sobre os grupos de extermínio que aterrorizaram (e aterrorizam ainda) a Indonésia desde um golpe em 1965. Os membros desses grupos são respeitados, agem como celebridades locais e se orgulham das mortes que causaram.

Com a proposta de colocar os assassinos para recriar os crimes que cometeram com a linguagem dos filmes hollywoodianos que eles tanto admiram, o documentário choca pela frieza e pelos depoimentos assustadores. Em um país com crimes abertos de uma ditadura recente e com tanta discussão sobre tortura nas ruas, é um filme importante que seja visto.

“Vidas Ao Vento”

Hayao Miyazaki é um dos melhores diretores vivos. E esse é seu filme de despedida enquanto diretor. Sem a imaginação explosiva e mundos imaginários de clássicos como “A viagem de Chiriro”, “Princesa Mononoke” e “Nausicaa do Vale do Vento”, Miyazaki se debruça sobre o amor à criação ao falar de um dos seus temas favoritos: a aviação.

“Vidas ao Vento” conta a história real do homem que projetou a frota aérea japonesa que lutou na Segunda Guerra Mundial com uma delicadeza fora do comum. Emocionante carta de despedida, fica a mensagem do diretor: ame o que você faz sem esquecer do momento de parar e deixar outros amarem também e te amarem.

“Ernest e Celestine”

Despretensiosa animação francesa inspirada em um livro infantil, esse filme tem uma beleza gráfica e poética de encher os olhos que ganha a forma de verdadeiras aquarelas animadas.  A história da amizade da ratinha e do urso contra todos os preconceitos que as espécies têm uma contra a outra é um daqueles filmes com lições para as crianças que fazem os pais suspirarem, como os filmes da Pixar.

“Antes da Meia-Noite”

Quando eles se conheceram você se apaixonou junto; quando eles viveram a paixão você estava lá; mas anos se passaram e você enfrenta os problemas de uma relação madura junto de Celine e Jesse na impecável conclusão da trilogia de Richard Linklater. Ethan Hawke e Julie Delpy continuam com uma química incrível. O filme concorre só na categoria de roteiro adaptado e, se ganhar, vai ser o prêmio mais acertado dos últimos anos. A trilogia é um dos pontos altos da escrita para audiovisual dos últimos 20 anos.

“20 feet to Stardom”

Esse documentário está ali escondidinho nas indicações, talvez tão desapercebido quanto a história das suas protagonistas: as grandes cantoras que fizeram história no backing vocal! Passando pelo soul, pelo pop e principalmente pelo rock, esse é um filme apaixonante para você apaixonado por música que está lendo isso.

Tem momentos realmente arrepiantes, como o Mick Jagger contando da gravação do vocal feminino de “Gimme Shelter” e o canal só da voz rolando. Imperdível.

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