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TMDQA no Rock in Rio: como foi o terceiro dia do festival

Fotos: I Hate Flash/ Getty Images

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O dia do festival em 5 tópicos, não necessariamente bons e que não falam de tudo que rolou:

1 – Adolescentes: Muitos. Mesmo. Os vendedores de cerveja ficaram tristes. Se rolasse uma proibição para menores de idade, mais da metade do público não viria. Isso se reflete em todos os clichês comportamentais adolescentes: ansiedade, gritaria e uma vontade incontrolável para se aglomerar em um ponto. Tinham lugares da Cidade do Rock lotadíssimos e outros – DO LADO – vazios. Vai entender.

2 – Kimbra: A cantora neozelandeza (que entrevistamos aqui no site) surpreendeu no fim de tarde, no Palco Sunset. Sua música percussiva e com uma originalidade vocal que faz falta no pop combinou muito bem com o Olodum, com quem tocou apenas três músicas – entre elas, “They Don’t Care About Us”, de Michael Jackson. Você sabe que alguém conquistou o público quando consegue animá-lo com uma canção inédita em um festival onde as pessoas parecem querer ouvir só o que já conhecem. Foi um daqueles shows que fizeram muita gente procurar o disco dela depois. Aliás, se você nunca ouviu, indico. É bem bom.

3 – Lulu Santos: Pensei em falar sobre o Jota Quest, mas o show deles foi exatamente o que se espera, com os sucessos e tal. Mas a reação do público para a presença de Lulu no palco foi tamanha que não custa a reflexão: como não o colocar num evento desses? Um show de uma horinha seria moleza para um hitmaker como Lulu. Aí, Medina: fica a dica.

4 – Alicia Keys: com um repertório classudo, Alicia não é uma dessas estrelas pop dançantes. E o show dela peca exatamente quando tenta ser isso. Nas horas que ela senta no piano e mostra a linda voz, o show é épico. O repertório estava lindo, mas pareceu só empolgar de verdade quando veio a trinca de hits no fim com “No One”, “Girl on fire” e “Empire State of Mind”, que tremeu o Rock in Rio. Sobre Maria Gadu participar de “Fallin'”, que é uma das melhores músicas da discografia de Alicia: só evidenciou o precipício que separa as duas.

5 – Justin Timberlake: Esse foi O show do festival até agora. Na verdade, devia ser antes mesmo de acontecer, já que o cantor foi laureado como um dos maiores nomes do pop atual e como “sucessor de Michael”. Muitos já foram tidos assim, mas ao ver o menino Timberlake no palco a sensação é de finalmente ver isso acontecer. O cara canta, dança, toca, tem uma banda incrível e vem com uma sequência de álbuns que parecem ser moldados como um grande desafio pessoal. É um artista em ascensão e próximo de uma maturidade musical que poucos no mainstream atual possuem. O único ponto baixo foi para o público – apático – que parecia querer uma sequência de “Sexyback”‘s. Mesmo antes da saída em massa das pessoas (muito provocado pelo atraso das atrações anteriores, que fez com que o show começasse quase uma hora depois do previsto), se via em sua cara um desânimo. Gostaria de ter visto o show mais de perto e não no meio de pessoas que sentaram, viraram as costas pro palco e foram embora, deixando aquele constrangimento de dançar sozinho. Tirando isso, foi ótimo. Ver “Take Back the Night” ao vivo só aumenta as expectativas para a parte 2 do “The 20/20 Experience”, que será lançada em breve.

Published by
Tony Aiex