Nouvelle Vague faz show em clima intimista e seduz cariocas
Resenha por Gabriel von Borell
Fotos por Rodnei Rosa
Em sua quarta passagem pelo Brasil, o coletivo francês Nouvelle Vague se apresentou no Imperator, localizado no Méier, Zona Norte do Rio de Janeiro, na última quinta-feira (05/09) para um público reduzido, porém, empolgado. E sendo mais um show deles financiado pela iniciativa Queremos!, que promove vindas ao país através do sistema de crowndfunding, não poderia ser diferente.
Marcado para começar às 21h, a apresentação do Nouvelle Vague teve um atraso de cerca de 45 minutos, muito em função do show ter caído em um dia de semana e o trânsito ter ficado bem complicado por toda a cidade. Os fãs chegavam aos poucos e a produção parecia esperar para que ninguém fosse prejudicado.
Então pouco antes de o relógio marcar 22h, as belas e sedutoras vocalistas Liset Alea, uma cubana radicada em Paris, e a francesa Elodie Frégé surgiram no palco ao lado do criador do Nouvelle Vague, Marc Collin, e do restante dos músicos.
O show, repleto de clássicos da new wave, do punk e da bossa nova em arranjos completamente revisitados, foi, literalmente, um belo espetáculo intimista para poucos apreciadores. A primeira parte do show teve as canções “Lullaby”, do The Cure, “Ever Fallen in Love”, do Buzzcocks, e “Master and Servant”, do Depeche Mode. Enquanto Liset e Elodie jogavam todo o seu charme para a plateia, o resto da banda mostrava todo o seu talento individualmente, fazendo um casamento perfeito no palco.
A cada música os fãs reagiam positivamente e estabeleciam um estado de encantamento diante de uma banda tão afinado. Não há como que não se empolgasse e fizesse sua própria “dancinha” particular em reinterpretações como “Dancing with Myself”, de Billy Idol, “Dance with Me”, do The Lords of the New Church, “Blister in the Sun”, do Violent Femmes, “Just Can’t Get Enought”, do Depeche Mode, e “Too Drunk to Fuck”, do Dead Kennedys.
Isso tudo enquanto as vocalistas sensualizavam o tempo todo no palco e provocavam gritos excitados da plateia. Alguns mais animadinhos pediam até para que as cantoras, que demonstravam muita sintonia, se beijassem.
Além da sensualidade e talento vocal, Liset e Elodie também provavam ser extremamente simpáticas e carismáticas, causando a impressão de que elas sempre teriam o público nas mãos. Elodie em um determinado momento, inclusive, chegou a pegar o drink de uma pessoa na plateia, experimentou a bebida brincando de fazer cara feia e depois a devolveu para o seu dono, que estava bem próximo do palco. Já Liset trocou os saltos por um sapato baixo contando ao público que tinha cansado de sofrer e precisava ficar mais confortável.
E nesse clima gostoso e descontraído o Nouvelle Vague hipnotizou os cariocas por pouco mais de 1h20 de apresentação. Os cinco minutos de espera do público após a despedida da banda depois de “Tu Veux ou Tu Veux Pas”, na esperança de que as palmas e o coro pudessem trazer o grupo francês de volta ao palco para algo mais, podem confirmar o saldo extremamente positivo da noite.
Setlist:
1- “Lullaby” (Cover do The Cure)
2- “Ever Fallen in Love” (Cover do Buzzcocks)
3- “Master and Servant” (Cover do Depeche Mode)
4- “A Forest” (Cover do The Cure)
5- “Human Fly” (Cover do The Cramps)
6- “Blue Monday” (Cover do New Order)
7- “Putain Putain” (Cover do T.C. Matic)
8- “Sur ma mob”
9- “Dancing With Myself” (Cover de Billy Idol)
10- “The Killing Moon” (Cover do Echo & The Bunnymen)
11- “Dance With Me” (Cover do The Lords of the New Church)
12- “Blister in the Sun” (Cover do Violent Femmes)
13- “Just Can’t Get Enough” (Cover do Depeche Mode)
14- “Escape Myself” (Cover do The Sound)
15- “Teenage Kicks” (Cover de The Undertones)
16- “Love Will Tear Us Apart” (Cover do Joy Division)
17- “Too Drunk to Fuck” (Cover do Dead Kennedys)
18- “Bizzarre Love Triangle” (Cover do New Order)
19- “I Melt With You” (Cover do Modern English)
20- “In a Manner of Speaking” (Cover Depeche Mode)
21- “Tu Veux ou Tu Veux Pas”
Galeria:
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