Wilco - The Whole Love

Wilco - The Whole Love

Resenha por Ricardo Seelig, do Collector’s Room

Você pode ouvir o disco na íntegra clicando aqui.

O Wilco acostumou mal os seus fãs. Após tocar o céu com as obras-primas Yankee Hotel Foxtrot (2002) e Sky Blue Sky (2007), a banda do guitarrista e vocalista Jeff Tweedy faz com que, a cada anúncio de um novo lançamento, a expectativa vá às alturas. Com The Whole Love, seu novo disco, não foi diferente.

Com lançamento no próximo dia 27/09, o oitavo álbum do grupo causou comoção entre os mais fanáticos ao ser liberado para streaming durante os dias 3 e 4 de setembro últimos. Produzido por Tweedy ao lado do parceiro Pat Sansone e de Tom Schick, The Whole Love diferere do trabalho anterior, Wilco (The Album) (2009) por trazer novamente para o jogo a experimentação, ingrediente em falta no último disco.

Isso já fica claro na bela “Art of Almost”, uma pérola com pouco mais de sete minutos onde a ousadia – amigável para os habituados com o universo do grupo, um tanto impenetrável para os virgens nesse aspecto – é o prato principal e faz toda a diferença, tanto pelo andamento inusitado quanto pelos sons e timbres incomuns, cujo ponto alto é o solo puramente Neil Young do excepcional guitarrista Nels Cline.

O disco alterna canções em que a banda claramente olha para o seu passado – como na alt-country “I Might”, na ótima “Dawned on Me” (aquele pop perfeito sempre presente) e no single “Born Alone” – com outros mais densos, onde aproxima-se da velha conhecida e sempre bem-vinda melancolia – “Sunloathe”, a linda “Black Moon”, “Open Mind” e “Rising Red Lung”.

No meio disso tudo, a valsinha “Capitol City” reluz com um brilho solar poucas vezes presente em um álbum do conjunto, levando o ouvinte a tiracolo por suas melodias e linhas vocais que, como não poderia deixar de ser, transbordam emoções. Algo similar ocorre na faixa-título, com Tweedy brincando com o seu falsete em uma composição deliciosa.

No final das contas, The Whole Love é um bom trabalho, no mesmo nível do seu antecessor, mas claramente inferior ao que a banda já fez em discos excelentes como Being There (1996), Summerteeth (1999), Yankee Hotel Foxtrot (2002), A Ghost is Born (2004) e Sky Blue Sky (2007), trabalhos que fazem com que sempre se espere algo genial, inovador e único vindo do grupo. Mesmo assim, o uso do clichê aqui é inevitável: um álbum mediano do Wilco é superior à maioria do que se produz por aí.

Ouça e comprove.

Nota: 8,5/10

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