Blood Pressures - The Kills - 2011 - capa

Blood Pressures - The Kills - 2011 - capa

No dia 4 de Abril, o Kills, dupla formada por Jamie “Hotel” Hince e Alison “VV” Mosshart (ex-Discount, The Dead Weather), lançou o seu 4º disco de estúdio, “Blood Pressures“, um dos álbuns mais comentados do ano.

Novamente comprovando o seu bom gosto e apostando em lançamentos, digamos, “alternativos”, o selo Lab 344 trouxe essa belezinha para o Brasil, que já pode ser encontrada nas prateleiras e sites de diversas lojas.

Para quem acompanha os trabalhos da dupla e estava ansioso para o lançamento do sucessor de “Midnight Boom” (considerado por muitos como o melhor registro do Kills), “Blood Pressures” não desaponta. Ele mostra o Kills mais evoluído; dando mais atenção às batidas dançantes e, até mesmo, explorando e inserindo novos estilos ao seu singular e ótimo som.

Com esse novo trabalho, o duo continua provando o quanto é perfeita a combinação de suas vozes tão marcantes com os belos timbres da Hofner tocada por Hince; isso é notório logo na primeira faixa do álbum, “Future Starts Slow“. A faixa é composta por uma melodia pegajosa, com batidas e riffs que nos levam a entender o porquê dessa ser o atual single da dupla.

Se ainda existia alguma dúvida quanto a versatilidade musical do Kills, ela desaparece em “Satellite“, primeiro single de “Blood Pressures”, inspirado por uma ligação que o recém-casado, Hince, fez para sua esposa, a modelo Kate Moss, quando estavam em países distintos.
A música conta com alguns elementos de “Fisherman“, da banda jamaicana de reggae The Congos, além de uma belíssima vocalização nos refrões, auxiliada pelo REV Gospel Choir.

Com, possivelmente, a melhor letra do disco, que retrata o amor de um jeito ácido, “Heart Is A Beating Drum” é o tipo de música que nos faz imaginar como seria a performance ao vivo de “VV”, que sempre dança, à sua maneira personalizada, músicas com rítmos como o que essa tem.

A faixa seguinte, “Nail In My Coffin“, é, sem dúvida alguma, a mais empolgante do registro. Além de despertar a vontade de arriscar cantarolar os “oh, oh, oh, oh’s”, ela chega a lembrar “Cheap and Cheerful” (do álbum anterior) por ter, em certo momento, a bateria rufada.

O Kills também preparou duas ótimas surpresas para este disco: Ele traz, pela primeira vez, Jamie Hince interpretando uma faixa sozinho: A curta, sutil e questionativa “Wild Charms” que, notavelmente, está ligada à “DNA“, que funciona como resposta para a anterior, além de ter um riff encorpado no refrão, contando também com a participação do REV Gospel Choir.

Em “Baby Says“, temos como destaque o riff trêmulo da guitarra de Hince, juntamente a sobreposição dos vocais, além da bateria rufada de forma delicada no final da faixa.

The Last Goodbye” é a música favorita da mãe de Alison, o que não é de se espantar, já que é uma canção que, apesar de triste, é extremamente emotiva, pois nos remete ao sentimento angustioso de profunda perda, também refletido no tom da voz da própria Alison.

Para reverter o clima meloncólico, “Damned If She Do“, assim como a maioria das faixas do disco, é animada, porém tem um clima bem soturno, que nos faz lembrar dos primeiros anos de existência do Kills.

Com uma batida envolvente, “You Don’t Own The Road” nos prende no refrão, onde há uma bela distorção na voz de “VV”, que ressalta ainda mais a sensualidade da faixa.

O disco não poderia terminar melhor. Com riffs feitos no violão acompanhando uma espécie de “marcha fúnebre”, “Pots And Pans” hipnotiza quando a guitarra entra e, então, “VV” começa a repetir incansavelmente a frase “These are the days we’ll never forget / When the dawn dawns on you“.

Além da música, outro ponto a ser destacado é o lindo e cuidadoso trabalho de arte feito para o registro. O encarte, na verdade, é um livreto composto por 26 páginas, que traz todas as letras do álbum, pinturas e montagens criadas por “Hotel” e “VV”. Já na contracapa, há um desenho da dupla feito e fotografado por Robert Knoke.
Ao retirarmos o disco da embalagem, lemos “você será afortunado em tudo aquilo que puser as mãos”. Isso, sem dúvida é refletido no talento da dupla, que, se continuar lançando álbuns como este, irá sacramentar exatamente essa ideia.

Nota: 8,5/10.

Para ouvir o registro na íntegra e tirar suas próprias conclusões, clique aqui.

The Kills - Blood Pressures

The Kills - Blood Pressures

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