Resenha: Iron Maiden em Recife

Resenha: Iron Maiden em Recife
Fotos por Rafhael Fonseca e vídeos por Canal Burgos

Depois de uma caminhada de 15 minutos da parada de ônibus até a entrada do local do show e uma espera de mais uns 30 minutos observando o movimento no local, onde muitos fãs tiravam fotos do banner na entrada, que tinha os dizeres “Bem-vindo ao show da banda mais devastadora do planeta!”, entrei na área externa do Centro de Convenções de Pernambuco às 17h30. A movimentação dentro do local do show já era muito boa. Os portões foram abertos às 16h e boa parte do público já estava guardando o lugar para o show, que só começaria às 20h. Era mais uma noite produzida pela Raio Lazer.

Em um show de uma banda com mais de 30 anos de carreira, como o Iron Maiden, é um clichê descrever que havia famílias circulando. Duas gerações e até mesmo três gerações juntas para assistir ao espetáculo da noite. O público era formado também por gente do interior do estado e de todo o nordeste, visto que a apresentação da banda era única na região.

Com 15 minutos de antecedência, às 18h45, a banda de abertura, a pernambucana Terra Prima, subiu ao palco para empolgar o público que já se aglomerava junto à grade e aquecer os fãs da Donzela de Ferro. Com o pouco tempo destinado para o show, 30 minutos, a banda já chegou executando “A Time To Fly” e logo em seguida “Rage”. Com uma sonoridade que lembra muito Angra e até mesmo Dream Theater, a banda Terra Prima agradeceu o público, a produção e ao Iron Maiden por aquela noite. “Await The Story’s End” e “Life Carries On” foram tocadas para uma aglomeração cada vez maior, visto que o show principal se aproximava. Para finalizar o vocalista Daniel Pinho pediu a ajuda do público na última canção. Quando as primeiras notas do riff de “Enter Sandman” do Metallica começaram, a vibração foi geral. Assim a Terra Prima deixou o palco às 19h20.

Cerca de 40 minutos depois, a faixa “Doctor Doctor” da banda UFO anunciava o início de mais um show do Iron Maiden. O público, tanto no frontstage como na pista, aguardava cada vez mais ansioso. Um dos roadies pediu que a galera gritasse antes dos panos que cobriam o palco serem retirados. O público atendeu ao pedido. O pano caiu e mostrou o palco vazio. Os telões começaram a exibir o vídeo de introdução com a faixa que abre o novo disco, “Satellite 15… The Final Frontier”. O palco começava a ser iluminado. Bruce Dickson cantava, porém nas imagens dos telões. A banda entrou no palco e continuaram a faixa com os próprios instrumentos e com o Bruce de carne e osso correndo para todos os lados.

Em seguida veio “El Dorado”, onde, assim como na primeira música, o público ajudava nos refrões. Nessa faixa já começavam os desfiles de solos dos três guitarristas. Após iniciar o show como no disco “The Final Frontier”, o sexteto fez o público cantar junto com “Two Minutes to Midnight”. Após o primeiro clássico, Adrian Smith e Dave Murray, dois dos guitarristas, saíram do palco e deixaram Bruce, Janick Gers, guitarrista, Steve Harris, baixista e Nicko McBrain, baterista, iniciarem “The Talisman”, também do mais recente trabalho. O dedilhado do violão acalmou o público no início, mas com a volta dos dois guitarristas, o peso das distorções voltou e levantou mais uma vez a platéia.

A cada música os planos de fundo iam mudando, ajudando, assim, a ambientar o momento. Antes de “Coming Home”, Bruce conversou com o público e elogiou o fato de não estar chovendo. E lembrou que era a segunda vez que a banda estava tocando ali e que estavam gravando imagens para um possível DVD e quem sabe a cidade poderia figurar no material. “Dance to Death” foi tocada e mostrando sempre um Janick muito animado do lado direito do palco e o baterista Nicko fazendo parecer fácil tocar seu instrumento. Bruce saiu de cena, o plano de fundo mudou para o Eddie carregando a bandeira do Reino Unido rasgada e Bruce ressurge carregando uma bandeira semelhante. “The Trooper” começou a ser tocada. Aparentemente um dos pontos mais altos da noite.

A todo momento Bruce repetia seu famoso grito com a cidade do show em questão, “Scream for me, Recife!” – momento para explicar o título do post. Recife/Olinda visto que o primeiro local do show era em Recife, no Jockey Clube de Pernambuco, onde a banda tocou em 2009. Recentemente a produção alterou para a área externa do Centro de Convenções, que fica na cidade de Olinda, vizinha da capital pernambucana.

Antes das próximas músicas, Bruce pegou um aviãozinho do chão e perguntou desconfiado “Aces High? Aces High?”, em alusão a outro clássico do Iron Maiden. Mas não foi dessa vez que o grupo mudaria o ensaiado repertório. Em seguida vieram “The Wicker Man”, “Blood Brother”, que foi dedicada ao Japão. Mais uma vez o plano de fundo mudou e mostrou uma cidade devastada. “When The Wild Wind Blows” alterna entre momentos de calmaria e os pesos das guitarras e o baixo de Steve Harris. São 11 minutos de música, a última do novo disco. “The Evil That Men Do”, “Fear Of The Dark” e “Iron Maiden” fecharam a primeira parte do set antes da saída da banda. Um Eddie de 3 metros de altura circulou pelo palco durante a música que dá nome à banda.

A famosa narração do livro de Apocalipse da Bíblia fez com que o público voltasse a gritar. A banda voltou com “The Number of The Beast”. Em seguida foi a vez de “Hallowed Be Thy Name” e por fim “Running Free”, onde a canção é finalizada com Bruce apresentando toda a banda e agradecendo mais uma vez por aquela noite, às 22h em ponto. Os mais de 14 mil presentes também agradeceram e esperam que a cidade seja lembrada nas próximas turnês.

Terra Prima

Após encerrar o show de abertura, João Nogueira, tecladista da banda Terra Prima, desceu para o frontstage para acompanhar o Iron Maiden. Conversei rapidamente com ele sobre como surgiu a oportunidade de abrir o show. João disse que não ficou muito por dentro do processo pois ele mora em Boston e veio apenas para o show. “Eu fiquei por fora disso ai. Quando eu vi foi meio surpresa assim. Os caras já anunciaram que a gente vai abrir pro Iron Maiden. Ai já me ligaram. O baixista ajeitou as passagens, eu vim e cheguei na sexta-feira e já volto amanhã”.

Sobre o show de sua banda João comentou que estava muito ansioso pra tocar pois era para o público do Iron Maiden. “Não tenho nem como descrever. Foi muita emoção!”, disse o músico. Apesar de não poder ter falado com os membros do grupo inglês, João disse que deu pelo menos pra ver pelo backstage e disse que eles são bem reservados e estavam se preparando para o show. Sobre o grande espetáculo da noite, João disse que era seu quarto show do Iron Maiden e disse que não tem como a banda não fazer um show muito bom.

Sobre o Terra Prima, o tecladista disse a banda está organizando uma turnê européia para o final do ano e que até lá a banda deve fazer shows pelo Brasil e que, por conta de seus estudos em Boston, João não tem como participar deles.

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