O primeiro dia do Festival SWU foi marcado por quase 50.000 pessoas aproveitando a baita infra-estrutura do evento e acontecimentos que foram desde o grande show do Infectious Grooves até o caos e as falhas técnicas no Rage Against The Machine e o show morno do Mars Volta.
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Brothers Of Brazil
A banda formada por Supla e seu irmão João Suplicy foi a primeira a subir a um dos palcos principais, e começou o show
mostrando a mistura entre MPB e Punk que surpreendentemente funciona bem demais com Supla na bateria e vocais e João no violão e
vocais.
Além das músicas próprias os caras mandaram covers de Lady Gaga, da clássica “Johnny B Goode”, clássicos da MPB como “Mas Que Nada” e faixas da carreira solo de Supla, como “Garota de Berlin” e “Green Hair”, que Supla anunciou como sendo também conhecida como “Japa Girl” e fez com que o público vibrasse e cantasse junto.
O show do Brothers foi muito legal, e levantou o público que já se aglomerava em frente aos palcos que mais tarde trariam
Mars Volta e Rage Against The Machine. Apesar de contar apenas com violão, voz e bateria, os caras conseguiram prender o
público e preencher o ambiente. Mandaram bem!
Nota importante, Eduardo Suplicy, pai dos Brothers, estava no evento , chamou a atenção de toda imprensa, aguentou piadinha de Rafael Cortez do CQC e até distribuiu uma cartilha sobre projeto de cidadania para o Rage Against The Machine.
Black Drawing Chalks
Fotos In Press / SWU
Se o Black Drawing Chalks não tivesse sido escolhido pelo público para tocar no evento, a organização deveria ter feito o
convite de qualquer jeito.
Os goianienses fazem rock do melhor e começaram logo de cara com o hit “Don’t Take My Beer”, levantando o público à frente
do Palco Ar, que já ia se espremendo na grade para esperar o Rage Against The Machine.
Mais 6 músicas vieram em seguida, todas quase sem parar, e a banda que fez muito provavelmente o show mais rock’n’roll tradicional do dia finalizou seu set sob aplausos de todos os espectadores.
Se você ainda não conhece o quarteto, vá atrás!
Infectious Grooves
Pra deixar bem claro que são de Venice Beach, California, o Infectious Grooves foi apresentado por seu vocalista Mike Muir urrando a cidade-natal da banda e destilou a sua mistura de funk com metal através de músicos extremamente competentes. Com 2 guitarras, um baixista talentosíssimo e um baterista que mostrou seus dons através de um solo que deixou o público boquiaberto, a banda formada por membros do Suicidal Tendencies parecia estar muito confortável em cima do palco e com certeza arrecadou fãs ontem no SWU.
Além de peso e talento faixa após faixa, os caras ainda fizeram uma moral com o público ao chamar 4 pessoas da área premium para fazer backing vocal na música “Therapy”, de Ozzy Osbourne, cuja versão de estúdio tem participação do próprio Infectious Grooves.
Para finalizar o show, rolou a “cover” de “Pledge Your Allegiance” do Suicidal Tendencies, que costuma ser a faixa final dos shows do ST também, e fechou o set de outra banda que elevou o nível do primeiro dia da festa e com certeza será um dos shows mais lembrados desse festival.
Los Hermanos
Fotos In Press / SWU
Desde que anunciou seu fim/hiato/whatever, o Los Hermanos tem uma baita carta na manga que é agendar shows volta e meia criando uma comoção entre os fãs que se reúnem quase que religiosamente para assistir a banda.
No show do SWU, a banda tocou um set muito parecido com o do festival Just A Fest, onde abriu os shows do Kraftwerk e Radiohead. Começando com músicas mais animadas como “Além Do Que Se Vê”, “Todo Carnaval Tem Seu Fim” e “Retrato pra Iáiá” e embarcando depois em sons mais tranquilos, a maioria oriunda do disco “4”, a banda não trocou o certo pelo duvidoso e fez um show que não teve novidade alguma em relação ao resto das apresentações da banda.
Apesar de Camelo ter subido ao palco dizendo que não havia palavras para descrever a importância do público e do que as pessoas ali presentes significam para a banda e para aquele momento, a sintonia entre todos os membros não parecia ser das melhores, com o próprio Camelo parecendo muitas vezes disperso.
Me surpreendi que os gritos de “Volta Los Hermanos” não foram tão presentes dessa vez, e respondendo à pergunta recorrente de quando os Hermanos tocam, não me parecia que eles iam voltar.
Mutantes
O Mutantes se apresentou no SWU como um dos representantes do revival dos anos 60 e uma vocalista, Bia Mendes, grávida.
Enquanto o pessoal esperava pelos shows que viriam logo depois, como Los Hermanos, Mars Volta e RATM, os caras tocaram músicas do último disco, “Haih… or Amortecedor” e clássicos já bem conhecidos como “Minha Menina”, “Top Top” e “Balada Do Louco”.
Apesar de um line-up que não tinha muito a ver com o som da banda, o Mutantes conseguiu arrancar vozes da multidão com seus sons mais conhecidos, mesmo que a recepção tenha sido morna.
The Mars Volta
Fotos In Press / SWU
A noite estava chegando ao seu fim e a segunda maior atração da noite subiu ao palco.
O Mars Volta de Cedric Bixler-Zavala e Omar Rodríguez-Lopez começaram a se apresentar e com um set de, oficialmente, 5 músicas, proporcionou diversas Jams durante seu show.
Guitarras técnicas e a voz inconfundível de Cedric marcaram o set que através de sons como “Cotopaxi”, “Eriatarka” e “Cicatriz ESP” navegou entre riffs quase catastróficos e momentos de muita calmaria.
Durante os quase nulos intervalos, o público que estava mais perto do Palco Ar já gritava “RAGE, RAGE, RAGE”!
Sem falar muito, a banda fechou seu set e Omar soltou um “thank you” fora do microfone, só perceptível por leitura labial através do telão.
A opinião geral do público é que o show do Mars Volta foi bastante morno, e a impressão que eu fiquei é que apenas os fãs mais fervorosos do grupo aproveitaram a apresentação no SWU.
Rage Against The Machine
Fotos In Press / SWU
O primeiro dia do festival trouxe aquele que é considerado por muitos o maior nome do SWU Brasil, e não para menos.
Após uma longa espera finalmente os fãs de Rage Against The Machine puderam ver a banda ao vivo e eu posso lhes garantir que desde o primeiro acorde de “Testify”, que abriu o show, a banda, o público, o show e a organização do evento tiveram momentos calmos como uma bomba.
Durante os dias que anteciparam os shows, houve muita conversa de invasão da área premium, e minutos antes da apresentação da banda, enquanto o Mars Volta ainda estava no palco, muitos problemas já aconteceram perto da barricada que separava as áreas.
A banda começou a tocar e o inevitável aconteceu, muita gente da frente começou a ser retirada pois estava passando mal, e infelizmente essa situação fez com que as atenções ficassem divididas entre o baita show histórico que acontecia no palco e o tumulto que se dava no público.
Após mais ou menos 20 minutos de show, a barricada que segurava o público foi danificada, e a organização interrompeu a apresentação. Um membro do staff pediu para que cada pessoa desse alguns passos para trás, para aliviar um pouco a situação, mas de pouco adiantou. Mesmo dizendo que o show só retornaria após a estabilização da situação, o público permanecia colado à barricada.
Nem mesmo o pedido de Zack De La Rocha, dizendo que era pra cada um cuidar do próximo e, “por favor, se afastar só um pouquinho” serviu para fazer com que as pessoas o fizessem.
Depois de uma pausa de mais ou menos 5 minutos a banda voltou a tocar, e após uns 15 minutos veio outra interrupção, dessa vez por problemas técnicos. O som do palco que vai para o público simplesmente sumiu. O som que vinha dos 2 palcos emudeceu, para as primeiras vaias do público, que via o Rage Against The Machine continuar mandando bala em cima do palco já que o retorno para eles estava funcionando perfeitamente.
O primeiro problema aconteceu e voltou razoavelmente rápido, durante uma mesma música, o que aliviou o efeito negativo da falha, pois aparentemente a banda nem percebeu, mas quando o som ficou mudo novamente e dessa vez por um tempo maior, a banda foi obrigada a parar a apresentação e aguardar a resolução da falha.
Vaias e reclamações naturalmente surgiram, e o problema demorou um tempo razoável a ser resolvido, e à medida que ia voltando, viu a banda improvisando uma jam para garantir que o som tivesse voltado.
Falhas à parte, o show contou com a maioria dos clássicos da banda, que levaram a Arena inteira à loucura, incluindo “Testify”, “Bulls On Parade”, “Bombtrack”, “Bullet In The Head”, “Sleep Now In The Fire” e “People Of The Sun”, que foi dedicada aos “corajosos do MST” , sim o Movimento dos Sem Terra, que segundo informações inclusive recebeu ingressos diretamente da banda.
Após fechar a primeira parte da apresentação, a banda voltou para tocar “Freedom” e “Killing In The Name”, sendo que a última fez com que todo e qualquer ser humano presente na fazenda Maeda começasse a pular e gritar. Espetacular!
Problemas à parte, o show foi épico e a energia tanto de banda quanto de público foi algo que quem perdeu vai se arrepender. Só faltou um pouquinho mais de organização para prever que os problemas iriam acontecer.