30 – Mãe! (2017)

Mãe! é um daqueles filmes que o público 1) amou 2) odiou profundamente. Sem um meio termo.

Vários fatores podem ter influenciado na polarização da recepção, como o tom levemente arrogante de Darren Aronofsky ao explicar tim-tim por tim-tim sobre o que filme se tratava em entrevistas depois da estreia, ou a própria forma como a história foi contada. O que importa é que o filme é uma montanha-russa, começando com uma cara mais lenta e descritiva, depois vai acelerando o ritmo até você se perguntar “como vim parar aqui, eu só tenho 6 anos”?

O posicionamento da câmera, sempre próxima de Jennifer Lawrence, a atuação dela e de Javier Barden e os ótimos efeitos visuais fizeram com que o filme fosse, de fato, uma bela obra cinematográfica.

Mãe
Mãe. Foto: Divulgação

29 – Moonlight – Sob a Luz do Luar (2016)

O diretor Barry Jenkins é um dos nomes da nova geração que “cheira a Oscar”. Ainda mais nessa onda de representatividade pela qual a sociedade como um todo está aprendendo a adotar, nomes como o dele e filmes como Moonlight tendem a ganhar muitos holofotes.

A produção toca em pontos delicados, como homossexualidade, abandono parental e criminalidade, além de fazer tudo isso por meio de um elenco negro.

Além das próprias qualidades, Moonlight ainda fez parte da maior trapalhada na história do Oscar, quando ganhou o prêmio principal, de Melhor Filme, mas não antes de ele ter sido entregue por engano a La La Land. Uma gafe histórica, mas que acabou fazendo justiça.

28 – Roma (2018)

Fugindo da polêmica entrada da Netflix no circuito de premiações do cinema, Roma conseguiu se destacar pelo que é: uma verdadeira obra de arte. Preto e branco, realista, incômodo. Alfonso Cuarón conseguiu transportar para as telas um retrato quase perfeito da vida real, com as idas e vindas de uma protagonista que era apenas uma pessoa comum, vivendo sua vidinha ali no México dos anos 70.

Roma tem uma parte técnica impecável, com uma fotografia magnífica, trilha sonora precisa e, principalmente, uma direção consciente do que faz, harmonizando todos os outros elementos para passar uma mensagem maior. Esse filme é mais um que bate firme na tecla do abismo social entre ricos e pobres, deixando uma sensação desconfortável por mostrar como a realidade pode ser cruel mesmo nos finais felizes.

https://www.youtube.com/watch?v=ICR6YvcyyJc&t=6s

27 – Ex-Machina (2015)

O suspense estrelado por Oscar Isaac, Alicia Vikander e Domhnall Gleeson é uma baita obra de ficção científica. A história em si é simples: um programador de uma grande empresa ganha a chance de passar uma semana na reclusa residência do CEO da empresa, um gênio excêntrico. Lá ele descobre que está envolvido, na verdade, em um experimento bem mais complexo e eticamente questionável.

A beleza de Ex Machina é a profundidade dos debates propostos, passando por assuntos como inteligência artificial e o desenvolvimento de consciência em máquinas (o Teste de Turing é amplamente citado aqui). Os diálogos são excelentes, o que rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Original. Falando em premiação, o filme ganhou o Oscar de Melhores Efeitos Visuais daquele ano.

https://www.youtube.com/watch?v=-mMcv-yWme8

26 – Era Uma Vez… Em Hollywood (2019)

Esse é o “menos Tarantino” dos filmes de Quentin Tarantino, mas nem por isso deixa de ser uma belíssima obra. O que vemos na tela é muito bom, claro, mas o trabalho por trás das câmeras é o que chama ainda mais a atenção. A recriação da Hollywood dos anos 70 foi impecável, transportando o espectador direto para aquela época. Tudo ali é uma espécie de metalinguagem, usando o cinema para falar sobre cinema.

Além disso, a presença de Sharon Tate em seus últimos momentos de vida saiu do simples retrato de um acontecimento marcante para uma homenagem. A atuação de Margot Robbie contribuiu muito para isso, inclusive.

Falando em atuação, mais um show de Leonardo Di Caprio e Brad Pitt finalmente conseguiu o papel que o deu um Oscar (ele foi premiado como Melhor Ator Coadjuvante).

25 – Em Ritmo de Fuga (2017)

Edgar Wright se prova novamente um grande diretor ao transformar uma história simples em uma narrativa super empolgante. A trama acompanha um jovem piloto de fuga que ouve música o tempo todo para abafar um zumbido que o acompanha desde a infância. A trilha sonora, então, se torna um componente importantíssimo para o desenrolar dos acontecimentos, já que ela está sempre com o protagonista.

O diretor ainda faz com que as músicas estejam perfeitamente alinhadas às manobras de ação, colocando o espectador praticamente dentro do carro. Além disso, o texto de Wright é inteligente e faz com que o filme não dependa das sequências frenéticas para se sustentar. Em Ritmo de Fuga é, com certeza, uma das melhores surpresas dos últimos anos.

24 – Histórias Cruzadas (2011)

Apesar de apelar em diversos momentos para a comédia, Histórias Cruzadas continua contando uma história pesada. Isso porque o filme trata de um tema real, que foi a luta por direitos das empregadas domésticas negras na metade do século XX, nos EUA.

É o carisma das protagonistas vividas por Viola Davis e Octavia Spencer que dá tons ligeiramente engraçados à produção e que deixam mais fácil digerir as críticas sociais ali presentes. Nem sempre o filme precisa chocar para impactar o público, e Histórias Cruzadas mostra bem isso, sem perder o foco em momento algum.

Historias Cruzadas
Histórias Cruzadas. Foto: Divulgação

23 – Homem-Aranha no Aranhaverso (2018)

Foram tantos lançamentos de Homem-Aranha nos últimos 20 anos que já não havia nenhuma expectativa sobre o que poderia vir daqui. Porém, Aranhaverso é uma das melhores produções animadas não apenas entre super-heróis, mas de todo o cinema. A mistura de estilos diferentes de animação criou uma dinâmica interessantíssima, aliada a uma trilha sonora incrível.

A apresentação de Miles Morales como protagonista e um Peter Parker diferente de tudo que já havia sido feito ainda deram um gás à história do Teioso. Apesar de ser voltada, a princípio, a um público mais infantil, a história é muito boa e o sentimento ao terminar de assistir é de muita satisfação.

Homem-Aranha no Aranhaverso
Homem-Aranha no Aranhaverso. Foto: Divulgação

22 – Vingadores: Ultimato (2019)

O gran finale da primeira década do Universo Cinemático da Marvel merecia um encerramento decente e conseguiu cumprir a missão. A conexão do Ultimato com Guerra Infinita foi feita de forma bem sólida, tanto que não se falava de outra coisa durante os doze meses que os separam: como os heróis vão voltar?

Apesar de depender muito das referências que o público conseguiria trazer como bagagem de todos os filmes que vieram antes, Ultimato tem muitos méritos ao explorar o sentimento que o próprio MCU construiu ao longo dos anos. Além disso, saídas que aparentemente seriam convenientes demais acabam sendo relevadas por causa das regras estabelecidas no próprio universo.

Outra característica que conta a favor do último filme dos Vingadores é a grandiosidade de tudo o que acontece. A proporção da batalha final é algo assustador, com todos os personagens que tanto amamos lutando lado a lado. É lindo demais!

Vingadores Ultimato
Vingadores: Ultimato. Foto: Divulgação/Marvel

21 – Inside Llewyn Davis (2013)

Drama escrito pelos irmãos Coen, Inside Llewyn Davis é, de início, basicamente sobre algo que ninguém quer: fracasso. Na época, o próprio Joel Coen explicou que já havia muitos filmes sobre o sucesso. Alguém tem que explorar a frustração.

Aqui, é o cenário musical do folk que embala a produção. Oscar Isaac manda muito bem e pode-se dizer que esse foi o papel que o credenciou para grandes produções que ele estrelaria nos anos seguintes. Com roteiro recheado de textos ótimos e músicas minuciosamente calculadas para cada momento, o filme mostra como podemos extrair entretenimento também da derrota.

20 – Whiplash – Em Busca da Perfeição (2013)

Whiplash é um filme sobre um estudante de música e Miles Teller até vai bem no papel do protagonista, transmitindo muito bem o sentimento do jovem que é bom no que faz e quer ser reconhecido como tal. Mas quem rouba a cena é J.K. Simmons – não à toa, levou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante de forma até fácil naquele ano.

O professor interpretado por ele comete assédios tão absurdos para tirar o maior potencial do seu aluno que chega a dar raiva. Gritos, humilhações, agressões… Whiplash faz com que o espectador questione se vale mesmo a pena passar por tanta coisa para alcançar um sonho. Na direção, Damien Chazelle já chegou chegando, ganhando um lugar especial naquele time de “diretores de Oscar” logo em seu primeiro trabalho de grande destaque.

19 – Cisne Negro (2011)

Como já falamos, Darren Aronofsky é marcado por um estilo bastante característico. Ele faz com que a emoção dos seus personagens – e, consequentemente, seu público – atinjam extremos de forma muito precisa. Em Cisne Negro, ele ainda contou com a colaboração da ótima atuação de Natalie Portman para contar uma forte história de superação.

Aqui, a bailarina Nina passa por duras batalhas físicas e psicológicas para interpretar O Lago dos Cisnes, balé de Tchaikovsky que virou uma obsessão. É uma jornada tensa, mas muito boa de se acompanhar.

Cisne Negro
Cisne Negro. Foto: Foto: Divulgação.

18 – O Lobo de Wall Street (2014)

A adaptação da história do ex-corretor de ações Jordan Belfort tem vários atrativos. Além da direção sempre gostosa de assistir de Martin Scorcese e da atuação primorosa de Leo Di Caprio, muita gente esquece que essa foi a estreia de Margot Robbie em Hollywood – ela já era bem famosa na Austrália, mas só começou a brilhar para o mundo em 2014.

Apesar de polêmica, a trajetória do golpista de Wall Street é muito interessante para saber como funciona o mercado de ações e como essa galera ganhava dinheiro de forma, muitas vezes, imoral. Um bocado de gente se queixou de uma possível glorificação desse estilo de vida criminoso, mas acaba sendo apenas mais um de vários filmes sobre bandidos célebres na história dos EUA.

O Lobo de Wall Street
O Lobo de Wall Street. Foto: Divulgação

17 – Coringa (2019)

Já falamos muito sobre o Coringa por aqui, mas não custa nada reforçar o grande trabalho realizado por Todd Phillips, Joaquin Phoenix e cia. A mais recente adaptação do vilão do Batman conseguiu um status que nenhum filme de super-herói havia atingido anteriormente. Além das inúmeras indicações ao Oscar, o prêmio de Melhor Ator para Joaquin Phoenix serviu para mostrar como diferentes abordagens dos universos fantásticos podem, sim, arrancar boas performances e resultar em ótimos filmes.

Coringa Trailer Joaquin Phoenix
Foto: Reprodução/YouTube

16 – 1917 (2019)

A perfeição técnica de 1917 é algo para ficar na história do cinema. Pode parecer exagero, mas esse foi o primeiro filme que colocou o espectador diretamente dentro do campo de batalha de uma guerra, lado a lado com os protagonistas. A maior responsável por isso, claro, é a escolha por filmar tudo em dois longos planos-sequência (sabemos que há mais cortes, mas estão muito bem disfarçados).

A história acaba ficando em segundo plano por ser básica, realmente. Porém, isso não diminui em nada a grandiosidade da produção. O diretor, Sam Mendes, e o diretor de fotografia, Roger Deakins, desempenharam papéis incríveis para que tudo saísse redondinho – e saiu.

15 – Django Livre (2012)

Quentin Tarantino já é mais do que um simples diretor. Ele é uma marca, com características que tornam seus filmes reconhecíveis a quilômetros de distância. Algo que é comum em sua filmografia, porém, é o enorme leque de temas que ele consegue tratar. Em Django Livre, ele conseguiu juntar uma espécie de faroeste com blaxploitation, em uma mistura que já tinha tudo para ser boa, mas foi potencializada por um elenco ridiculamente talentoso.

Leonardo Di Caprio poderia tranquilamente ter ganhado o seu tão sonhado Oscar aqui (ele só conseguiu três anos depois), mas ele teve o “azar” de contracenar com Christoph Waltz em um dos papéis mais brilhantes de sua carreira. Completando o trio de estrelas, Jamie Foxx fez parecer fácil interpretar um escravo liberto que busca a liberdade da esposa – e vingança, claro.

Sempre é bom lembrar que Django Livre tem aquela cena improvisada na qual Di Caprio corta acidentalmente a própria mão e continua atuando como se nada tivesse acontecido. Incrível!

Django Livre
Django Livre. Foto: Divulgação

14 – Ela (2014)

Ela tem uma ótima história, é verdade, mas o que eleva o patamar do filme é o nível absurdo das atuações de Joaquin Phoenix e Scarlett Johansson. O primeiro, por estar presente em praticamente todas as cenas, tem que ser muito convincente para transmitir a enxurrada de sensações que o personagem passou ao longo do tempo.

Já Scarlett, por outro lado, interpreta um sistema operacional que o protagonista instala no computador. Ela aparece em um total de zero cenas, sendo obrigada a atuar apenas com a voz – o resultado é maravilhoso! Spike Jonze conseguiu extrair até mais do que se imaginaria de uma premissa como esta.

Ela
Ela. Foto: Divulgação

13 – Divertida Mente (2015)

Divertida Mente surpreendeu ao colocar o público dentro da mente de uma criança para ver como suas emoções reagem a eventos do dia a dia. E claro, como já é de praxe com a Pixar, muitas das mensagens transmitidas pela história são para os adultos.

Esse, na verdade, é o grande mérito do filme: dialogar tanto com os mais jovens quanto com os adultos. É divertido, é emocionante, é didático… mais um filme incrível para a galeria do estúdio.

Divertida Mente
Divertida Mente. Foto: Divulgação/Pixar

12 – O Irlandês (2019)

O filme de máfia mais esperado de todos os tempos já é reconhecido, entre outros rótulos, como “o filme de três horas e meia do Scorcese”. Mas O Irlandês é muito mais do que isso, claro. A reunião do diretor com seus queridinhos Robert De Niro, Al Pacino e Joe Pesci é uma aula de como fazer cinema, desde a espera paciente até que um estúdio topasse arcar com os altos custos de produção até as questões técnicas, de fato, como a direção e os efeitos visuais de rejuvenescimento dos personagens.

Esse é o épico gângster que todos realmente estavam esperando e, apesar de não ter sido premiado no Oscar (mesmo com 9 indicações), já se tornou um item obrigatório na filmografia de Martin Scorcese.

11 – A Pele Que Habito (2011)

Pedro Almodóvar deu um “presente” aos seus fãs com A Pele Que Habito. O roteiro é uma adaptação do livro Tarântula, de Thierry Jonquet, e a história vai muito além da atuação de Robert Ledgard (Antônio Banderas) como cirurgião e da sua pesquisa científica para a criação de uma pele sintética.

Nas palavras do próprio diretor espanhol, trata-se é um terror sem gritos e sustos – e é bem isso mesmo. A loucura da trama envolve discussões influenciadas por Frankenstein, o mito de Édipo, debates sobre sexualidade, amor… A estética e o ritmo ainda se afastam dos grandes filmes comerciais de Hollywood, o que é bom, para lembrar de vez em quando que “há cinema fora dos Estados Unidos”.

A Pele Que Habito
A Pele Que Habito. Foto: Divulgação

 

PÁGINA ANTERIORPRÓXIMA PÁGINA

 

OUÇA AGORA MESMO A PLAYLIST TMDQA! ALTERNATIVO

Clássicos, lançamentos, Indie, Punk, Metal e muito mais: ouça agora mesmo a Playlist TMDQA! Alternativo e siga o TMDQA! no Spotify!