A Day To Remember lança
Foto: Divulgação

A Day to Remember é uma banda marcante para quem viveu o Punk Rock e o Hardcore dos anos 2010.

Os caras seguem (muito) na ativa até hoje, e estarão no Lollapalooza Brasil neste ano de 2020. Por lá, irão apresentar grandes sucessos de discos como Homesick (2009) e What Separates Me From You (2010), mas os fãs estão esperançosos em ver canções do novo trabalho You’re Welcome.

Inicialmente previsto para Novembro do ano passado, o álbum foi adiado para o “começo de 2020”. Enquanto ainda esperamos pelo lançamento oficial, a banda acalmou os ânimos dos mais ansiosos com o lançamento do single “Resentment” — uma das melhores faixas dos caras até hoje.

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Misturando mais elementos modernos e eletrônicos com os tradicionais breakdowns que o ADTR propõe há anos, “Resentment” mostrou que ainda há muitos caminhos novos para serem explorados.

Quem confirmou isso foi o guitarrista Kevin Skaff, que nos concedeu uma entrevista exclusiva e deu detalhes sobre diversos assuntos incluindo, é claro, You’re Welcome. Confira a seguir!

Entrevista com Kevin Skaff (A Day to Remember)

TMDQA!: Olá, Kevin! Tudo bem contigo? Queria começar agradecendo por seu tempo e dizendo que esse é um momento bem legal pra mim, pois sou fã do A Day to Remember há anos. Dito isso, estou muito ansioso para o novo álbum depois de ouvir “Resentment”, que pra mim é uma das melhores faixas que vocês já fizeram! Então eu queria perguntar: qual é o segredo para fazer músicas cada vez melhores e continuar evoluindo depois de tanto tempo juntos?

Kevin Skaff: (risos) Obrigado, cara! Tudo bem por aqui. Eu realmente não tenho uma boa resposta pra isso. A gente meio que só faz o que faz, sabe? A gente faz música para nós mesmos, e aquela coisa meio “esperamos que as pessoas gostem”. Mas, para esse novo disco, a gente trouxe um novo ouvido com o nosso amigo Colin, que está produzindo o álbum. Ele pegou um monte de elementos modernos e os colocou nas nossas composições e na produção desse disco. E eu acho que ele fez um ótimo trabalho em meio que modernizar o A Day to Remember, então você vai ouvir muito disso nesse álbum.

TMDQA!: Legal! É interessante você falar que fazem música para vocês mesmos, porque já ouvi o Jeremy [McKinnon, vocalista] dizer em entrevistas que as músicas do ADTR seguem uma “fórmula”. Como vocês conseguem impedir isso de virar um processo mecânico? Como continuar se divertindo com isso?

KS: (risos) Cara, é uma boa pergunta. Eu… não sei muito bem, cara. (risos) O processo de gravação é muito exaustivo emocionalmente. Nós nos entregamos muito a ele, e tem um grande grau de tensão, obviamente, já que ficamos muito tempo trancados em uma sala. Mas eu acho que continua divertido porque se você tem um sentimento tão grande sobre como uma música deve ser, e você está disposto a meio que lutar por isso, eu acho que acaba chegando como uma música em que você pode ouvir quanta emoção está ali.

Pra mim, uma fórmula nunca é uma coisa ruim para uma música. Desde que você consiga ouvir o cuidado, a emoção e o pensamento que vai à canção em geral. Eu poderia ouvir uma música que repete os mesmos três acordes o tempo todo, desde que a pessoa que está cantando sua história em cima disso passe uma verdade, um sentimento de que é uma história verdadeira que realmente aconteceu com essa pessoa. Eu ouviria isso o dia todo.

Shows no Brasil

TMDQA!: Bom, obviamente nós precisamos falar sobre os shows no Brasil! Vocês tocam no Lollapalooza e também em um show solo. Queria saber qual é a diferença, pra vocês, desses dois tipos de apresentação? Há alguma preferência?

KS: Sim, são duas coisas completamente diferentes! Eu realmente curto ambos por alguns motivos. Em primeiro lugar, nos shows solo, mesmo que sejam menores, todo mundo está lá pra ver você. A energia é elétrica, todo mundo fica louco. Faz você se sentir muito bem consigo mesmo. (risos) Festivais… Eu realmente gosto do desafio de ganhar as pessoas que não nos conhecem. E você meio que consegue perceber na plateia quem são esses, quem está meio chateado por você estar lá. Mas eu adoro ter novas possibilidades de conexão com pessoas!

TMDQA!: E imagino que pra vocês seja ainda mais divertido, já que vocês são uma das bandas mais pesadas a tocar no Lollapalooza Brasil até hoje.

KS: (risos) Eu estou extremamente empolgado, eu nunca estive em um Lollapalooza. Poder tocar em um, pela primeira vez, e na América do Sul, vai ser irado. E outra coisa legal de festivais é que você toca com pessoas que você nunca teria a oportunidade fora deles, artistas que você nunca entraria em turnê junto. A gente vai tocar com uma galera tipo o Travis Scott, vai ser muito doido. (risos)

TMDQA!: (risos) Vocês curtem isso, né? Essa mistura de gêneros.

KS: Sim! Óbvio! Você está falando com um cara que está em uma banda que funde gêneros o tempo todo. Eu gosto de tudo. E é por isso que eu acho que o Lollapalooza vai ser divertido, tem um pouco de tudo. (risos)

Parceria com Marshmello

TMDQA!: E falando sobre essa mistura de gêneros, a primeira música que vocês lançaram em 2019 foi “Rescue Me”, uma parceria com o Marshmello. Eu curti muito essa, me lembrou as coisas dos bons tempos de Punk Goes Pop. Sei que muita gente ainda tem preconceito com essas misturas, então como foi a resposta dos fãs a essa faixa?

KS: É bem Punk Goes Pop. (risos) Não teve muita crítica mesmo, cara. Eu acho que o lançamento inicial foi tão chocante [foi a primeira música em 3 anos] que ninguém criticou. (risos) Foi aquela coisa meio ‘Isso é insano, mas é o A Day to Remember… com o Marshmello’. Mas é isso, eu acho que você tem que continuar provocando as pessoas. Se você fizer a mesma coisa toda hora eles ficam cansados de você, haha. E essa colaboração meio que caiu do céu no nosso colo, então foi bem legal.

TMDQA!: Como foi que aconteceu?

KS: Na real, a gente só recebeu uma ligação. Falaram que o Marshmello era nosso fã das antigas e as coisas rolaram. Foi uma experiência muito legal.

10 anos de What Separates Me From You

TMDQA!: Eu queria ir um pouco pro passado agora, já que recentemente fizemos no site uma matéria relembrando discos que estão completando 10 anos de idade e o What Separates Me From You entrou lá. Eu sei que foi o seu primeiro disco com o ADTR, então imagino que ainda tenha um significado muito especial pra você e pra vocês.

KS: Eu amo demais aquele álbum! E o fato dele ainda estar soando bem hoje em dia é muito doido pra comigo. Várias das músicas dele que tocamos ao vivo são favoritas do público. E sei lá, faz você se sentir muito bem saber que você foi parte de algo que é tão especial quanto isso. Ele faz 10 anos em 2021? Ou é nesse ano? Minha memória é muito ruim.

TMDQA!: É nesse ano! Em 15 de Novembro.

KS: É nesse ano?! Caramba. Agora você está fazendo eu me sentir velho. (risos)

TMDQA!: Eu me senti velho quando descobri também! Eu ouvia quando era adolescente. Eu ia te perguntar agora se vocês tinham algum plano de comemoração, uma turnê de aniversário, mas pelo visto não, né? (risos)

KS: É… não. (risos) Eu não sei. A gente meio que nunca fez coisas de aniversário dos discos. Não fizemos para o Homesick, nem para o For Those Who Have Heart… Então, eu não sei. (risos)

TMDQA!: Bom, fica a ideia! (risos)

KS: Vamos pensar em algo! (risos)

Nova gravadora e novo disco

TMDQA!: Falando no passado, vocês já tiveram problemas com gravadoras há alguns anos. Agora vocês fazem parte da Fueled by Ramen, que tem um catálogo sensacional com nomes como Paramore, Panic! At the Disco, Twenty One Pilots e tantos outros. Como tem sido trabalhar com eles? Eles foram compreensivos quando vocês precisaram adiar o disco novo?

KS: Tem sido ótimo. É uma honra trabalhar com a Fueled by Ramen, e eles foram muito legais com o fato de precisarmos atrasar o disco por alguns meses. E eles estão nos ajudando em cada passo do caminho, sempre que encontramos algum obstáculo eles tentam nos ajudar, eles foram em vários dos nossos shows… Tem sido ótimo.

TMDQA!: E você já tem alguma novidade sobre o disco?

KS: Ele está TÃO perto de ficar pronto que eu posso sentir o gosto. (risos) Sério, deve sair muito em breve. (risos)

TMDQA!: (risos) E o que podemos esperar dele?

KS: Eu acho que tem um pouco de tudo. Tem um monte de coisa que coisa que você nunca ouviu o A Day to Remember fazer nele. Vai ser um disco mais longo, é super eclético e tem algumas músicas pesadas bem pesadas e algumas músicas leves bem… leves. (risos) Tem de tudo, cara. Está muito doido.

TMDQA!: Sensacional! Estou muito empolgado para ouví-lo. Muito obrigado pelo seu tempo e nos vemos por aqui!

KS: Eu que agradeço! Obrigado demais por curtir a gente e pelas perguntas. Até mais!

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