Foto: Kimberley French/Twentieth Century Fox

Taika Waititi é um dos diretores queridinhos do momento em Hollywood. Depois de bombar com o terceiro filme do Thor, ele ganhou mais visibilidade e, sobretudo, liberdade para inserir seu estilo em novas produções de grande alcance.

Para quem ainda não o conhece, Taika David Waititi tem 44 anos e nasceu na Nova Zelândia. No início da carreira, ele produziu uma série de curtas-metragens e produções menores, sempre com uma pegada mais cômica.

Além de estar à frente de obras super engraçados, ele é, em si, uma figuraça. Em 2005, quando compareceu à cerimônia do Oscar porque seu curta Two Cars, One Night estava indicado, ele fingiu dormir ao longo das premiações.

Com o tempo, passou a assinar a direção e os roteiros de longas-metragens, também atuando na maioria delas. Filmes de maior visibilidade, como O Que Fazemos nas Sombras foram elevando o patamar do diretor/ator em Hollywood e levando-o a festivais como Sundance. A cereja do bolo, claro, veio quando ele assinou com a Marvel.

Escolher um Top 6 não é uma tarefa muito difícil, já que ele tem apenas seis longas como diretor. Mas vale a pena conferir a filmografia deste que é uma das figuras mais carismáticas do cinema atual.

6 – O Que Fazemos Nas Sombras (2014)

Começando pela obra mais acessível do diretor, O Que Fazemos nas Sombras esteve por muito tempo no catálogo da Netflix e, agora, está disponível no Amazon Prime Video. Trata-se de um mockumentary sobre três vampiros que moram juntos em um apartamento na Nova Zelândia. 

O próprio Taika Waititi é o protagonista, ao lado de Jonathan Brugh e Jermaine Clement (com quem trabalhava desde o início da carreira). O filme trata das dificuldades na vida de um vampiro, como imortalidade, inadequação aos padrões e problemas com a luz, além de questões mundanas, como organizar as finanças e o convívio com os colegas.

5 – Boy (2010)

Boy é apenas o segundo filme da filmografia de Taika Waititi, mas todo o estilo que caracteriza o diretor já está presente aqui. A história acompanha um garoto (James Rolleston) que tem que lidar com a volta do pai (Waititi). Anos depois de ir embora, ele começa uma estranha busca por um tesouro que havia deixado para trás. Com o tempo, o garoto vai percebendo que a imagem heroica de pai era muito mais imaginação do que realidade.

Como era de se esperar, o filme é engraçado e, na mesma medida, comovente. É possível sentir um pouco de pessoalidade no tom da narrativa, com aspectos da vida do próprio diretor. E, se serve como incentivo, há uma coreografia de Michael Jackson misturada com o tradicional Haka (dança tribal maori) que é imperdível.

4 – Eagle vs Shark (2007)

Para ter uma clara dimensão do quanto Waititi evoluiu ao longo dos anos, é interessante assistir a Eagle vs Shark e, logo em seguida, a Hunt for the Wilder People. Aqui, primeiro filme da carreira do diretor, já vemos pitadas da comédia meio absurda com a qual estamos acostumados. A trama acompanha uma garota que tem um crush no empregado de uma loja de videogames e tenta impressioná-lo em uma festa temática… de trajes de animais. Quando ele a conhece, pede ajuda para se vingar de um bully que o atormentava.

Como é o primeiro longa-metragem da carreira do diretor e ainda falta refinamento em alguns aspectos. Mas é muito interessante ver como o estilo de Taika Waititi já estava ali e foi se modelando ao longo do tempo.

3 – A Incrível Aventura de Rick Baker (2016)

Em Hunt for the Wilderpeople (ou A Incrível Aventura de Rick Baker ou Fuga Para a Liberdade), Taika novamente aposta em uma narrativa engraçada e emocional, dessa vez muito mais apurada. Aqui, a trama conta a trajetória de um garoto rebelde que se vê envolvido em uma caçada no meio da floresta com um ranzinza membro da sua família adotiva.

Inspirado no livro Pork and Watercress, de Barry Crump, o filme teve boa receptividade do público e da crítica. Tanto pela direção e roteiro de Waititi quanto pela química entre os protagonistas, Hunt for the Wilderpeople é um filme gostoso. Não há uma complexidade absurda, mas também há qualidade na simplicidade.

2 – Thor: Ragnarok

Pode-se afirmar tranquilamente que Taika Waititi salvou os filmes solo do Deus do Trovão. Depois de duas produções pavorosas – facilmente entre as piores do Universo Marvel – Thor: Ragnarok deu uma repaginada na imagem que tínhamos do herói.

Uma das virtudes do diretor aqui foi entender que Chris Hemsworth rende infinitamente melhor em filmes de comédia. Além disso, foi abandonada a estética sombria dos antecessores para adotar uma fotografia muito mais colorida. O toque de Taika Waititi no universo dos super-heróis foi tão preciso que sua presença já está confirmada no quarto filme do personagem, quando será introduzida a Jane Thor.

1 – Jojo Rabbit (2019)

Já que as premissas excêntricas têm marcado a trajetória de Waititi, Jojo Rabbit veio para elevar isso a um outro nível. O garoto Jojo (Roman Griffin Davis) vive na Alemanha nazista e tem um amigo imaginário que é… Adolf Hitler. Se a controvérsia já era pouca, o próprio Waititi, que tem origem maori e judia, é quem interpreta o ditador da extrema-direita alemã do começo do século XX.

A abordagem esdrúxula tem como intenção, na verdade, levantar temas bastante atuais, como fanatismo e intolerância. Neste filme, o diretor consegue adicionar camadas de críticas sociais mais profundas  ao já consagrado humor nonsense.

Menções honrosas:

Uma passagem para esquecer na carreira de Waititi, porém, foi a participação como ator na adaptação de Lanterna Verde, com Ryan Reynolds. Na verdade, todos os envolvidos deveriam esquecer aquele filme de 2011, não é mesmo?

Tirando esse episódio tortuoso, Taika Waititi ainda contribuiu no roteiro de Moana, da Disney. Ele também dirigiu o elogiado episódio final da série Mandalorian, série derivada de Star Wars lançada no canal Disney +, em 2019. 

Será que os executivos da casa do Mickey estão gostando do trabalho do cara?

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