Raul Seixas e Paulo Coelho

Raul Seixas e Paulo Coelho formaram uma das duplas mais prolíficas da música brasileira já que escreverem diversos hits para a carreira do primeiro.

Donos de parcerias como “Tente Outra Vez”, “Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás”, “Gita”, “Sociedade Alternativa” e tantas outras, o músico e o escritor pareciam ter diversas afinidades que acabaram o levando além das composições, até a Sociedade Alternativa em si e outros encontros em seitas como a do sacerdote Marcelo Motta.

Tanto a amizade quanto as composições começaram a desaparecer ao final dos Anos 70 e muito se fala por que isso teria acontecido, e agora uma novidade no caso promete dar o que falar nos próximos dias.

Paulo Coelho, Raul Seixas e a Ditadura

No próximo dia 01 de Novembro será lançado o livro Raul Seixas: Não Diga Que a Canção Está Perdida, escrito pelo jornalista Jotabê Medeiros.

Na obra, como mostra extensa reportagem de Lucas Brêda na Folha de São Paulo, ele mostra documentos que indicariam que foi Raul Seixas quem entregou Paulo Coelho à ditadura, já que o governo tinha suspeitas de ligações comunistas deles e queria saber mais sobre a tal da Sociedade Alternativa.

Ao final das contas, Paulo Coelho foi levado capturado duas vezes pela ditadura e, em uma delas, levado a um lugar desconhecido onde foi torturado por duas semanas.

“Traição”

De acordo com o livro e a reportagem, a traição de Raul Seixas teria acontecido pois ele deu depoimentos ao DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) do governo militar, em curtos períodos de tempo.

Em um deles, sem Coelho saber que não era a primeira vez que Seixas havia estado lá, falou sobre o disco Krig-Ha, Bandolo! e a Sociedade Alternativa. Na sequência, a polícia foi até o apartamento do escritor e prendeu a sua namorada, Adalgisa Rios.

Na reportagem da Folha é possível ter uma ampla compreensão sobre os fatos, incluindo depoimentos do autor do livro e de Fernando Morais, autor da biografia O Mago, sobre Paulo Coelho.

Lá, ele destaca o fato de que o “temido e superinformado” Doi-Codi (Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna) imaginava que Paulo Coelho fosse militante do PCBR (Partido Comunista Brasileiro Revolucionário), sendo que ele nunca foi filiado a nenhum grupo armado que lutava contra a ditadura. “É possível que ele nem sequer soubesse o que era o PCBR,” disse o autor.

Resposta de Paulo Coelho

Em contato com o jornalista que fez a matéria, Paulo Coelho disse, por e-mail, que “não é o tipo de pessoa que gosta de ficar olhando para chagas que já cicatrizaram”.

Apesar disso, em sua conta oficial no Twitter, o escritor compartilhou o artigo e disse que “ficou quieto por 45 anos” e que achou que “levaria o segredo para o túmulo”.

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