Sting em 2003
Foto de Sting via Shutterstock

Nos últimos dias vários artistas nacionais e internacionais se manifestaram das mais diversas formas em relação às queimadas na Amazônia brasileira.

Enquanto nomes como Madonna foram mais “políticos” em relação a Jair Bolsonaro, outros como Jay Kay, vocalista do Jamiroquai, fizeram protestos repletos de palavrões.

Sting, lendário músico britânico conhecido pelo The Police e sua carreira solo, também falou a respeito e seguiu mais ou menos os passos da cantora, pedindo para que o presidente do Brasil tenha soluções efetivas para o problema.

Em um post na sua página do Facebook, ele disse:

A lenda diz que o Imperador Nero ‘tocava lira enquanto Roma ardia em chamas’. Ainda que obviamente arrepiado com o factóide dúbio de que um homem tão estúpido poderia ter sido um músico, nenhum de nós, incluindo eu, pode ser complacente com as trágicas dimensões do desastre que está acontecendo na Amazônia à medida que eu escrevo.

A Amazônia está pegando fogo em uma taxa sem precedentes – 80% a mais do que no ano passado e com 39% a mais de desmatamento – e de repente o mundo está percebendo.

Líderes populistas citando agendas nacionalistas ou dizendo que a mudança climática é uma farsa são culpados de muito mais do que ficarem parados e não realizarem nada. Isso é negligência criminal em escala global.

Esse não é um lugar para falas ultrapassadas de nacionalismo em um mundo onde todos respiramos o mesmo ar e onde iremos todos sofrer com as consequências dessa negligência intencional.

Chamar a Amazônia de ‘pulmões da Terra’ pode não ser anatomicamente correto, mas passa a mensagem de que ela é uma ligação vital na cadeia de bem estar do nosso planeta na cada vez mais estreita faixa de vetores climáticos onde a vida humana pode sobreviver. Nós simplesmente não podemos nos dar ao luxo de que ela pegue fogo.

Estamos nos aproximando rapidamente do ponto onde os incêndios continuarão acontecendo e não poderão ser apagados.

Apelamos para que o governo brasileiro mude sua política que abriu a Amazônia para exploração. A retórica nacionalista iniciou as chamas que ameaçam o mais importante laboratório vivo do planeta. Inúmeras espécies estão em perigo de extinção imediata.

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, já falou abertamente que não é amigo dos indígenas e agora está renegando tratados de terra já assinados, abrindo novos territórios e destruindo as organizações científicas e de direitos humanos no Brasil para permitir isso. Ele criticou os países do G7 por hipocrisia, dizendo que nós destruímos as nossas florestas há muito tempo, mas isso não é razão para não aprender com os esses erros.

Todos devemos ajudar a criar um modelo econômico sustentável que faça com que a destruição das florestas no Brasil não seja necessária.

Na RF estamos trabalhando há três décadas com a população indígena da Amazônia – não apenas no Brasil mas através dos países da América do Sul para proteger sua terra e seus direitos. É o mundo deles que está em perigo imediato, e a forma de vida deles que precisa ser protegida. Agora mais que nunca precisamos dar a eles o apoio para garantir sua sobrevivência. Com certeza é do interesse próprio do Sr. Bolsonaro que entenda e aceite isso. Pedimos com urgência para que ele repense suas políticas e mude suas ações e sua retórica incendiária antes que seja tarde demais. Não é hora de tocar lira; o mundo está pegando fogo.

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