Em 2017 a banda brasileira Labirinto pegou as suas guitarras e levou todo o peso e melodia de seu post-metal à Europa em uma turnê.

Dois anos depois os caras estão repetindo o efeito e assim como lá atrás, novamente o TMDQA! irá publicar uma série de diários de turnê dos caras, mostrando os bastidores de como é se apresentar no velho continente a partir da visão dos próprios músicos.

Você pode encontrar a primeira parte logo abaixo.

Berlim // Pelagic Label Night

Labirinto em Berlim

A primeira parada da tour Labiríntica foi em Berlim, a cidade onde se respira música, as bicicletas reinam e a natureza nos enche de tranquilidade; mas tivemos dias agitados, teste de backline e ensaio na “Music Circle”, um baita estúdio no centro de Berlin, QG da banda The Ocean e sala de aula do Paul (baterista do The Ocean), que nos acompanhou nessa empreitada.

Rolou meet and greet na Pelagic Records, e o feedback não poderia ter sido melhor ao vermos várias daquelas pessoas presentes no show horas depois.

Primeiro show da turnê, primeira experiência no bairro que não dorme chamado Cassiopeia. Uma noite acompanhada das bandas amigas, Tangled Thoughts of Leaving (TToL) e Lost in Kiev, e dos novos amigos do Wang Wen. Conhecer pessoas assim é o que nos faz continuar nessa caminhada árdua da música independente e obtusa que é o underground, seja ele onde existir. O público aplaudiu muito cada show (inclusive uns brasileiros doidos que saem de BH, né, Junior Cruz?!) e nos fez acreditar mais ainda que as coisas se fazem de amizades e paixão pela música, acima de tudo. Agradecimento especial ao Robin, Dennis, Paul, Theresa e a toda equipe Pelagic que deu uma força enorme pra que tudo corresse o mais pleno possível! A turnê começou maravilhosamente bem!

 

Hamburgo // Astra Stube

Labirinto em Hamburgo

Um lugar pequeno, BEM pequeno. Chegamos já com Ron (TToL) anunciando “Welcome to the tiny little stage!”. Rimos! Montamos tudo num formato .zip, e a banda local, Lazar, abriu os trabalhos, num trio barítono-guitarra-bateria que vale a pena conferir; climático e agressivo soando otimamente bem! Depois fizemos um show massa e de set reduzido pelo horário de término da casa, dividindo o tempo restante com o TToL e desmontando o palco em tempo recorde. Bruno, de Recife, que mora em Hamburgo há três anos e que acompanha a gente desde o Anatema, curtiu! Ainda deu dica de comida boa pelas redondezas. Noite intimista e especial pra gente.

Labirinto em Hamburgo

No dia depois do show em Hamburgo, colamos na Just Music, uma loja de instrumentos gigante, e na Schalloch Percussion, loja mais singela mas ainda assim com uma variedade grande de instrumentos. Lá conhecemos Guido, um alemão encantado pela cultura brasileira. Sabe falar nossa língua e toca pandeiro em uma roda de choro, nos sentimos muito bem acolhidos ali, baita experiência.

 

Bratislava // Fuga Klub

Labirinto em Bratislava

Dia chuvoso! Chegamos no bar, um complexo arranjado dentro de um trecho-túnel de trem, quase ao mesmo tempo que o pessoal do TToL. E adivinhe? Escadas! Aí começou a saga de escadas na turnê. A montagem do palco foi apertada mais uma vez e logo o Shallov, banda local que conta com o produtor do show Viktori (pessoa de bom coração e com direções políticas e sociais bem claras e equivalentes às nossas), fez um show impecável, fãs de At the Drive-in suspirariam na hora! TToL veio na sequência e fez mais um belo show deixando o público hipnotizado. Depois foi nossa vez, com direito a gritos de pessoas que foram em shows de turnês anteriores e até pedido de bis. Arriscamos dizer que é o público que mais grita nos nossos shows pela Zoropa. Foda!

Budapeste // A38 Ship

Labirinto em Budapeste

O quarto show foi na linda e imponente Budapeste/Hungria, num barco chamado A38, ancorado no Rio Danúbio. Foi de encher os olhos, que lugar! Pela rua vimos cartazes de shows e festivais de bandas de som pesado e isso nos fez entender toda a estrutura do local para receber duas bandas de post metal (nós e os amigos australianos do Tangled Thoughts of Leaving). O metal e a música alternativa fazem parte da cultura da cidade. Os shows foram muito bons com uma estrutura de som e um suporte muito profissional, no público vimos pessoas de gerações diferentes curtindo as bandas, depois vindo trocar ideia e obter nossos discos. Para finalizar levamos um engradado de cerveja Becks de presente do produtor do show. Subir e descer com o backline pelos dois lances de escada do A38 valeu a pena demais!

Labirinto em Budapeste

Viena // Cafe Derwisch

Labirinto em Viena

Chegamos um pouco antes do horário do show e fizemos um passeio no parque central de Viena, turistando e fotografando uma das cidades mais antigas do mundo. Direto pro show, já deparamos com os queridos do Argon, que nos recepcionou lindamente e ajudou a carregar os equipamentos pro palco; um subsolo de um café indiano regado a narguiles e bons drinks. Detalhe: mais escadas! Daí em diante, uma surra sonora tomou conta do local, shows intimistas e muito energéticos num nível que ultrapassa grandes platéias e no melhor estilo tocar no chão-palco. Gracie, baterista do TToL, se juntou à gente pra batucar um dos sons que mais gostamos de tocar, arrancando gritos da galera. Agradecimento especial a cada integrante do Argon, que compartilhou experiências incríveis sobre política global e sensibilidade social ao saber de tudo que acontece no Brasil e o que temos enfrentado com esse governo terrível e desgovernado. Abraço ao Renato Gimenez, que nos apresentou essa galera firmeza!

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