The Neighbourhood
Foto: Divulgação

Por Nathália Pandeló Corrêa

Com três shows marcados no Brasil – dois em São Paulo (13 e 14/06) e um no Rio (16/06) -, o quinteto americano The Neighbourhood comemora a boa recepção de seu terceiro álbum de estúdio. A banda, que está na ativa desde 2011, tem uma produção fonográfica constante, dividida em EPs, mixtapes e discos. O que eles têm em comum é um espírito criativo livre, que faz The Neighbourhood soar como rock alternativo, indie, electropop, R&B, trip hop – tudo isso e nada disso ao mesmo tempo.

Dobrar gêneros é o que Jesse Rutherford (vocalista), Jeremy Freedman (guitarra), Zach Abels (guitarra), Mikey Margott (baixo) e Brandon Fried (bateria) fazem melhor. No trabalho mais recente, somam faixas dos EPs “Hard”, “To imagine” e “Ever changing” e outras seis canções inéditas, resultando em “Hard to imagine The Neighbourhood ever changing”, uma coleção eclética de 21 canções e mais de uma hora de duração.

Fazer algo completamente novo na discografia da banda é o que continua motivando os músicos, como conta o baterista Brandon Fried em entrevista exclusiva ao Tenho Mais Discos Que Amigos!. Prestes a embarcar mais uma vez para a América do Sul, ele fala sobre o processo criativo do último disco, como andam as composições para o próximo e memórias da última passagem pelo Brasil.

Confira abaixo do serviço:

The Neighbourhood no Brasil

São Paulo

Datas:

13 de junho de 2019
14 de junho de 2019 – ESGOTADO

Local: Tom Brasil
Endereço: R. Bragança Paulista, 1281 – Santo Amaro, São Paulo
Abertura da casa: 19h30
Show da banda HEALTH: 20h20
Show da banda The Neighbourhood: 21h30

Classificação etária: De 12 a 14 anos acompanhado dos pais ou responsáveis legais. 15 anos em diante permitida a entrada desacompanhado

Ingressos: https://www.ingressorapido.com.br/

Rio de Janeiro
Data: 16 de junho de 2019
Local: Vivo Rio
Endereço: Av. Infante Dom Henrique, 85 – Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ
Abertura da casa: 18h
Show da banda HEALTH: 20h
Show da banda The Neighbourhood: 21h

Classificação etária: De 12 a 14 anos acompanhado dos pais ou responsáveis legais. 15 anos em diante permitida a entrada desacompanhado

Ingressos: www.eventim.com.br

TMDQA!: Oi Brandon, obrigada por seu tempo! Quando vocês estiveram aqui pro Lollapalooza Brasil, eu conversei com o Jesse sobre lançar música em formatos menos óbvios, tipo single e disco. Na época vocês estavam lançando “To imagine” como um EP e já tinham lançado uma mixtape também. Agora vocês juntaram uns EPs com umas músicas inéditas e estão de volta ao formato de disco, e “Hard to Imagine…” acabou ficando um álbum bem longo pros padrões de hoje em dia. Claro que é tudo fluido e vocês podem mudar sempre os lançamentos, mas vocês já tinham em mente a ideia de juntar os EPs pra virar um disco futuramente? E o que você acha que une essas canções?

Brandon: A gente não começou com um conceito fechado de um trabalho completo, na verdade. Mas à medida que fomos trabalhando nas músicas e lançando os EPs em momentos diferentes, a gente viu que elas se encaixavam de certa forma, sabe? Deu pra juntar tudo num disco porque por mais que as canções fossem intencionalmente diferentes umas das outras, elas também traziam vibrações bem similares e isso deixou tudo mais coeso.

TMDQA!: Falando em fluidez, vocês dificultam muito a vida de gente como eu, que quer colocar a música de vocês numa caixinha só (risos). Vocês não têm medo de experimentar com gêneros diferentes, o que é ótimo. Depois de trabalhar junto por um tempo, a banda pensa em inovar sempre pra não cair na mesmice pra vocês e pro público? Tipo, “o que podemos fazer que não fizemos ainda?”, chamar um rapper diferente pra colaborar e tal.

Brandon: Com certeza! O fato de que a gente pode fazer o que quiser é muito libertador. A gente quer mesmo não se encaixar numa caixinha de banda de rock ou qualquer outro gênero. O que sempre quisemos é fazer a música que nos agrada, que queremos ouvir. E certamente facilita muito a vida não ter que se preocupar em como soar mais ou menos rock, mais ou menos hip hop ou algo assim (risos).

TMDQA!: Às vezes parece que vocês estão desafiando essa ideia do astro de rock – de como ele deve ser, soar, parecer. Não sei se é intencional ou não, mas você acha que estamos aos poucos conseguindo derrubar barreiras e estereótipos nesse sentido?

Brandon: Ah, com certeza. Eu acho que tudo que existe hoje, todo tipo de artista, de gênero musical, está sendo desconstruído. Atualmente existe um volume enorme de conteúdo musical e isso é complicado, mas também significa que você pode fazer de tudo, você pode lançar o que você quiser e que vai encontrar um público para aquilo. É libertador.

TMDQA!: Vocês usam essa liberdade pra falar de sentimentos de uma forma que parece sincera. E é bem natural vocês refletirem o mundo atual nas canções, e fazem isso desde sempre, questionando sobre como nos sentimos ou agimos, ou temos o coração partido, ou buscamos vingança, ou como temos medo da solidão. Você diria que essa é uma forma de exorcizar alguns demônios pessoais, de jogar no mundo o que os aflige? E o que vocês aprenderam sobre a condição humana, digamos, ao propor essas questões? Chegaram a alguma resposta?

Brandon: Eu acho que a arte, em geral, é feita pra isso mesmo. Pra gente pegar o que tá sentindo, colocar no mundo e encontrar um eco pra ela em outras pessoas. E o The Neighbourhood sempre foi um veículo pra isso, uma válvula de escape onde a gente jogava nossos medos e inseguranças, mas também se tornou uma forma de celebrarmos a vida. O The Neighbourhood faz muito isso, de irmos fundo em nós mesmos, faz parte do que fazemos. E pegamos aquilo e exteriorizamos para o mundo ouvir, tiramos aquela carga dos ombros.

TMDQA!: Parece que vocês poupam uma grana com terapia então.

Brandon: Com certeza (risos).

TMDQA!: Aliás, está dando tempo de trabalhar em músicas novas?

Brandon: Sim, já estamos trabalhando no próximo disco. Estamos fazendo demo de algumas coisas, mas ainda estamos definindo como vai ser o próximo disco. Estamos nos encontrando algumas vezes no mês pra trocar uma ideia sobre isso, mas nada muito estruturado ainda. Estamos levando com calma.

TMDQA!: Eu li numa entrevista que vocês valorizam muito a divulgação do fã clube brasileiro no Twitter (https://twitter.com/thenbhdBRA), em termos de espalhar o som e também comparecer quando vocês vieram pra cá. Acho até que é assim que vocês encerram Beautiful Oblivion no disco, falando da loucura dos fãs brasileiros. Você tem alguma memória mais marcante do tempo que passaram aqui e o que significou na jornada da banda?

Brandon: Sim! Nós só ficamos alguns dias no Brasil, tivemos um show em São Paulo e foi surreal. Os fãs compareceram em peso, o Lollapalooza teve uma energia muito forte. Os fãs cantavam muito alto, era insano! Sabíamos que tínhamos fãs aqui, mas acho que não estávamos prontos para o que encontramos, nos surpreendeu bastante.

TMDQA!: Ainda bem que agora vocês já estão mais acostumados.

Brandon: (Risos) Com certeza, já vamos mais preparados!

TMDQA!: Vocês têm dois shows em São Paulo, um deles já esgotado; e um no Rio. Já que é difícil imaginar o The Neighbourhood mudando, como diz o nome do álbum, o que podemos esperar de diferente do último show? Tem alguma surpresinha guardada?

Brandon: Na verdade, não! (risos) Vamos só comparecer e mostrar algumas das canções que viemos apresentando e lapidando no último ano e que acabaram culminando no disco. Na última vez que estivemos aí, estávamos entre um lançamento e outro, então vai ser algo mais consolidado. E vai ser um olhar bem sólido sobre a nossa discografia. É isso que posso prometer.

TMDQA!: Tá certo, Brandon! Espero que vocês se divirtam aqui no Brasil.

Brandon: Obrigado, não vejo a hora!

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