Nina Nesbitt
Foto: Julia Underwood

Por Nathália Pandeló Corrêa

Nina Nesbitt sempre entregou o coração em suas canções. No álbum de estreia Peroxide, lançado em 2013, a cantora e compositora escocesa já chamava atenção com um folk pop amadurecido ao longo de quatro EPs. Agora, ela dá um novo passo com o disco The Sun Will Come Up, The Seasons Will Change, onde mira no pop e R&B com hits como “Love Letter” e “Someone Special”. Já pensando nos próximos passos, nessa semana a artista lançou uma parceria com o duo de produtores teamwork. e o cantor AJ Mitchell, na faixa Afterhours.

Mas Nina Nesbitt não está com pressa. Foram cinco anos entre um disco e outro e, segundo a própria artista, ela teve a oportunidade de amadurecer nesse meio tempo e encontrar sua voz como compositora. Já a sonoridade foi construída a muitas mãos, com os produtores Lostboy (Anne-Marie), Fraser T Smith (Adele, Drake, Gorillaz, Florence and the Machine), Jordan Riley (Macklemore, Zara Larsson) e a própria Nina. Parece que deu certo: são 250 milhões de execuções via streaming no novo disco – apenas o single “Loyal To Me” é responsável por 10 milhões de audições. Embora a presença na Radio 1 e Radio 2 da BBC ajude bastante na terrinha, Nina já cruzou fronteiras: “Love Letter” ganhou um clipe gravado na esteira de uma turnê esgotada nos EUA.

De junho a agosto, Nina tem compromisso: vai acompanhar Jess Glynne em turnê. Agora, a artista foca em continuar crescendo – quem sabe, o suficiente pra ganhar público no Brasil e fazer shows por aqui. É o que revela em uma entrevista exclusiva para o Tenho Mais Discos Que Amigos. Confira!

TMDQA!: O título “The Sun Will Come Up, The Seasons Will Change” me soa muito otimista, mesmo com o mundo parecendo mais louco a cada dia. Você vê na música o poder de ser a luz no fim do túnel e trazer alegria quando tudo pode parecer obscuro? É isso que esse disco representa pra você?

Nina Nesbitt: Com certeza. Acho que a música é uma das poucas coisas que são universais para todos, onde quer que estejam ou independente do que estejam passando. O álbum para mim representa uma luta e uma jornada do começo ao fim. Eu quero que as pessoas tirem o que quiserem dele e consigam se relacionar com algo em suas próprias vidas.

TMDQA!: Você não teve pressa de lançar o novo disco, e algumas faixas já tinham sido reveladas até em 2017. O que fez você decidir não correr com o segundo álbum?

Nina: É diferente agora, porque uma vez que o disco saiu, é meio que isso, acabou. O mundo é exigente com músicas novas e eu queria demorar o máximo possível, pra ser sincera. Isso dá a cada música espaço pra respirar e também ajuda a estabelecer quem você é enquanto artista. E aí o disco é algo onde as pessoas podem ir um pouco mais fundo.

TMDQA!: Já vi você falar sobre como compor pode ser terapêutico, especialmente nesse disco. Você começou a escrever durante um momento difícil e saiu do outro lado com uma visão diferente, de que as coisas podem melhorar e se resolver. Você pode contar pra gente um pouco desse processo de escrever uma coleção de canções que é muito pessoal e depois escolher quais ia compartilhar com o mundo?

Nina: Eu escrevi muitas delas no estúdio do meu quarto. Eu só estava compondo por diversão, era meio que meu projeto por paixão. Eu eventualmente ouvi novamente e eu amei tanto todas as músicas. Eu sabia que tinha de lançá-las porque estava muito orgulhosa delas e a reação que estavam recebendo dentro da indústria era ótima. Eu não tinha expectativas antes de lançá-las, mas fui surpreendida positivamente.

TMDQA!: Agora, olhando pra trás no quanto você cresceu desde as primeiras músicas, como você compararia a Nina que ouvimos em Peroxide com essa Nina mais madura de The Sun Will Come Up? Tem algo que você aprendeu ao longo do caminho que você gostaria de ter sabido quando estava começando?

Nina: Acho que só cresci mesmo. Eu ainda era basicamente uma criança quando escrevi meu primeiro disco e eu não fazia ideia nenhuma do que estava fazendo ou de como a indústria funcionava. Também leva um tempo até que você encontre seu som e eu sinto que o novo disco é uma obra mais coesa.

TMDQA!: “Empire” é uma música muito sincera sobre o lado de negócios da indústria da música, as pressões que ela coloca num artista e como você está disposta a trabalhar muito pra ser bem sucedida. O que você acha do que já conquistou até agora e onde vê seus próximos passos te levando?

Nina: Eu sinceramente fiquei tão chocada pelo sucesso do disco nos serviços de streaming. Eu não fazia a menor ideia de que nada disso ia acontecer. Muitas coisas legais vieram daí. Eu vejo como um degrau em direção a onde quero chegar. Só quero continuar crescendo.

TMDQA!: Preciso perguntar: algum plano de vir pro Brasil em breve?

Nina: EU IA AMAR. Eu sou muito fã dos meus fãs brasileiros na internet. Eles são muito apaixonados. Espero que mais pessoas descubram minhas músicas aí, para que eu possa ir.

TMDQA!: A gente sempre pergunta aos artistas com quem conversamos sobre o que andam ouvindo. Você pode compartilhar conosco alguns artistas escoceses que valeria conhecermos?

Nina: Lewis Capaldi, Chvrches, Biffy Clyro e Paolo Nutini.

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