Rilès é um daqueles nomes para ficar de olho. Francês de ascendência argelina, ele está lançando ótimos singles para seu novo disco como “Remind Me” e “Marijuana”, com participação de Snoop Dogg.

Apaixonado pelo Brasil e formado em literatura, ele incluiu referências dos cantos de capoeira no seu próximo álbum que une raízes de música africana, jazz e indie. Ele conversou conosco por telefone para explicar um pouco melhor sobre sua jornada e seu processo criativo.

Confira abaixo:

TMDQA: Quando estava estudando para nossa conversa, achei muito engraçado que você começou a escrever em inglês para que seus pais não entendessem o que você estava falando. Agora que você está fazendo sucesso como está funcionando isso?

RILÈS: Sim, eu fiz isso! (Risos) E agora, bem… Eles estão acompanhando (Risos)

TMDQA: Queria comentar com você sobre suas raízes africanas pois parece algo que você tem muito orgulho…

RILÈS: Muito!

TMDQA: …mas dependendo de onde você está no mundo, pode ser complicado ser de uma família de imigrantes. E nós não vemos muitos argelinos conseguindo espaço no mainstream da cultura e talvez você seja esse cara! Você acha que sua posição como artista pode fazer pessoas mudarem um pouco a percepção sobre algo que elas não conhecem?

RILÈS: Sim, espero demais! Acho que quanto mais você conhece algo diferente mais isso faz parte de você. Por exemplo, eu não sei dizer o que de música africana tem no meu som mas sei que isso está dentro de mim. Não só sons argelinos ou do norte da África, mas tem muito de som de capoeira.

TMDQA: Sério?

RILÈS: Sim, eu sou apaixonado. Fiz por toda minha adolescência e amava a música também, os sons dos escravos, os pandeiros. Isso é algo que está tão dentro de mim.

TMDQA: Você tem algum artista brasileiro favorito?

RILÈS: Eu ouvi muito Sergio Mendes. Eu não sei dizer muito um artista, mas eu gosto do mood, sabe? Não só aí do Brasil, mas da América Latina toda. Adoro Buena Vista Social Club, por exemplo.

TMDQA: Uns anos atrás você fez um projeto de 52 faixas em 52 semanas. O que é esse processo de composição contínua mudou no modo de você fazer música?

RILÈS: Nossa, tudo! (Risos) Eu aprendi coisas que acho que nunca aprenderia se não fosse por isso. Você tem que colocar uma disciplina acima da inspiração para realizar algo assim. Não tem tempo para esperar as ideias, você tem que pensar o modo mais eficiente e produtivo. Como foi algo que fiz em casa, foi muito importante para que eu aprendesse meus limites e como criar melhor.

TMDQA: E o que podemos esperar do novo disco?

RILÈS: Tem uma surpresa que acho que vocês do Brasil vão curtir, com alguns detalhes em português! Acho que em breve vai ter um novo gostinho!

TMDQA: Você tem mais discos que amigos? Tem algum disco que sempre foi especial para você?

RILÈS: Nossa, sim! Kanye West é um dos meus artistas favoritos, o My Beautiful Dark Twisted Fantasy é uma obra-prima insana. Tem o 2001, do Dr. Dre, que moldou o futuro e tem o 22, A Million e o EP Blood Bank do Bon Iver que são discos que amo o clima dos vocais.

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