João Gordo no Panelaço
Foto: Reprodução / Instagram

Não é segredo pra ninguém que o Brasil está passando por uma fase extremamente polarizada.

Seguindo a tendência do resto do mundo, o país mergulhou nas últimas eleições dividido entre visões políticas de direita e de esquerda, para os lados extremos do espectro em boa parte das “discussões”, e é claro que isso chegou à música.

Um grande exemplo abordado e discutido principalmente no Heavy Metal é a respeito dos fãs do gênero que se declaram conservadores e apoiam a direita, mesmo que boa parte dos valores por ela defendidos, como a religião, não se encaixem com letras, ideais e atitudes de quem faz a música pesada.

João Gordo

Quem falou a respeito do assunto em uma entrevista recente foi João Gordo, vocalista da banda brasileira Ratos de Porão, que tem sido bastante ativo na sua conta do Instagram quando o assunto é criticar aqueles que ele chama de fascistas.

O papo foi com o site Interdependente – música e conhecimento, e a ideia era abordar o disco Brasil, lançado pelo Ratos em 1989 e que, infelizmente ainda soa atual como há três décadas.

Justamente para celebrar os 30 anos do álbum a banda vem tocando o trabalho na íntegra em shows e o papo veio para divulgar o show que o grupo faz hoje (20) no festival Abril Pro Rock como parte dessa turnê especial.

Ao falar sobre como o disco parece atual, Gordo cravou:

Olha, temos aí ‘Amazônia nunca mais’, ‘Retrocesso’, ‘Farsa nacionalista’, ‘Máquina militar’, ‘SOS país falido’. São músicas que dão até medo de escutar, cara, porque retratam muito o que está acontecendo atualmente. ‘Amazônia nunca mais’ fala do lance do desmatamento, o assassinato de protetores da natureza, de ativistas ou essa expulsão de índios das terras desmarcadas.

É um retrocesso, né, cara? A volta do regime militar… Não que eu seja a Mãe Diná, mas como o Brasil não muda, né? Tá sempre cometendo os mesmos erros, o pessoal está sempre votando nos mesmos filhos da puta. Você vê como é cíclica a parada, cara.

Metaleiros Fascistas

João Gordo foi questionado então a respeito de como se relaciona com fãs de música pesada que têm ideias reacionárias e ultraconservadoras, e não mediu palavras:

Não tem relacionamento, não. A gente não tem conversa com fascista, é paulada, tá ligado? Não troco ideia com fascista, não. Esses metaleiros fascistas vão tudo se arrepender. Como esses caras dizem ser satanistas, escutam black metal, falam que são fãs do capeta e tal, mas apoiam cristão fundamentalista? Os caras são loucos, velho, tá ligado?

A coisa mais fácil de acontecer é o Malafaia, esses filha da puta cristão aí, proibir banda de black metal, de death metal de tocar aqui, cara. Porque falam do capeta, tá ligado? É muito ridículo isso tudo, cara. Antigamente, o metal era contra tudo isso. Agora tá do lado desses filhos da puta?

Acho isso uma merda e sempre digo: com fascista não tem ideia, cara. Os caras não entendem, são burros, tapados. Acreditam em mentiras e são racistas. São tudo que não presta, então não tem ideia.

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