Radical Karma
Foto: Divulgação

O Radical Karma acaba de lançar mais uma canção inédita e, ó: a coisa tá fina.

A banda é formada por integrantes de nomes influentes do punk/hardcore como Zander, Chuva Negra, Horace Green e Direction, que decidiram seguir uma sonoridade diferente, mais voltada ao rock alternativo — e até ao indie! — nessa nova empreitada.

Hoje (15), eles lançam com exclusividade aqui no TMDQA! a faixa “Âmbar Báltico”.

A canção estará em um EP chamado Entre o Fim e o Começo, que junto com um segundo lançamento nesse formato irá resultar em um disco cheio a ser lançado pela Flecha Discos.

Batemos um papo com os integrantes da banda sobre essa nova fase, o futuro do projeto e a letra de “Âmbar Báltico”. Confira após o player!

TMDQA!: Oi! Acho que a primeira pergunta que vem à cabeça quando lemos sobre o Radical Karma é: como que essa história começou? Me fala um pouco sobre o background desse grupo com tantos nomes incríveis da cena nacional!

Fausto Oi: Em Dezembro de 2017, na saída do show do Hot Water Music no Carioca Club eu encontrei com o Bil. Ele me cumprimentou e já veio falando que precisaríamos montar uma banda, que ia falar com o Mateus Brandão do Chuva Negra. Eu sinceramente achei que foi algo do calor do momento (tava todo mundo emocionado na saída desse show), que aquilo realmente não iria rolar, mas fiquei muito contente com o convite. Mas um tempo depois estávamos nos falando novamente e vi que essa ideia ia acontecer sim, e já começamos a pensar numa pessoa para tocar bateria, e logo veio o nome do Fernando Chero, que seria o cara ideal. Eu sempre curti muito as bandas do Bil. Um dos primeiros CDs independentes que eu comprei foi o Manifestos Líricos do Noção de Nada, e desde então eu sempre acompanhei o seu trabalho. Tive a sorte de dividir o palco com ele diversas vezes, com o Noção, o Deluxe Trio e o Zander. Posso falar algo parecido com o Chuva Negra do Mateus. Quando o Marcelão (baterista do Chuva) me mostrou o primeiro disco deles, gravado numa master em CD-R antes mesmo da prensagem, eu pirei na banda. O Chero eu já tive um convívio mais intenso, pois toquei com ele em outras ocasiões. Participei em shows das bandas que ele toca (já toquei baixo num show do Horace Green), já viajei e gravei com ele, e é um cara que eu gosto muito de ver tocando. Eu toquei e toco em outras bandas aonde tive a oportunidade de dividir o palco com todos eles, e foi muito empolgante e desafiador imaginar o nosso primeiro ensaio, ver essas pessoas que já possuem uma vivência na música se reunindo para fazer algo diferente do que fazem em seus outros projetos. Acho que estamos todos muito felizes com o resultado e com tudo que já está acontecendo.

TMDQA!: “Ainda Bem Que Decidiu Ficar” traz uma sonoridade que dá novos ares ao rock alternativo/hardcore que a gente já conhece até pelas bandas dos integrantes (Chuva Negra, Horace Green, etc). Por que essa faixa foi escolhida como primeiro single?

Fernando Chero: Na verdade não tínhamos pensado nela como primeiro single, mas mudamos de ideia depois, quando o Bil foi mandando as letras das músicas do EP e mostrou que elas formavam uma narrativa/história. Colocamos os sons na ordem em que a história acontece e o começo é justamente a “Ainda Bem Que Decidiu Ficar”. Acabou juntando o útil ao agradável. Essa música tem esse ar diferente, então além da letra isso foi algo que veio muito de encontro com o que queríamos para um primeiro lançamento também.

TMDQA!: “Âmbar Báltico” tem uma pegada mais melódica, enquanto o primeiro single é mais pesado. Vocês já falaram, também, que a sonoridade deste novo EP se aproxima até do indie. Essa direção já era uma vontade dos integrantes?

Gabriel Zander: A ideia desde o início quando decidimos montar o Radical Karma era de fazer um som diferente do que já havíamos feito ou fazemos em nossas outras bandas/projetos e desassociar ao máximo possível com esse estereótipo punk/hardcore que as pessoas, por conta de tudo que já fizemos, acabam esperando da gente. Quando montamos a banda nossas principais referências pra começar a tocar foram Smashing Pumpkins, Pixies, Nirvana, Seaweed, Sunny Day Real State e mais atuais também como Violent Soho e Basement, que foram bandas que bem no início de tudo fomos enviando uns para os outros sons como referências de timbres, arranjos e direcionamento para chegarmos numa sonoridade mais grunge, indie/guitar band , com aquele pé lá no emo/ alternativo anos 90’s, bem nessa transição/crossover do grunge pro Emo que rolou por ali naquela época. É claro que sempre teremos essa pegada e atitude punk rock/DIY na hora de tocar e fazer as coisas, mas não temos a intenção de fazer músicas mais rápidas ou “pesadas” pra o lado do hardcore e sim explorar contrastes, efeitos, guitarras limpas com guitarras muito sujas e esse tipo de coisa que leva para outro lado e dimensão sonoramente falando. O peso e a densidade do nosso som vêm dos arranjos carregados e das letras e não de velocidade de palhetadas ou batidas de bateria.

TMDQA!: Me conta um pouco, também, da letra de “Âmbar Báltico”.

Gabriel Zander: A letra fala de proteção, medo, insegurança, descoberta, mudanças e amor. No contexto do álbum, seguindo a sequência das letras, ela disserta sobre o início da vida e a preparação para encarar os desafios e novidades que virão pela frente. Foi a primeira letra que comecei a escrever pra banda e também a primeira letra que escrevi após ter me tornado Pai, o que eu acho que acaba explicando muita coisa também. Mas a interpretação é sempre livre e acredito e espero que cada um possa tirar pra si coisas diferentes dela que faça sentido dentro de sua realidade e experiências de vida.

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Radical Karma
Radical Karma. Foto: Divulgação

TMDQA!: O EP Entre o Fim e o Começo tem produção do Philippe Fargnoli. Como rolou essa parceria?

Gabriel Zander: Phil sempre foi um grande amigo próximo e um dos caras mais talentosos e musicais que já tive o prazer de conhecer na vida. Como venho produzindo e trabalhando com muitas bandas diferentes desde muito tempo e cada vez mais, eu queria que alguém de fora produzisse e ajudasse a gente a chegar onde a gente queria. Acredito que toda banda precise muito desse olhar de fora na hora de se preparar para gravar e também durante todo o processo dentro do estúdio. Por também trabalhar com isso, essa questão hoje em dia é muito clara pra mim. Eu já tinha trabalhado com o Phil de forma semelhante nos primeiros EPs do Zander e sempre me lembro disso como uma experiência muito prazerosa e engrandecedora em todos os sentidos. O input dele sempre foi muito certeiro, em sintonia com o que banda precisava e queria e só ajudou a enriquecer os arranjos e as músicas como um todo, além de ser uma tremenda fera e uma figurassa muito divertida e querida de se ter sempre por perto. É claro que acabo chegando junto e participando à frente em muitas coisas na hora de gravar junto com o Phil, mas oficialmente passei a produção pra ele e fiquei com a mixagem e masterização e acho que foi o melhor dos 2 mundos em todos os sentidos, abrir mão do meu trampo como produtor e atuar como músico e membro da banda em prol do melhor resultado final possível. Acho que deu muito certo e já estamos trabalhando no próximo EP da mesma forma.

TMDQA!: A banda tem planos de turnê?

Mateus Brandão: À partir de Março faremos shows, a ideia é fazer um circuito diferente do qual somos acostumados a tocar com nossas outras bandas. Festivais, casas de shows menores, dias diferentes, abrindo pra bandas diferentes. Mas a gente sabe também que vai rever muitos amigos e casas de show que a gente já conhece bem!

TMDQA!: Pra finalizar, como você descreveria o Radical Karma para influenciar alguém a ouvir a banda?

Fausto Oi: Eu considero essa a pergunta mais difícil, pois, de certa forma, algumas pessoas estão vendo o Radical Karma como “o novo projeto dos caras de tais e tais bandas”, e eu acho que não devemos resumir a isso. Nós somos uma banda nova, querendo apresentar uma música que difere da que produzimos em outras ocasiões, outras épocas, fazendo um som inédito pra nós mesmos e que as pessoas achem diferente para elas também. Apesar de tocarmos há bastante tempo e não sermos mais tão jovens, estamos contagiados com esse sentimento de uma banda começando, com o nervosismo de como vai ser o nosso primeiro show, de mostrar um riff, de se deixar influenciar pelo seu novo companheiro, essas coisas. Então, eu acho que vale a pena ouvir a nossa música não pelo que a gente já fez em outras ocasiões, mas sim pelo que essas pessoas juntas estão fazendo agora, vivendo esse momento e curtindo de verdade tudo que está acontecendo com a gente.

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