Foto de Fantastic Negrito via Shutterstock

Ontem à noite (10), entre tantos prêmios badalados na mais importante cerimônia da indústria da música, um norte-americano de 50 anos de idade teve muitos motivos para comemorar, e esse talentoso homem é o incrível Fantastic Negrito.

Nascido Xavier Amin Dphrepaulezz em 1968, Negrito teve um caminho bem difícil até aqui e diz que está vivendo sua “terceira vida”, já que entre idas e vindas e decisões um tanto quanto infelizes, finalmente se encontrou na música.

Misturando Blues, Rock, R&B e música tradicional norte-americana, Fantastic Negrito lançou seu primeiro disco com esse nome em 2014, reativando uma carreira que havia iniciado e parado com o nome artístico de “Xavier” lá em 1996. A mudança de nome, de ares e de direcionamento na carreira deu muito certo. Nos últimos 5 anos, Negrito é um dos maiores fenômenos do Blues nos Estados Unidos.

Seu segundo álbum, The Last Days Of Oakland, foi lançado em 2016 e ganhou o Grammy de Melhor Álbum de Blues Contemporâneo, exatamente o feito que ele conseguiu repetir ontem à noite com Please Don’t Be Dead, disco que levou o gramofone de ouro mais uma vez pra casa e fez com que o músico se tornasse um raro caso de quem abocanhou dois Grammys seguidos com dois álbuns que quase representam sua discografia completa.

Músicas como “Plastic Hamburgers”, que abre o álbum com maestria, “The Duffler” e a belíssima “The Suit That Won’t Come Off”, mostram que Negrito tem uma sensibilidade ímpar para o Blues, falando sobre sua dura vida pessoal ao mesmo tempo que faz críticas aos Estados Unidos e sua sociedade voltada ao consumo.

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Ao mesmo tempo que entoa vocais absurdamente incríveis com as guitarras de pano de fundo, também tem a sensibilidade de compor e diminuir a velocidade das coisas quando é necessário, resultado em um disco vasto e, como o Grammy atestou, de uma qualidade que há muito não vemos por aí.

Chris Cornell

Como se isso tudo não fosse o suficiente, vale destacar a ligação de Xavier com outro nome que venceu o Grammy ontem, o saudoso Chris Cornell.

Quando conheceu o talento de Negrito, o líder do Soundgarden não apenas o levou pelo mundo para abrir seus shows solo em locais como EUA e Europa, como também fez questão de que ele abrisse as apresentações da reunião do Temple Of The Dog, supergrupo de Seattle que Cornell fundou ao lado de integrantes do Pearl Jam.

Os dois ficaram amigos e, se de um lado Chris sempre ressaltou como estava feliz com sua atração de abertura, de outro Negrito reconheceu o empurrão que recebeu em uma fase tão marcante na sua carreira, quando voltou a ser músico “oficialmente” e viu o sucesso bater à sua porta já beirando os 50 anos de idade.

Tanto é que no seu último disco há uma letra toda dedicada a Chris Cornell, falando sobre suas dificuldades, anseios e como ele falava com o mundo através das canções.

Em “Dark Windows”, ele canta:

Ele caiu em dias escuros [referência a “Fell On Black Days”], sempre foi um bom amigo para mim
Ele me contou sobre a dor que sentiu quando ele era uma criança

Meu amigo está em perigo agora
Meu amigo está em perigo agora

O buraco negro no Sol que ele queria que viesse [fazendo referência a “Black Hole Sun”]
Nunca irá levar embora a dor que sentimos

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Fantastic Negrito no Brasil

A melhor parte disso tudo é que Fantastic Negrito está de malas prontas para vir ao Brasil.

O músico desembarca por aqui no dia 19 de Março, quando tocará no Cine Joia em show apresentado pelo Tenho Mais Discos Que Amigos! com realização da produtora Showme.

Os ingressos estão à venda e começam no valor de R$ 80! Não deixe para a última hora e corra garantir seu ticket (clique aqui) para um show que, definitivamente, estará entre os melhores do ano!

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