Dois Reis
Foto: Lucas Redondo / Facebook

Ansiedade, angústia, medo do futuro, saída da adolescência e entrada na fase adulta. É sobre isso que fala “A Sombra do Futuro”, novo single da Dois Reis. O vídeo, dirigido por Carol Siqueira, é o primeiro da dupla formada pelos irmãos Theo e Sebastião Reis.

Conversamos com os rapazes e abordamos temas como as suas trajetórias, o conceito e inspirações por trás do clipe, as referências do trabalho, planos para o futuro e muitos outros assuntos.

TMDQA: A banda Dois Reis surgiu em 2013 como uma espécie de tributo a Nando Reis, pai dos integrantes Theo e Sebastião Reis. Ao longo do caminho resolveu trilhar sua própria carreira através de composições próprias e agora chega ao primeiro clipe com “A Sombra do Futuro”. Como vocês descreveriam esse caminho até aqui?

Theo: Começamos com a ideia de fazer apenas um projeto de alguns shows onde homenagearíamos o nosso pai tocando músicas que fizeram parte da carreira dele. O repertório inicial era uma mescla de músicas de outros autores que ele interpretou, faixas do lado b, hits pra galera cantar junto e tinha apenas uma autoral nossa. Naquele momento fazia sentido pois tínhamos outros projetos, o Sebastião com os Elefantes e eu com o Zafenate com quem já havia gravado um disco e onde tocava minhas composições. Porém o show dos Dois Reis foi muito legal e resolvemos manter a banda começar a excursionar. Em 2014 gravamos nosso primeiro ep e começamos a compor coisas juntos, eu e meu irmão, até que em 2016 rolou a participação no superstar. Foi uma coisa rápida, aparecemos apenas duas vezes no programa, mas a partir de então achamos que estava na hora de juntar o material que tínhamos pra gravar um álbum. Então chamamos o Fernando Nunes pra produzir e entramos em estúdio no Space Blues com o Alexandre Fontanetti e assim nasceu o nosso primeiro disco. Agora está fazendo um ano que estamos em turnê com ele e finalmente conseguimos gravar o nosso primeiro clipe “A Sombra Do Futuro”.

TMDQA!: “A Sombra do Futuro” fala sobre insegurança e sobre o processo pelo qual todos nós passamos, saindo da adolescência e entrando na fase adulta cheio de incertezas. Como foi produzir um material tão pessoal e como você entende que o clipe se relaciona com a canção?

Sebastião: Foi intenso. Quando escrevi a música estava passando por essa fase (e ainda estou) de incertezas e inseguranças da vida, foi um momento em que eu consegui transformar tudo que eu estava sentindo em música. Lembro que estava doente, não saía do quarto e tudo o que eu fazia era tocar violão e escrever. Acho que a principal relação entre a música e o clipe é o mistério, o clipe é bem misterioso. E a letra da música fala sobre isso, o que é mais misterioso do que o futuro?

TMDQA!: O clipe, inclusive, traz diversas referências a elementos que fazem parte do Universo de Sebastião, entre outras coisas. Como vocês incluíram tudo isso no clipe para que ele continuasse fazendo sentido com a proposta inicial? O que vocês podem “entregar” do que há no clipe e que passagens preferem deixar como interpretação para o espectador?

Sebastião: Claro que o clipe tem um pensamento para cada cena e cada objeto, tudo está lá por um motivo e, como você bem disse, elas fazem parte do meu universo. O Led Zeppelin III, por exemplo, que além de ser um dos meus discos favoritos tem uma influência muito forte na minha relação com o meu pai, tem o livro que minha mãe fez para mim… Por outro lado tem cenas que são mais universais, como o momento em que boto o anel, simbolizando um escudo para enfrentar o futuro, a máscara do Godzilla que poder ser interpretada como o medo… O clipe é muito subjetivo e essa é a beleza dele. Cada um vai entender ele da sua maneira.

TMDQA!: Quem foram as principais inspirações para esse trabalho autoral? Que discos e bandas, nacionais e internacionais, vocês vêm ouvindo ultimamente que acabaram impactando na composição do single?

Theo: Nós buscamos como referencial estético para o nosso disco a música produzida nos anos 70 (e do finalzinho dos 60), pois é uma época da qual a gente curte muito o som em diversos aspectos: da composição à timbragem dos instrumentos. Sem dúvida os Beatles e o Led Zeppelin foram as maiores inspirações para esse trabalho, mas também nos inspiramos muito em coisas aqui do Brasil, como Gil, Caetano, Rita Lee & Tutti Frutti, e outros artistas que não são rotulados como rock, tipo Bob Marley & The Wailers e Curtis Mayfield. Das coisas atuais temos ouvido muito o Maglore, O Terno e também o Rincon Sapiência.

TMDQA!: Como você descreveria o som da Dois Reis para alguém que nunca ouviu a banda?

Theo: Eu diria que nosso som tem uma pegada de rock com tempero setentista, mas acredito que os rótulos e fronteiras entre gêneros são uma coisa um pouco ultrapassada. O que a gente faz é música e estamos sempre afins de explorar algo novo.

TMDQA!: Quais são os próximos passos da Dois Reis e o que podemos esperar em 2019?

Sebastião: Para ano que vem nós já estamos nos preparando para entrar em estúdio. Queremos gravar um E.P. para ser lançado ainda no primeiro semestre e quem sabe no segundo semestre o segundo álbum. E continuar movimentando nosso canal do YouTube.

TMDQA!: Vocês têm mais discos que amigos?

Theo: Sem dúvidas! Os amigos a gente conta em uma mão ou duas, os discos não estão cabendo nas prateleiras.

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