Foto: Divulgação / Tuiki Borges

Enfim, aconteceu.

Na sexta-feira, 20 de Abril, num dia de sol e estranhas nuvens no Rio de Janeiro. Num bairro distante, numa arena que não chegou a lotar. Depois de anos com as expectativas sendo alimentadas pelos fãs, os britânicos do Radiohead voltaram a pisar num palco brasileiro – quase dez anos desde a primeira vinda do grupo.

Isso tudo apesar das mudanças de local e data da apresentação no Rio – do Parque Olímpico, foi para a Arena Jeunesse, e a data mudou do dia 20 pro dia 19, depois voltou para a data original faltando menos de duas semanas para o show. Tira casaco, bota casaco. Mas esses problemas se dissiparam da cabeça dos fãs no momento em que entraram na Arena Jeunesse, na Barra da Tijuca.

A noite começou com Junun, projeto de música indiana produzido por Jonny Greenwood, com o compositor israelense Shye Ben Tzur e integrantes do Rhajastan Express. É um interessante trabalho de ritmos e letras com fragmentos de poesia e histórias do Rajastão, norte da Índia. O público, que ainda ocupava apenas metade da pista, pareceu vibrar com as flautas indianas e o grupo foi muito bem aplaudido ao fim da apresentação

Em seguida, o show lisérgico do produtor Flying Lotus tomou conta da arena. De fato, ele possui um projeto interessante, mas sua figura acabou ficando em segundo plano durante a apresentação devido às projeções no telão, luzes pulsantes e o som no volume máximo na arena. A apresentação acabou virando música ambiente para as conversas na pista e arquibancadas. No fim, um salve ao também DJ e produtor Avicii, que faleceu no mesmo dia.

Pouco depois das 22h, com um notável atraso (o tempo necessário para o restante da pista se encher), o Radiohead subiu ao palco da Arena Jeunesse, após quase dez anos desde sua última passagem pelo país. A energia que emanava entre o público era incrível. A apreensão pelo retorno da banda, e finalmente vê-los dando o pontapé inicial com a etérea “Daydreaming”.

O setlist passeou por quase toda sua extensa e diversa discografia, mas deu mais espaço às canções de OK Computer (1997), que completou 20 anos de lançamento no último ano, In Rainbows (2007), e A Moon Shaped Pool (2016) – a base da turnê atual do Radiohead. Dele, a banda extraiu “Ful Stop”, “Present Tense” e “Desert Island Disk”, todas muito bem recebidas pelos fãs.

Preciso citar dois dos pontos altos da noite: a recepção de “Weird Fishes/Arpeggi” e a versão acústica de “True Love Waits”. “Weird Fishes” foi cantada a plenos pulmões por toda Arena Jeunesse e um dos momentos mais aplaudidos da noite. “True Love Waits” foi um pedido dos fãs, atendido por Thom Yorke, que surgiu no palco para o primeiro bis apenas com seu violão, em uma versão acústica que não rolava em shows do Radiohead desde 2003! Foram 15 anos compensados por Thom naquele momento.

Yorke estava bem alegre e à vontade, fazendo suas dancinhas esquisitas e pulando a todo tempo pelo palco. Agradeceu inúmeras vezes durante a noite e se mostrou empolgado com a apresentação. O mesmo vale para Ed O’Brien, que agradeceu timidamente ao público com acenos, enquanto Jonny Greenwood era reverenciado pela sua competência como instrumentista.

Aliás, o público não fez feio nesse show: cantou em uníssono as mais conhecidas, vibrou com as canções mais novas e fechou a noite com um belíssimo coro de “Karma Police” ao fim da música, na esperança de que a banda retornasse ao palco. Se dependesse deles, ainda estariam lá entoando “For a minute there, I lost myself”.

O ponto negativo da noite ficou pela conta do som da casa, que foi baixo, mal equalizado e prejudicou a experiência que parece não ter sido bem adaptada para o lugar em que aconteceu após a mudança do original.

A passagem do Radiohead pelo Brasil continua em São Paulo, no Allianz Parque, dia 22 de Abril. Confira o setlist completo:

Setlist – Radiohead no Rio de Janeiro (20/04/2018)

  1. “Daydreaming”
  2. “Ful Stop”
  3. “15 Step”
  4. “Myxomatosis”
  5. “Lucky”
  6. “Nude”
  7. “Pyramid Song”
  8. “Everything In Its Right Place”
  9. “Let Down”
  10. “Bloom”
  11. “Reckoner”
  12. “Identikit”
  13. “I Might Be Wrong”
  14. “No Surprises”
  15. “Weird Fishes/Arpeggi”
  16. “Feral”
  17. “Bodysnatchers”
    Bis:
  18. “Street Spirit (Fade Out)”
  19. “All I Need”
  20. “Desert Island Disk”
  21. “Lotus Flower”
  22. “The National Anthem”
  23. “Idioteque”
    Bis 2:
  24. “True Love Waits”
  25. “Present Tense”
  26. “Paranoid Android”
  27. “Karma Police”

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