Uma Thurman em Cannes, 2017
Foto de Uma Thurman via Shutterstock

Em 2003 e 2004 o aclamado diretor Quentin Tarantino lançou dois de seus filmes de maior sucesso com Kill Bill: Volume 1 e Kill Bill: Volume 2.

A estrela dos longas era a queridinha de Tarantino, a atriz Uma Thurman, e muito se falou sobre como os dois trabalharam juntos na construção da personagem A Noiva, interpretada pela moça de forma tão incrível.

Acontece que ao que tudo indica, o clima no set de filmagem de Kill Bill teve sérios problemas, e só ficamos sabendo da gravidade deles 15 anos depois.

A atriz apareceu em uma matéria especial do The New York Times onde falou sobre os casos de assédio na indústria e como também foi atacada por Harvey Weinsein, chefão da Miramax, que era justamente a produtora parceira de Quentin Tarantino em seus projetos.

Além disso, ela revelou que pediu para não dirigir um carro nas gravações de Kill Bill porque havia sido avisada que ele estava com problemas, mas o diretor teria insistido e feito com que ela conduzisse o automóvel:

Quentin veio até o meu trailer e não gostava de ouvir um não, como todo diretor. Ele estava furioso porque eu custaria muito tempo a eles. Mas eu estava assustada. Ele disse: ‘Eu prometo que o carro está funcionando bem.’

Tarantino ainda deu instruções para a velocidade que deveria ser atingida:

‘Chegue aos 65 km/h ou seu cabelo não irá ser soprado pelo vento da forma correta e eu vou fazer você gravar de novo.’ Mas eu estava numa caixa da morte. O assento não estava firme no seu local. Era uma estrada de areia e cheia de curvas.

Durante as gravações, Uma sofreu um grave acidente quando bateu de frente com uma árvore:

O volante estava na minha barriga e as minhas pernas estavam presas embaixo de mim. Eu senti uma dor enorme e pensei, ‘Oh meu Deus, eu nunca mais irei andar.’ Quando eu voltei do hospital com um colar cervical, meus joelhos machucados e uma bola gigante na minha cabeça, além da concussão, eu queria ver o carro e estava com muita raiva. Quentin e eu tivemos uma enorme briga, e eu lhe acusei de tentar me matar. E ele ficou muito bravo com isso, eu acho que de forma compreensível, porque ele não achava que tinha tentado me matar.

Seu marido na época, Ethan Hawke, pegou um avião para ir até o set de filmagens e acusou o diretor, segundo relato da atriz:

‘Eu abordei Quentin de maneira bastante séria e disse que ele tinha falhado com a Uma como diretor e como amigo,’ ele me disse. Ele disse que falou para o Tarantino, ‘Hey, cara, ela é uma ótima atriz, não é uma dublê, e você sabe disso.’

Thurman tentou ver imagens do acidente mas tanto a produtora quanto o diretor não permitiram que isso acontecesse, e disseram que só seria possível se ela assinasse um documento dizendo que eles não tinham culpa de nada, o que Uma não fez.

Segundo ela, os anos seguintes foram muito ruins, com grandes brigas entre a atriz e o diretor, sendo que eles tinham que divulgar os filmes e se encontrar com frequência.

Para Uma, após o acidente, ela deixou de ser uma peça importante nos filmes, onde tinha influência criativa, para ser “uma peça defeituosa”:

Quentin finalmente cedeu ao me mandar o vídeo 15 anos depois, certo? Não que isso importe, agora que tenho problemas permanentes no pescoço e joelhos ferrados.

Depois do acidente eu passei de uma contribuidora criativa para uma peça defeituosa.

Harvey me assediou mas isso não me matou. O que realmente me pegou em relação ao acidente é que foi uma jogada suja. Eu tinha passado por vários testes de fogo até aquele momento. Eu sempre senti uma conexão com o bem maior no meu trabalho com Quentin e a maioria das coisas que eu permiti que acontecessem comigo e o que eu participei foi tipo uma terrível luta na lama com um irmão realmente nervoso. Mas pelo menos eu tinha um pouco de influência, sabe?

 

Você pode ler a matéria do The New York Times com Uma Thurman por aqui e ver o vídeo logo abaixo.

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