Marcelo Quintanilha lança
foto: Ygor de Oliveira

Para homenagear Cazuza, que se estivesse vivo completaria 60 anos no dia 4 de abril, o cantor e compositor Marcelo Quintanilha lançou um álbum para lembrar um dos maiores poetas do rock nacional e da música popular brasileira.

Intitulado como Caju, apelido pelo qual Cazuza era conhecido, o disco foi lançado pela gravadora Deck em 19 de janeiro e traz 11 canções de Cazuza.

Entre elas estão as famosas “Blues da Piedade”, que ganhou versão à capela num coro gospel; “Codinome Beija-Flor”, em versão valsada; “Exagerado”; “Azul e Amarelo”; e “Brasil”, com participação da filha de Marcelo, Nina Quintanilha. A música que encerra o álbum é a faixa título “Caju”, que Quintanilha compôs especialmente para o filho de Lucinha Araújo.

“O Cazuza foi muito importante para mim e me influenciou muito como compositor, sempre admirei muito a linguagem e a liberdade que ele tinha na sua vida e na sua obra”, conta Marcelo, através de nota divulgada por sua assessoria.

“Eu vinha de uma escola clássica, que queria fazer música como Gil, Caetano e Chico e Cazuza, mesmo descumprindo com as normas rígidas da MPB tradicional, conseguia falar com todo mundo, docemente, com crítica e com uma densidade muito própria. Como dizia Gil, Cazuza falava outra língua, mas todo mundo entendia!”, completa o músico, que já havia gravado “O Tempo Não Para” em seu disco QUINTO, de 2008.

Caju tem produção do Maestro Rodrigo Petreca, que, junto com Marcelo, assina os arranjos do disco, com exceção de “Faz Parte do Meu Show”, que tem arranjo assinado por Xinho Rodrigues.

O TMDQA! conversou com Marcelo Quintanilha sobre Caju e o resultado da entrevista você confere abaixo:

TMDQA!: Como surgiu a ideia de homenagear os 60 anos do nascimento de Cazuza lançando um álbum com composições do saudoso cantor?
Marcelo Quintanilha: Quando descobri, no meio de 2017, que Cazuza completaria 60 anos em 2018, tive logo a ideia de homenageá-lo com um álbum de canções suas. Achei que era mais do que necessário e merecido, ainda mais pelo fato de que, depois de Cássia Eller, ninguém mais tinha gravado um disco só com seu repertório.

TMDQA!: O processo para escolher quais músicas de Cazuza entrariam no disco foi difícil? Como se deu?
Marcelo Quintanilha: Foi muito difícil sim, pela quantidade e qualidade da obra de Cazuza. Escolhi segundo minhas preferências pessoais, claro, mas também identificando as canções que mais se encaixavam na sonoridade e no conceito que queríamos imprimir ao álbum: algo suave, quase intimista, que ressaltasse a poesia de Caju.

TMDQA!: Sua filha, Nina Quintanilha, canta na faixa “Brasil”, que, décadas depois, continua sendo tão atual. Vocês debatem sobre o Brasil de Cazuza e o Brasil de hoje? Têm visões diferentes?
Marcelo Quintanilha: A ideia de convidá-la para esse dueto foi exatamente a de mostrar a atemporalidade da letra, mas também de mostrar uma luz, uma esperança de construirmos um novo país. Em casa falamos muito sobre política, história, arte…e óbvio que existe um choque natural de gerações e seus próprios pensamentos. Mas, em geral, acho que seguimos uma mesma linha geral de valores.

TMDQA!: O álbum recebeu o nome de “Caju”, apelido de Cazuza e que também virou uma música de sua autoria que encerra o disco. Como foi compor para homenagear Cazuza?
Marcelo Quintanilha: Foi realizador. Porque queria mesmo dizer algo sobre ele, como um agradecimento pela influência que sempre exerceu sobre mim como cantor e compositor, e como uma forma de reverência também. E era necessário, gritante. Cazuza ainda não tinha (pelo menos que eu soubesse e encontrasse) uma canção feita para ele!

TMDQA!: Você pensa em excursionar pelo país com o novo álbum? Existe algo já definido?
Marcelo Quintanilha: Penso, quero e vou! Depois do carnaval devemos começar por SP, mas ainda não existe nada concreto. Prometo avisar logo que fecharmos!

TMDQA!: Se Cazuza ainda estivesse vivo, como você o imaginaria?
Marcelo Quintanilha: Hoje os sessentões parecem quarentões. Os oitentões, quarentões também. Imagino Cazuza como Caetano hoje, super bem conservado, disposto, cheio de energia. Cazuza dizia que era a música que o mantinha vivo, quando descobriu a AIDS. A música faz a gente driblar mesmo o tempo, mesmo que ele não pare.

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