Washed Out
Washed Out

Um dos principais nomes da cena chillwave do começo dessa década, o Washed Out se mostra preocupado com o excesso de chilling de uma galera. E isso está refletido em seu novo álbum, Mister Mellow, uma deliciosa coletânea de canções e o seu melhor trabalho desde sua aclamada estreia com o Within and Without, de 2011.

Em tour pelo Brasil, o talentoso músico Ernest Greene conversou com a gente sobre os shows (MECA Festival e Balaclava Fest, no Rio e SP, respectivamente) e sobre seu modo de criar.

Confira nossa conversa abaixo.

TMDQA!: Olá, Ernest! Obrigado pelo seu tempo! Você já esteve por aqui antes com a tour do disco “Paracosm”. O que mudou com o material do “Mister Mellow”?

Washed Out: O clima do disco é bem diferente e o show também. Antes tinha um clima rock, com 5 pessoas no palco, uma formação mais clássica. Agora sou eu e mais dois caras, num formato mais eletrônico. É muito louco, com projeções psicodélicas e um visual bacana.

TMDQA!: Sua música é muito climática e as apresentações foram marcadas para festivais. É difícil adaptar elas para palcos maiores?

Washed Out: Muito! Esse é um verdadeiro desafio para mim. Todo meu material lá do início da carreira foi feito para mim mesmo, não tinha público. Era algo pequeno e não pensava que tocaria para milhares de pessoas. Com o tempo de estrada, acabei pegando o jeito e notando quais músicas funcionam melhor.

TMDQA!: Não sei se você sabe, mas no Rio você vai tocar num ponto turístico, o Pão de Açúcar! [a entrevista foi feita antes do evento]

Washed Out: Vai ser tipo, lá em cima?

TMDQA!: Sim!

Washed Out: Sério? (surpreso)

TMDQA!: Sim, tem um palco lá em cima. Vi uns shows incríveis lá!

Washed Out: Eu vi uma foto uma vez e achei lindo. Estive lá na última vez que fui no Rio, como turista. Vai ser incrível isso!

TMDQA: Falando em turismo… alguns artistas aproveitam o tempo na estrada para criar. Você compõe nesses viagens?

Washed Out: Raramente. Já rolaram algumas coisas, mas foi mais pra segurar uma ideia, sabe? Gosto de pesquisar e estudar nessas viagens. A melhor coisa dessas viagens é absorver novas culturas. Eu tento estar aberto sempre para o novo.

TMDQA: Seu disco foi descrito como uma crítica à cultura da preguiça, da apatia. Isso é algo bem bacana, já que sua música é sempre associada com “chilling”. Para você qual a diferença entre relaxar e preguiça?

Washed Out: Acho que música muitas vezes é um escapismo, mesmo num clima meio daydream. Esse clima, essa possibilidade, é uma das coisas que mais gosto em música. Mas me preocupa isso se tornar um modo de deixar os problemas de lado por comodismo, nessa mentalidade meio stoner, meio preguiçosa. Queria deixar claro com esse disco que tem alguns momentos na vida que não dá para escapar e deixar de lado.

TMDQA!: Você tem mais discos que amigos? Tem algum disco que seja quase um amigo para você?

Washed Out: Sim, com certeza! Aliás, esse é um nome ótimo. Eu sou colecionador de discos. Quando fiz esse novo álbum eu fui buscar ali nos meus discos a inspiração. Lembro que o disco que mudou tudo pra mim foi o Endtroducing…, do DJ Shadow. Foi ali que descobri o poder do sample e como criar algo novo a partir deles.

 

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