Tom Morello
Foto: Reprodução / YouTube

Nesta segunda-feira (31), a revista britânica Classic Rock publicou um artigo de Tom Morello, em que o músico conta sobre a paixão pelos britânicos do The Clash e como o icônico álbum London Calling mudou sua percepção da música.

“Era o tipo de música com a qual eu podia me identificar com as letras”, cita Morello. O compositor também dá os créditos à banda punk por ter começado a escrever letras sobre política. “Foi numa época em que eu estava me tornando politicamente consciente, e ali estava uma banda que fazia com que eu não me sentisse sozinho.”

Leia o artigo na íntegra:

The Clash é minha banda de rock’n’roll favorita de todos os tempos. London Calling foi o ponto inicial do meu amor pela banda. Até eu descobrir o punk, eu era um fã de heavy metal e foi a capa daquele álbum que atraiu meu interesse e me fez pensar: ‘Quem é essa ótima banda de heavy metal?’

Eu devorei aquele disco. Não podia acreditar no quão bom era; fez parte da minha coleção de heavy metal parecer bobagem. Era o tipo de música com a qual eu podia me identificar com as letras, muito mais que o estilo Dungeons & Dragons dos meus ancestrais do metal. A convicção com a qual a banda tocava e com a qual Joe Strummer cantava era indescritível. Foi numa época em que eu estava me tornando politicamente consciente, e ali estava uma banda que fazia com que eu não me sentisse sozinho; era uma banda que falava a verdade – diferente do meu presidente, diferente das pessoas no noticiário, diferente do meu professor – e eu pensei: ‘Estou dentro’.

Eu escrevi minha primeira canção política imediatamente após ouvir London Calling. Se chamava ‘Salvador Death Squad Blues’. A possibilidade de combinar uma música foda e letras com conteúdo que importava se tornou real.

Naquela época, diziam que o The Clash era a única banda que importava, e realmente parecia que sim. The Clash era mais que uma banda punk, eles se aventuravam muito mais musicalmente, e London Calling foi realmente o álbum em que eles incorporaram a música de todo o mundo e cada canção soava como The Clash.

O álbum foi uma revelação; fez qualquer coisa parecer possível, como se você pudesse tocar uma canção de reggae ou hard rock. London Calling me fez perceber que existiam bandas por aí que estavam prontas para falar a verdade, de um jeito destemido e descompromissado em que cada nota da música e cada verso importava. Aquilo era novo pra mim. E eles tinham figurinos que pareciam legais.

Eu toquei a canção ‘London Calling’ em incontáveis bandas cover ao longo dos anos. Não tenho certeza sobre o que Joe Strummer estava falando, mas parecia apocalíptico e eu sabia que ele estava certo. A sutileza e o humor em suas letras, às vezes, são ignorados. Aquele cara fez ótimas letras. Tem muita coisa rolando; Joe Strummer era um gatuno profundo.

Também foi o primeiro álbum que eu vi que tinha um adesivo de aviso de conteúdo, e aquilo contribuiu para sua atração e a sensação perigo.

Eu não acreditava que existia uma banda pra mim. Até aquele ponto, eu estava conformado. Quando eu descobri o The Clash, eu não precisava me conformar mais.

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