Radiohead - OKNOTOK capa - Ok Computer
Foto: Divulgação

2017 marca o vigésimo aniversário de lançamento do icônico OK Computer, do Radiohead. O disco ganhou uma reedição toda bonitona, com direito a músicas inéditas, para a alegria dos fãs.

Muita gente deve se perguntar como a banda conseguiu fazer todos aqueles sons que moldaram o álbum, e que foi um um prelúdio ao som mais experimental que o Radiohead seguiria nos trabalhos seguintes.

Por isso, a Fact Mag reuniu sete dos equipamentos utilizados por Thom Yorke e cia. durante a composição do disco que é um dos mais importantes da história da música.

7 – Marshall ShredMaster (usado na música “Airbag“)

Marshall Shredmaster

 

 

 

 

 

 

“Queríamos que fosse igual a ‘Planet Telex’ do The Bends; um começo que não tem nada a ver com o restante do álbum,” disse o baixista Colin Greenwood, em 1997. E é isso o que acontece no início de “Airbag”, a faixa que abre o OK Computer. A distorção usada por Jonny Greenwood vem de uma pedaleira com vários acessórios, incluindo o Marshall ShredMaster, que já foi utilizado várias vezes pela banda.

O ShredMaster é um pedal simples de distorção, mas que tem um impacto bem grande. Bandas como Blur, em “Song 2”, e My Bloody Valentine – a parede sonora da banda vem justamente daí – também já fizeram uso dele.

Sua fabricação foi interrompida há vários anos, mas ainda é possível encontrá-lo usado custando por volta de 100 dólares.

6 – Sampler Akai S3000 (usado na música “Airbag“)

Akai S3000

 

 

 

 

 

 

Aquela batida meio desconexa no início da “Airbag” também foi proposital. O baterista Phil Selway disse em entrevista que a bateria da música foi sampleada em um Akai S3000 e editada posteriormente em um Mac. A banda não tinha intenção de usar samples até ouvir o disco Endtroducing do DJ Shadow, lançado em 1996, bem na época em que estavam iniciando as gravações do OK Computer, mas deram os primeiros passos com essa música.

Embora o Akai não seja mais produzido, o software Abbleton Live, muito utilizado hoje em dia pelos músicos, possui um pacote com sons de todas as músicas do Radiohead, sendo possível recriar, de alguma forma, a mesma sonoridade alcançada pela banda nos anos 90.

5 – Mutronics Mutator (usado na música “Paranoid Android“)

Mutronics Mutator

 

 

 

 

 

 

Você curte o solo de guitarra único de Jonny Greenwood em “Paranoid Android”? Agradeça ao Mutronic Mutator. Jonny gravou o solo e colocou nesse equipamento, criado para dar efeito às músicas.

Hoje em dia ele seria vendido como água, porque lembra bastante os sintetizadores dos anos 60, já que é um filtro analógico e seguidor de envelope, mas só é possível encontrar usado e por um preço salgado – por volta de 1.500,00 dólares. Você pode, no entanto, usar um plug-in no Softube, que custa 129 dólares.

4 – Roland RE-201 (usado na música “Subterranean Homesick Alien“)

Roland RE-201

 

 

 

 

 

 

Esse é um equipamento simples, mas que faz com que as músicas soem muito bem. Todo o instrumental da música “Subterranean Homesick Alien” foi colocado neste Space Echo, um equipamento de delay criado em 1974 e que Jonny Greenwood usava em turnê, para dar o efeito desejado.

É possível encontrar o Space Echo original usado por 800 dólares, mas a Roland lançou uma nova versão dele que custa 250. Pode não ser a mesma coisa, mas o próprio guitarrista substituiu a versão original pela nova durante as turnês.

3 – Mellotron M400 (usado na música “Exit Music (For a Film)“)

Mellotron M400

 

 

 

 

 

 

Aquele belíssimo coro que aparece em “Exit Music (For a Film)” foi criado com o Mellotron M400, um instrumento que pode ser considerado o primeiro sampler. Todos os sons eram gravados em fitas de loops que o teclado tocava, e esses sons podiam ser substituídos. Nos anos 90 o Mellotron já era considerado um instrumento antigo, mas talvez o charme venha justamente daí.

Pra quem gosta do som feito por ele, há um software gratuito que emula o M400, chamado Redtron 400.

2 – Delay digital AMS DMX 15-80S (usado na música “Karma Police“)

AMS DMX 15-80S

 

 

 

 

 

 

A sonoridade ouvida ao final de “Karma Police” foi feita com esse equipamento acima. O guitarrista Ed O’Brien tocou as notas, mas ao ligar a regeneração do delay e diminuir sua velocidade, as notas começaram a tocar sozinhas.

Segundo Thom, em uma entrevista dada em 1997,

Falamos para ele tirar os fones e só tocar. Então ele criou uns sons estranhos e gravamos algumas vezes. Ás vezes o melhor material chega quando você nem está escutando. Uma vez que entramos no estúdio, ou fazemos tudo junto, assim conseguimos ouvir o que estamos fazendo, ou então acontece o oposto, aí a gente não sabe mesmo o que está rolando. Muitas das vezes ou você faz as coisas bem aleatoriamente ou bem calculadas. Não existe meio termo.

Criado nos anos 1980, não tem como encontrá-lo por menos de 2,000 dólares e não existe um emulador exato. O software que mais se aproxima é o reverb digital AMS RX16 da UA.

1 – SimpleText da Apple (usado na música “Fitter Happier“)

Apple Macintosh

 

 

 

 

 

 

Muita gente torce o nariz para “Fitter Happier”, alegando que a “música” quebra o clima do restante do álbum – junto de “Electioneering”.

Thom Yorke conta que gravou-a em 10 minutos, após ler a história em um fórum às 4 da manhã.

Eu estava em pânico e sentindo uma histeria incrível, e foi libertador deixar a letra com essa sonoridade neutra e computadorizada.

Já Colin Greenwood tem uma versão um pouco diferente da história. Ele diz que Thom Yorke não queria falar as palavras, então eles ficaram mexendo no editor de texto com uma voz computadorizada. Eles gostaram da “emoção” que aquilo passou e deixaram do jeito que conhecemos.

O SimpleText, ferramenta de texto dos computadores da Apple, foi substituído pelo TextEdit após a mudança para o OSX. Mas se você acessar as configurações de acessibilidade do computador na parte de Preferências do Sistema, você consegue ouvir o Fred, a voz utilizada em “Fitter Happier”.

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