1997 foi um ano decisivo para a carreira de Dave Grohl.

Dois anos antes o músico que havia ficado conhecido no mundo inteiro como baterista do Nirvana, uma das maiores bandas de todos os tempos, lançou um álbum com seu novo projeto, o Foo Fighters, onde gravou todos os instrumentos e assumiu o papel de líder de uma banda pela primeira vez.

Em Foo Fighters (1995), músicas como “Big Me” e “This Is A Call” deram popularidade à banda, mas 90% das entrevistas eram sobre a ligação de Dave Grohl com o Nirvana e, principalmente, com o saudoso Kurt Cobain.

Grohl poderia ter ficado de saco cheio e desistido, já que, convenhamos, viver à sombra de alguém é complicadíssimo para qualquer um, e quando estamos falando de arte e música, isso é ainda pior, mas ele seguiu em frente.

20 de Maio de 1997 chegou e com ele o disco The Colour And The Shape, segundo do Foo Fighters e primeiro como uma banda propriamente dita, e foi aí que a coisa mudou.

Formação

Foo Fighters com William Goldsmith

Após o sucesso do primeiro disco, Dave Grohl precisou recrutar instrumentistas para montar uma banda de verdade, e para tanto chamou baixista e baterista do grupo emo/post-hardcore Sunny Day Real Estate, Nate Mendel e William Goldsmith respectivamente.

Também chamou Pat Smear, ex-guitarrista da banda punk Germs que havia entrado para o Nirvana ao final da sua carreira, e seguiu com Dave no seu novo projeto.

As gravações de The Colour And The Shape começaram com eles, mas não terminaram assim.

Problemas em estúdio

Se Dave Grohl havia assumido o papel de guitarrista e vocalista, vale sempre lembrar que ele é um baterista de origem, e o cara não ficou nada satisfeito com as batidas de Goldsmith no álbum.

A insatisfação foi tanta, que ele mandou o cara embora da banda e a maioria das músicas teve que ser regravada, sendo que Grohl foi quem comandou as baquetas enquanto o resto da banda tinha Pat Smear e Nate Mendel.

William Goldsmith aparece em “Doll” e trechos de “Up In Arms” e “My Poor Brain”, além dos lados B “The Colour And The Shape” e “Down In The Park”.

A saída do músico nunca foi muito bem digerida pelo próprio, que diz não entender até hoje “o que fez de errado”, mas Dave disse em algumas ocasiões que simplesmente sentia que ele não encaixava nas novas canções da forma como gostaria e imaginava.

Canções

E se o problema era deixar as faixas de The Colour And The Shape redondinhas, a tarefa foi cumprida.

Vieram mega hits como “Everlong”, “My Hero” e “Monkey Wrench”, todas presenças indispensáveis até hoje, 20 anos depois, em todos os shows do Foo Fighters.

A balada “Walking After You” também ajudou a alavancar o álbum e de repente, com uma mescla interessantíssima de hits radiofônicos e músicas do bom e velho rock and roll, o Foo Fighters ganhava vida própria e ninguém mais se referia ao grupo como “o novo projeto do baterista do Nirvana”.

Foram canções e clipes como o hilário para “Everlong” e o extremamente bem executado por Dave Grohl para “My Hero” que fizeram com que o grupo andasse com as próprias pernas e tivesse o devido reconhecimento nos anos que seguiram.

No clipe de “My Hero”, aliás, outros problemas de bastidores ficaram evidenciados com a presença do guitarrista Franz Stahl.

Foo Fighters com Franz Stahl

O primeiro deles é que ele havia substituído Pat Smear, que saiu da banda sem dar muitas explicações após o lançamento do álbum, dizendo que estava cansado. O segundo é que Franz durou pouquíssimo tempo. A única participação realmente efetiva do cara na banda é esse clipe, e ele nem gravou canções ao lado de Dave Grohl, seu ex-companheiro na banda Scream.

Vale ressaltar que nessa época a banda precisava de um baterista, e ele veio na forma de Taylor Hawkins, então músico da banda de Alanis Morissette, no grupo até hoje.

Recepção e Números

O álbum foi bem recebido, e em uma época onde a MTV mandava no mundo da música, os clipes sempre criativos do Foo Fighters ajudaram muito na promoção de The Colour And The Shape.

Nos Estados Unidos foram vendidas mais de 2 milhões de cópias, e o disco chegou até a posição de número 10 na Billboard, mas foi ainda melhor no Reino Unido, onde chegou à terceira posição das paradas.

A boa recepção de público e crítica, bem como os números interessantes foram fundamentais para que a banda não entrasse em colapso, já que trocas de integrantes eram constantes e até Nate Mendel chegou a cogitar a saída pouco depois, o que deixaria Dave Grohl como o único membro da primeira formação da banda.

Isso acabou não acontecendo e a banda se consolidou na forma do trio de Dave Grohl, Taylor Hawkins e Nate Mendel, que dois anos depois lançaria o também aclamado There Is Nothing Left To Lose, com canções como “Learn To Fly”, “Breakout”, “Generator” e “Next Year”.

Legado

The Colour And The Shape foi o primeiro grande disco do Foo Fighters, e aquele que marcou toda uma geração que consumia muito rock and roll no mainstream ao final dos anos 90.

Sucesso parecido veio anos depois com Wasting Light, de 2011, e os discos são verdadeiros marcos na carreira da banda e nas vidas de quem hoje tem tanto seus 20 e poucos quanto seus 30 e poucos anos.

Para os adolescentes da década de 90, The Colour And The Shape e seus grandes hits foram audições indispensáveis, e o registro é um disco que deve ser celebrado no último volume, exatamente 20 anos após seu lançamento.

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