Gorillaz - Song Exploder

Se você se interessa por produção musical, aqui vai minha melhor dica para você: ouça o podcast Song Exploder. Nele, vários artistas “destrincham” suas músicas, mostrando detalhes da produção, dos arranjos musicais e das letras.

Há alguns dias foi a vez de Damon Albarn, gênio por trás do Gorillaz, mostrar todo o processo de produção da faixa “Andromeda”, um dos singles do novo disco da banda.

No programa, Albarn dá uma verdadeira aula. O músico começa mostrando os arranjos e “riffs” tirados de teclados e sintetizadores — que, por sinal, estarão presentes em todo o novo álbum do Gorillaz, o músico revelou. Além disso, o músico também falou sobre a temática por trás de Humanz: “eu gostaria de que parecesse estar no futuro, e o futuro sempre pareceu desse jeito pra mim — sintético, digital”.

A narrativa desse disco é: imagine algo num futuro próximo, [tipo] o que aconteceu nos Estados Unidos e que realmente revirou tudo de cabeça pra baixo e fez pessoas ficarem bem inseguras sobre seu futuro — e vamos fazer um disco sobre a noite em que isso aconteceu.

Mas o maior destaque do episódio foi a história por trás das letras da canção. Albarn revelou que, no disco físico, a mensagem “para Ethyl” está escrita ao lado do nome da faixa, contando sobre quem é essa pessoa.

Ethyl é a falecida mãe da minha parceira. Ela estava bem doente quando eu me sentei ao piano [para compor a faixa]. E eu estava pensando nela. Tudo veio de uma vez só; foi um take, a canção inteira.

E a primeira linha da música é ‘When the passing looks to die for’. Quando ela estava nas suas últimas horas de vida eu fui visitá-la no hospital, e por mais trágico que fosse, a sua morte e palavras finais foram, pra mim, tão lindas e animadoras. Elas ficaram comigo. E isso me esmagou quando eu estava escrevendo. Pensar nela me fez pensar em Bobby Womack [antigo colaborador do Gorillaz] também, que morreu há dois anos, e eu comecei a pensar em todas essas pessoas lindas que eu conheci e que se foram e eu pensei, ‘vamos fazer isso pelos melhores tempos’.

E eu lembro de estar em lágrimas enquanto eu cantava isso. Por que eu estava com eles naquele momento, existe esse tipo de alvo emocional na canção. Eu não sabia o que estava cantando, pois era tudo improvisado, mas pareceu tão certo com aquele momento.

Eu senti tipo, que eu pudesse pegar o ‘pior resultado possível’, e pensar em todo o ‘bem’ que veio antes dele. Então, veio de uma vez só e, ao longo dos meses eu tentei articular essas letras em algo que fizesse mais sentido mas, no final do dia, eu percebi que era algo honesto — liricamente e sonoramente. Um take.

Eu passei um ano inteiro tentando ‘consertar’ essa música, mas acabei voltando para o que eu tinha feito em dois minutos, naquele momento.

No podcast, o músico D.R.A.M., que participa da faixa, também comenta um pouco sobre sua participação. Inclusive, Damon mostrou um trecho de uma versão alternativa da faixa, onde D.R.A.M. tomava conta de todos os vocais.

Você pode ouvir o episódio na íntegra logo abaixo.

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