Esdras Nogueira

Esdras Nogueiras está percorrendo o Brasil com a turnê para o seu segundo disco solo, NaBarriguda. Esdras, ex-saxofonista do Móveis Coloniais de Acaju, passará até o mês de Maio por Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Taguatinga, Planaltina, Brasília, Goiânia e Ceilândia.

Os primeiros shows da turnê aconteceram em São Paulo e o próximo da turnê acontece no Rio de Janeiro. Para se preparar para seus shows, o músico mandou com exclusividade uma seleção de 5 canções instrumentais que para ele são essenciais e um pouquinho de como ele se sente com elas, além de responder às nossas perguntas sobre o novo trabalho solo. Acompanhe:

TMDQA – O NaBarriguda foi inspirado em músicas do Norte do país. Você pode contar pra gente um pouco de como funciona a sua relação com esse tipo de música?

Esdras: A música do Nordeste sempre esteve presente na minha vida desde cedo em casa. Meu pai é piauiense e minha mãe do Maranhão, então Dominguinhos, Quinteto Violado, Elba Ramalho, Luiz Gonzaga tocavam muito na vitrola deles. Eu herdei vários desses discos. O Norte do Brasil eu conheci viajando com o Móveis, tocamos muito por lá e me encantei com Belém, pela música, pela comida e pelas pessoas.

A Barriguda é uma pequena fazenda da minha família no interior do Piauí, era do meu avô e hj do meu pai, passei muitas férias na infância por lá convivendo com toda a realidade inclusive a musical. Voltei no ano passado pra compor as músicas, sem internet, telefone, nada pra atrapalhar. Engraçado que quando comecei o disco na fazenda, queria fazer um disco de choro, mas o resultado foi outro, e adorei.

TMDQA – Você nos indicou 5 músicas instrumentais essenciais para você. O que elas significam para você?

Esdras: Essas músicas são essenciais para mim porque fazem parte da minha formação. São músicas de estilos bem diferentes e que me ajudam a pensar a música que faço hoje.

Dá o play aí:

Giant Steps – John Coltrane

Esdras: Essa música mudou o jazz, a harmonia e a forma de improvisar do Coltrane impressionam e essa música foi uma virada de página na história do jazz, e é bonito demais de escutar, ele sempre tocou com muita paixão.

Paulo Moura e Raphael Rabelo – 1 x 0 

Esdras: Esse disco é uma aula de música brasileira, clarinete e violão na sua melhor forma. Essa versão de 1×0 do Pixinguinha é linda, o virtuosismo que parece fácil de tocar, a música do mestre Pixinguinha ajuda também. Assisti vários shows do Paulo Moura no Clube do Choro em Brasília, a musicalidade contagia. Ele tocou até os últimos dias de vida… um dia a gente chega lá!

Kenny Garrett – Sing a Song of Song

Esdras: Essa música foi a primeira gravação do primeiro disco que ganhei desse saxofonista incrível. Depois disso, comprei muitos outros e até hoje acompanho a carreira dele. É um som bonito demais desse saxofone, ele tocou em uma das últimas, se não for a última formação do Miles Davis, e está aí até hoje. Vale a pena conhecer esse cara!.

Astor Piazzola & Gerry Mulligan – Años de Soledad

https://www.youtube.com/watch?v=yqyFXifxeFk

Esdras: Esse disco é incrível. Depois de um dia pesado, parar tudo, tomar uma e escutar esse disco, é uma boa pedida. A dupla barítono e acordeom foi inspirada…

Tokyo Ska Paradise Orchestra – Skaravan

Esdras: Conheci essa banda por um amigo que me mostrou uns vídeos, na época isso mudou a forma de pensar o show do Móveis, a gente ficou fissurado nesses caras… Como assim esses caras tocando ska, correndo pra uma multidão no Japão? Até hoje escuto com muito carinho esse som. Ano passado fui ao primeiro show deles no Brasil e foi muito bom ver ao vivo uma banda tão importante pra gente.

TMDQA: Além de músicas próprias, o NaBarrigada também tem versões suas para canções do Cartola, Egberto Gismonti e Hamilton de Holanda. Como foi a seleção dessas canções dar a sua cara para cada uma delas?

Esdras: Todos ídolos! Hamilton de Holanda é de Brasília e cresci o escutando no Clube do Choro, Egberto Gismonti é incrível, ainda quero um dia fazer um disco inteiro com músicas dele, e o Cartola foi uma forma de fechar o disco de forma bem contemplativa. “O Mundo é um moinho”, que música triste e linda de chorar.

TMDQA: Como bacharel em saxofone e ex-músico de uma das bandas independentes mais queridas do Brasil, quais são os seus principais aprendizados no caminho entre a música popular e música erudita? Como esses dois mundos se relacionam?

Esdras: Esses dois mundos sempre se relacionaram super bem, já toquei em banda de circo, banda de baile, de igreja, roda de choro, big band, sinfônica, gosto dessa confusão. Na Universidade aprendi muita técnica, estudei sonoridade, arranjo, e o Móveis me deu o baile, me ensinou que o show deve ser sempre bom, e que no show o mais importante é a troca no palco entre os músicos, e com o público. No final o que vale é se a música emociona ou não.

TMDQA: Como você preparou os shows da tour do NaBarriguda?

Esdras: Com muita vontade de apresentar esse trabalho, e que no show as pessoas tenham liberdade pra dançar, curtir, assim como a gente no palco. Tenho a sorte de tocar com músicos incríveis, e os shows que fizemos estão cada vez mais legais. A banda é composta pelo Léo Barbosa na percussão, Thiago Cunha na bateria, Marcus Moraes na guitarra e Rodrigo Balduino no baixo. O show está cada vez melhor e a intimidade no palco é importante demais.

TMDQA: Vamos ouvir músicas do Capivara também? E do Móveis?

Esdras: Algumas do Capivara sim, tem também outras músicas que colocamos no repertório, mas do Móveis ainda não… mas quem sabe num próximo trabalho entra alguma? Ia ficar legal uma versão instrumental de “Adeus”, por exemplo. Terminamos a banda tem muito pouco tempo e acho legal mudar um pouco o foco, pelo menos por agora.

TMDQA: Para finalizar, você tem mais discos que amigos?

Esdras: Com certeza! Já tentei me livrar deles, mas confesso que o apego é maior. Cada disco tem uma história pessoal que vai além da música. Fora que mesmo com esse mundo dos streamings, tem muita coisa que não tá lá.

Dá uma olhada na agenda dos próximos shows e fica ligado: quando ele passar na sua cidade, não dá para perder!

Turnê Esdras Nogueira – NaBarriguda

30 de Março – Rio de Janeiro (RJ)
Circo Voador – abrindo o Baile do Almeidinha, de Hamilton de Holanda
Endereço: Rua dos Arcos s/n – Lapa
Horário: 21h
Ingressos: a partir de R$ 20 neste link ou no evento no Facebook

31 de Março – Taguatinga (DF)
Isso Aqui é DF Cozinha bar
Endereço: Rua: CNF 1 lote 16 loja 1
Horário: 21h
Ingresso: gratuito – informações no evento no Facebook

21 de Abril – Belém
Festival Sonido

27-30 de Abril – Alemanha
Participação no Festival Jazzahead!

10 de Maio – Goiânia
Festival Bananada

17 de maio – Planaltina (DF)

24 de Maio – Ceilândia – DF
Local: Sesc Ceilândia (gravação de CD ao vivo)
Endereço: Rua VIA N3
Horário: 20h
Ingresso: gratuito – informações no evento no Facebook

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