John Wick

Keanu Reeves é uma pessoa admirada por muitos, não necessariamente por seus poderes interpretativos, mas sim por sua persona tragicamente cativante e livre. Sem a necessidade de ser o grande astro que por vez é, ele é reconhecido em metrôs, bancos de praças, conversando com moradores de rua, comendo seu bolo de aniversário sozinho sentado em algum canto da cidade. Morando em um apartamento alugado, acumular dinheiro e fama não são suas prioridades. Sua história de vida triste deve tê-lo ensinado muito, principalmente de que nada deve ser feito que não por romance.

E isso que é John Wick, a declaração de romance de Keanu Reeves com os signos da cultura pop que tanto o atraem, como as artes marciais, o cinema oriental sempre tão poderoso e a beleza do cinema escrito com punhos e tiros. Um ballet tarantinesco seduzido pela câmera e coreografado de modo a colocar o espectador frequentemente dentro da cena. Ampliando o mundo dos assassinos e sua mitologia em comparação com o primeiro capítulo da série, vemos a construção de um universo que flerta com a fantasia surreal, mostrando um realismo em suas cenas e as consequências do flagelo físico a que os personagens se expõem, mas ao mesmo tempo indicando que o mundo não é páreo para alguém com a determinação e controle de John Wick. Neste capítulo 2 ele conclui sua missão anterior e é colocado novamente de frente com seu passado e as regras da sociedade dos assassinos, que o obriga a novamente sair da aposentadoria e destruir metade do mundo sozinho. Seu nome ainda gera medo e angústia mesmo naqueles que insistem em desafiá-lo e isso é demonstrado em cada cena.

Tudo isso só é válido por conta de seu protagonista, que se empenha em realizar grande parte das cenas de ação e todas as coreografias de luta, fazendo com que seja importante a atenção à tela por pura e simples admiração. Tal vontade é estimulada pela horizontalidade com que a câmera passeia pelas cenas e a edição respeitosa, cuidando para que os cortes sejam feitos apenas no limite do necessário.

Sem contar com a surpresa do primeiro filme, e com uma motivação inferior, John Wick – Um Novo Dia para Matar alcança um maior número de cenas de ação incríveis, sejam elas grandiosas ou minimalistas, mas apela para o mesmo tipo de resolução anticlimática de seu primeiro filme, o que pode frustrar algum ou outro. Há de se comentar da participação, e potencial gancho para o capítulo três da saga, de Laurence Fishburne, companheiro de Keanu em na trilogia Matrix e a inclusão de outra organização além daquela dos assassinos. Por sua estrutura simples, é possível aguardar já diversas outras organizações neste mundo de fantasia, destroços e ossos quebrados, e isso é o que mais de honesto é possível cinema.

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