Braza em São Paulo

Na última sexta-feira (4), o Braza realizou o seu segundo show na cidade de São Paulo. Praticamente nessa mesma data, há apenas um ano, o Forfun fez a sua última apresentação na capital paulista. Tudo mudou e nada mudou. Outra banda, outra formação, outras músicas. Os mesmos fãs, a mesma troca de energia, o mesmo show incrível. O misto entre o velho e o novo embalaram a noite no Tropical Butantã.

Antes disso, o público recebeu a atração de abertura Amanajé Sound System. Com faixas do disco Akitafya, de 2014, o grupo agitou aqueles que, aos poucos, iam enchendo a casa.

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O som é inspirado na cultura jamaicana e traz letras que refletem o cotidiano paulistano. “Brooklyn”, “Tome Le Ragga” e “Sai Zica” foram algumas das músicas que estiveram no repertório. Em “Viver”, subiu ao palco o convidado Monkey Jhayam, que já havia marcado presença no primeiro show do Braza na cidade, em abril.

Diversidade cultural e engajamento social. Uma vibe muito positiva, que tem tudo a ver com a proposta do evento. A plateia correspondeu muito bem à performance do Amanajé Sound System, que contou ainda com a participação especial do Big Up, grupo de tributo ao reggae. Com cerca de uma hora de duração, a apresentação foi encerrada com “Jinga”.

E era a vez de Danilo Cutrim (vocal e guitarra), Vitor Isensee (vocal e teclado) e Nícolas Christ (bateria) subirem ao palco. Ao lado dos músicos de apoio Pedro Lobo (baixo), Pedro Schroeter (percussão) e Lelei Gracindo (saxofone), o Braza deu início ao show com “Além”. Banda e fãs a uma só voz. Estava lindo e era só o começo.

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“Embrasa” e “Oxalá”, primeiro e segundo single do grupo, respectivamente, fizeram os presentes cantarem ainda mais alto. Se em abril, pouquíssimo tempo após o lançamento do disco homônimo, os fãs já tinham as letras na ponta da língua, agora tinham ainda mais.

“Salve, salve, São Paulo! Que vibe é essa? Obrigado pela recepção calorosa, vamos dançar muito!, disse Danilo. E, em meio a uma jam e improvisos, Monkey Jhayam entrou em cena para a faixa “Normal”, que também conta com sua participação no disco. Clima de festa e amizade. Mais true impossível.

Após “Pedro Pedreiro Parou de Esperar”, Vitor anunciou uma “homenagem aos mestres”, com “Racismo É Burrice”, de Gabriel O Pensador, e “Mun’Rá”, do Sabotage. Pedro Lobo no vocal, Lelei no teclado. Com apenas um disco de cerca de 40 minutos, o Braza encontra espaço para improvisar e experimentar à vontade. Funciona bem e transforma tudo em diversão. Show leve e participativo.

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“Jaya” fez todo mundo cantar e pular. “Subindo Santa” veio depois de uma pequena pausa e trouxe um discurso de Vitor a respeito das minorias: “Democracia é um sistema onde as minorias são ouvidas e não oprimidas. E nem precisa ser em menor número, as mulheres são maioria e sofrem”. O músico aproveitou para explicar que, quando escreveu os versos “um tapinha na bunda, com carinho ela gosta“, foi na melhor das intenções. “Tem que ter carinho, mas tem que ter também consentimento”, finalizou.

Com Pedro Lobo comandando o microfone, a banda tocou “Don’t Push”, do Sublime, e “Get Up Stand Up”, do Bob Marley. Já “Easy Road” começou mais baixa, destacando as vozes do público. “Tanto” teve seu início interrompido por uma briga perto do palco. “Vamos voltar a se amar”, pediu Danilo após a confusão se resolver e a banda retomar a música.

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“Primeiramente, Fora Temer. Segundamente também”, disse Vitor antes de mais uma jam com improvisos. Dessa vez, o grupo recebeu no palco os caras do Amanajé Sound System e do Big Up. Mais uma parceria em celebração à pluralidade de ritmos.

Em seguida, “Hoan vs. Hozin” levava o show para o final. Foi também o momento de Danilo apresentar os integrantes da banda, enquanto eles iam tocando, um a um.

“We Are Terceiro Mundo” abriu uma roda enorme na pista. Mosh e bate cabeça que quase fez esquecer que não se tratava de um show do Forfun. Nostálgico e intenso, mas o recado do Braza veio com “Segue O Baile”, que encerrou a apresentação em um ritmo muito alegre.

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O baile seguiu. A admiração aumentou. O público que encheu o Tropical Butantã certamente voltou para casa satisfeito. Um disco de menos de 40 minutos virou um belo show de mais de 1h30.

Enquanto a banda deixava o palco, Nicolas ainda foi até o microfone e mandou a mensagem final: “Menos intransigência, mais respeito. Vamos amar mais!”.

É Isso.

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