Mallu Magalhães no Rio de Janeiro

Fotos por Natália Salvador

Longe dos palcos brasileiros desde a sua apresentação no Rock in Rio em 2013, Mallu Magalhães havia anunciado no começo de junho que faria dois shows em breve (o primeiro em São Paulo e o outro no Rio de Janeiro) para preencher a falta que sentia do seu público. O nome da mini turnê não poderia ser mais emblemático: “Mallu Saudade”. Pois bem, na última sexta-feira (2) foi a vez dos fãs cariocas reencontrarem a jovem artista em uma apresentação acústica no Vivo Rio, na Glória.

Marcado para as 22h, o show teve apenas treze minutos de atraso, quando Mallu surgiu elegantemente e sentou na cadeira localizada no centro do palco. A sua direita estavam postos os dois violões que ela usaria ao longo da apresentação, e do lado esquerdo uma mesinha com uma taça de vidro e uma garrafa d’água, para Mallu bebericar quando quisesse. Um tanto acanhada, como de costume, a cantora agradeceu a presença de todos com um tímido “muito obrigada”. Ao ser pedida em casamento por alguém da plateia, Mallu, sempre simpática, respondeu: “não vai dar”, incitando risos. Ela continuou: “Muita alegria estar aqui, estou muito feliz”. Ao gritarem “linda”, ela pediu, de forma bem humorada: “para com isso”.

Passado o contato inicial com o público, Mallu abriu seu show com “Casa Pronta”, faixa recém-lançada com direito a videoclipe, e seguiu com “Ô, Ana” e “Sambinha Bom”, ambas do disco Pitanga, de 2011. Enquanto a plateia acompanhava timidamente, Mallu deu sequência ao show com “Me Sinto Ótima”,  música da Banda do Mar, projeto dela ao lado do marido, Marcelo Camelo, e do baterista português Fred Ferreira. Foi então que os fãs reagiram de forma mais acalorada, em um nítido sinal de que muita gente ali passou a curtir a carreira dela depois da Banda do Mar.

Por isso, era de se imaginar que “Tchubaruba”, do auto intitulado álbum de estreia de Mallu, não causasse grande comoção. Por outro lado, a interpretação delicada da cantora deixou todos encantados. Depois de “Lost Appetite” e “Soul Mate”, veio “Olha, só moreno”, fazendo os fãs se manifestarem novamente. Em seguida, Mallu ficou de pé (permanecendo assim até o final da apresentação) e fez uma linda e melancólica versão a capella do clássico da MPB “Chega de Saudade”, composto em 1958 pela eternizada dupla Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes. Ao final de sua competente execução vocal, muitos aplausos da plateia.

Outro ponto alto da noite aconteceu na hora de “Janta”, canção de Camelo em parceria com sua mulher e que faz parte do primeiro disco solo do músico, Sou (2008). Na sequência, Mallu voltou a interagir com a plateia. “Pena que são só dois shows. Eu queria fazer mais”, lamentou a cantora, que em dezembro passado deu à luz Luisa, de oito meses.

Mais tarde, depois de “Cena”, Mallu elogiou a composição visual do fundo do palco, exibindo prédios e imagens urbanas que se modificavam. “Vocês viram que bonito o cenário?”, disse. A apresentação continuou com “Youhuhu”, “Seja Como For”, “Mais Ninguém” e “Velha e Louca”, esta última cantada em coro pelos fãs. Após deixar o palco rapidamente, Mallu retornou para o bis com a divertida “Shine Yellow”.

Ao anunciar que a próxima música seria a última do repertório, a plateia lamuriou. Mas a cantora logo rebateu: “Então aproveita”. O pedido, claro, foi prontamente atendido. Enquanto Mallu cantava os versos animados de “Muitos Chocolates”, os fãs batiam palmas e gesticulavam de forma mais descontraída. O show, encerrado às 23h20, deixou claro que a cantora, hoje com 24 anos, amadureceu e deixou para trás o nervosismo de outrora, que lhe fazia errar as notas do violão ou esquecer uma letra.

Dessa vez ela não falhou em nada. Muito pelo contrário, foi só acerto. Aplaudida de pé, Mallu Magalhães agora volta para Portugal, onde mora com a família, enquanto a referida saudade volta a habitar o coração do público e também dela, que pretende sair em turnê pelo Brasil depois do lançamento do aguardado próximo disco. Tudo para matar muito mais saudades por aí.

Setlist:

1. “Casa Pronta”
2. “Ô, Ana”
3. “Sambinha Bom”
4. “Me Sinto Ótima” (cover de Banda do Mar)
5. “Tchubaruba”
6. “Lost Appetite”
7. “Soul Mate”
8. “Olha Só, Moreno”
9. “Chega de saudade (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes)
10. “Janta”
11. “Motivo” (Almir Guineto e J. Laureano)
12. “Nanã” (Moacir Santos e Mário Telles)
13. “Cena”
14. “Youhuhu”
15. “Seja Como For” (cover de Banda do Mar)
16. “Mais Ninguém” (cover de Banda do Mar)
17. “Velha e Louca”

Bis:

18. “Shine Yellow”
19. “Muitos Chocolates” (cover de Banda do Mar)

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