Ultramen

A banda Ultramen é uma verdadeira lenda da música gaúcha.

O grupo tem na discografia quatro álbuns de estúdio, e um disco ao vivo, mas estava faltando o DVD.

Isso será resolvido agora com o kit CD/DVD Máquina do Tempo, a ser lançado pela gravadora Hearts Bleed Blue para celebrar 25 anos de carreira da Ultramen.

Hoje nós do Tenho Mais Discos Que Amigos! temos o prazer de estrear o vídeo de “Robot Baby” em estúdio, um dos materiais extras que aparecem no DVD além do show.

Além disso, também conversamos com Pedro Porto, Malásia e Zé Darcy a respeito do lançamento, e você pode ver tudo abaixo.

Ultramen – 25 anos

TMDQA!: Antes de tudo, não dá pra começar com outra coisa, por que tanto tempo entre a gravação e o lançamento do DVD?
Pedro: Pra responder essa pergunta, tem que contar a história do DVD desde o início. Estávamos em 2008 e resolvemos suspender os trabalhos da banda por um tempo indeterminado. Já estávamos juntos há 17 anos, e alguns integrantes também queriam tocar outros projetos. Então, surgiu a ideia de gravar um DVD. A banda imediatamente se dividiu entre os que queriam gravar antes e os que queriam gravar depois da tal parada. A maioria apostou na ideia de gravar antes. O show foi registrado e a banda se dispersou. Em 2013, nos juntamos novamente. Foi quando tiramos o DVD da gaveta e iniciamos o processo de edição. Três anos depois, aqui estamos nós. Nesse meio tempo, ainda produzimos duas músicas inéditas, o que ajudou na demora da finalização.

Malásia: Levou o tempo que achamos necessário para que ficasse bom.

 

TMDQA!: Que fase da carreira da banda aparece no DVD e como vocês enxergam esse registro de forma cronológica para a Ultramen?
Zé: Praticamente desde o inicio da banda. Tentamos incluir até uma das primeiras composições, de 1991, mas ela acabou ficando de fora.

Malásia: Abrange todas as fases e demos prioridade para as músicas que funcionavam bem ao vivo. A Ultramen sempre fez shows com boa resposta do público e faltava um registro ao vivo.

 

TMDQA!: O que mudou de lá pra cá na carreira da banda e na sonoridade de cada um dos músicos? A Ultramen está na estrada há muito tempo e o registro foi feito em um divisor de águas pro grupo, não?
Malásia: A Ultramen sempre teve a característica de agregar vários ritmos musicais. Não somos uma banda convencional de rock. Acredito que isso deu um grande vocabulário musical para todos os integrantes e tornou a banda capaz de se arriscar em termos de composição e produção. O registro foi feito em um momento em que a banda estava parando as atividades, mas dentro de nossa trajetória, estava em um momento muito bom. O fato de ter os dois guitarristas que gravaram todos os discos de estúdio tocando juntos foi um grande diferencial.

Pedro: Realmente é bastante tempo de estrada. Dá pra identificar muitas mudanças. Musicalmente, a mais drástica foi entre o inicio em 1991 e o lançamento do primeiro disco, em 1998: éramos um bando de guris que queriam tocar heavy metal, mas com uma estranha disposição pra misturar outros estilos. Depois nos transformamos em uma banda que gosta de misturar estilos, mas com uma estranha disposição pra tocar heavy metal de vez em quando. Essa é mais ou menos a definição da Ultramen até hoje.

Também acho que, felizmente, superamos a arrogância juvenil que tínhamos no início. Tínhamos uma atitude tipo “tá todo mundo errado, menos nós e os Beastie Boys”, que até pode ter um certo valor no início da carreira, mas também pode ser muito chato. Hoje, revendo alguns passos de 15 anos atrás, dá até vergonha. E quanto ao momento em que o DVD foi registrado, acredito que seja um grande divisor, sim.

Até 2008, a Ultramen era o centro da vida de todos os integrantes. Vivíamos pra banda, e cada minuto investido valeu a pena. Olhar pra tudo que fizemos até aquele momento dá muito orgulho. E com certeza ainda temos muita música pra produzir juntos, mas a partir do momento em que nos reunimos, em 2013, o sentimento em relação à banda mudou. Antes era o nosso dia a dia. Agora, com shows mais espaçados, cada evento tem um jeito de festa.

Em certa medida, recuperamos uma alegria de tocar juntos que já tinha ficado um pouco apagada. Hoje em dia, eu vejo a Ultramen como uma banda que sente grande prazer em manter-se unida, mas ainda procura uma maneira de organizar-se sem sacrificar outras esferas importantes da vida de cada um.

 

TMDQA!: O DVD será lançado pela gravadora HBB, um dos nomes fortes do independente e talvez um dos maiores selos underground do país. Como surgiu essa parceria?
Malásia: Conhecemos o trabalho do selo com a Bidê ou Balde e outras bandas que gostamos. Quando surgiu o convite, achamos interessante lançar por um selo que tem credibilidade e com quem temos um bom diálogo.

TMDQA!: O que vocês podem nos falar a respeito de “Robot Baby”, faixa bônus que estamos estreando hoje? Como surgiu a sua gravação e como ela foi parar nos extras do DVD?
Pedro: Desde que nos reunimos novamente, já existia a vontade de produzir material novo. “Robot Baby” foi a primeira música que surgiu. Tonho trouxe a ideia já bem formatada naquele clima funk-soul-futurista-retrô. A gente deu uma trabalhada nos arranjos e na estrutura da música. Além dessa faixa, tem mais umas 5 ou 6 inéditas em que estamos trabalhando. Começamos a gravar uma demo e acabamos aproveitando a bateria e o baixo pra terminar a versão definitiva da música.

 

TMDQA!: Vocês têm mais discos que amigos?
Zé: Eu tenho.

Malásia: Vendi quase todo meu acervo de vinil e CD. Atualmente, tenho mais livros amigos do que discos, e mais amigos do que ambos.

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