John Feldmann

A carreira de um músico pode tomar várias formas ao longo dos anos. Há quem mantenha uma só banda e encontre sucesso com ela por muito tempo; projetos paralelos não são incomuns, no entanto, e muitos se descobrem verdadeiros empresários – assinando linhas de roupas, criando selos próprios, e até partindo para o mundo da gastronomia com o próprio café ou pimenta.

Mas uma das alternativas mais subestimadas ainda envolve o estúdio e a produção de discos – só passando a envolver o lado mais burocrático do processo. O produtor e o engenheiro de som têm papel tão importante quanto os próprios músicos na criação de um álbum, podendo alçá-lo a novos patamares de popularidade ou comprometê-lo completamente.

Chegamos, então, ao nosso ‘perfilado’: John Feldmann é referência nas três áreas. Além de líder do Goldfinger, um dos ícones do ska-punk dos anos 90, ele é dono de currículo invejável à frente dos computadores e equalizadores. Seus mais de 20 anos de carreira também o qualificam como compositor, sendo responsável por inúmeros hits e milhões de singles vendidos.

Selecionamos 15 discos com os quais John se envolveu e deixou sua marca. De Ashlee Simpson Blink-182, passando por Black Veil Brides Panic! at the Disco, você vai perceber que já ouviu muito mais trabalhos desse verdadeiro visionário do que imaginava. 

11. Goldfinger – Goldfinger (1996)

O primeiro trabalho significante de John Feldmann foi justamente com sua banda. O álbum de estreia do quarteto californiano se tornou um clássico do ska-punk, e o single “Here In Your Bedroom” chegou a estar entre as 50 músicas mais tocadas nas rádios norte-americanas.

Goldfinger atingiu o disco de ouro no Canadá em 2002, pela venda de 50 mil cópias naquele país, e segue como o trabalho mais popular da banda.

22. Mest – Wasting Time (2000)

Wasting Time é o segundo álbum da banda de pop-punk Mest, e o primeiro a ser lançado por uma grande gravadora, a finada Maverick – fundada por ninguém menos que Madonna.

O disco também angariou uma base sólida de fãs na cena alternativa, vendendo mais de 500 mil cópias ao redor do mundo, e a banda participou de duas edições da Warped Tour, além de sair em turnê com o próprio Goldfinger em 2002.

33. Good Charlotte – The Young and the Hopeless (2002)

Este é, de longe, o disco mais bem sucedido tanto do Good Charlotte quanto de John Feldmann como produtor. Embora a banda nunca tenha conseguido fugir das críticas, The Young and the Hopeless levou o grupo a níveis inimagináveis de sucesso e deu o pontapé inicial para a explosão da cena emo, repleta de delineadores nos olhos e letras emocionais sobre ser um jovem incompreendido.

Além de co-produtor, John ajudou a compor o hit “The Anthem”. O álbum já vendeu cerca de 4 milhões de cópias nos Estados Unidos.

44. The Used – The Used (2002)

No mesmo ano, John produziu outro clássico da cena alternativa. O disco de estreia do The Used também ajudou a alavancar a onda emo e screamo, com bandas como Escape the Fate Crown the Empire citando a obra entre suas maiores influências.

The Used recebeu o disco de ouro nos Estados Unidos, Canadá, e Austrália.

55. Story of the Year – Page Avenue (2003)

Outro disco a receber certificado de ouro nos Estados Unidos foi Page Avenue, do Story of the Year. Lançado pela Maverick, contou com os hits “Until the Day I Die” e “Anthem of Our Dying Day”, e a banda foi figurinha carimbada na Warped Tour ao longo da década passada.

John Feldmann, além de produtor, também teve participação especial em “Falling Down”, a faixa de encerramento do álbum.

66. Hilary Duff – Most Wanted (2005)

Pois é, amigo. Achou que o cara ia ficar só no lado punk da coisa?

Hilary Duff, na época com 16 anos, namorava Joel Madden (Good Charlotte), de 25, e o casal se uniu ao irmão Benji Madden e a John Feldmann para compor as três faixas inéditas da compilação Most Wanted: “Break My Heart”, “Piece of My Heart”, e o sucesso “Wake Up”. 

O álbum recebeu críticas negativas tanto pela parte musical quanto pela própria existência, considerada desnecessária, visto que os dois álbuns de estúdio que Hilary possuía na época eram muito pouco para justificar uma compilação de sucessos. John, claro, não deve ter ficado nem um pouco abalado – as mais de 1 milhão de cópias vendidas com certeza o confortaram.

77. Atreyu – Lead Sails Paper Anchor (2007)

Voltando à produção de rock, John ficou encarregado do quarto álbum de estúdio da banda de post-hardcore Atreyu. Em Lead Sails Paper Anchor, o produtor pôde demonstrar sua influência, afastando o som da banda do metalcore e trazendo elementos mais acessíveis.

Como era de se esperar, o disco elevou o Atreyu a um novo patamar, alcançando o topo das paradas de álbuns de rock e o top 10 da Billboard 200.

88. The Veronicas – Hook Me Up (2007)

As irmãs australianas confiaram em John Feldmann para uma série de tarefas durante a produção de Hook Me Up. Além de ajudar a compor a faixa “I Don’t Wanna Wait”, ele tocou guitarra, baixo, percussão, teclado, fez arranjo de cordas, mixou e produziu.

Deu certo: o disco foi um sucesso no país natal das gêmeas e teve seus singles tocados ao redor do mundo todo.

99. Saosin – In Search of Solid Ground (2009)


A banda de post-hardcore, na época liderada por Cove Reber, se firmou como um dos bons nomes da cena com o disco de estreia em 2006. Três anos depois, In Search of Solid Ground tinha tudo para consolidá-la na linha de frente do gênero, alcançando o top 20 da Billboard e levando o grupo a rodar o mundo se apresentando.

No entanto, Cove saiu da banda e o Saosin entrou em hiato, voltando apenas neste ano com o vocalista original, Anthony Green, e o disco Along the Shadow. O álbum anterior ainda é reconhecido pelo trabalho de produção de John em parceria com Butch Walker.

1010. Foxy Shazam – Foxy Shazam (2010)

O terceiro álbum da banda de glam rock é, provavelmente, o mais elogiado dentre os que contaram com a produção de John Feldmann.

Vale lembrar, porém, que ele teve a ajuda de Rob Cavallo para produzir o disco, dito como o último grande álbum da banda – os últimos dois lançamentos não tiveram o mesmo impacto positivo.

1111. Panic! at the Disco: Vices & Virtues (2011)

O Panic! at the Disco passou por uma ascensão meteórica na carreira a partir do momento em que lançou seu single de estreia, “I Write Sins Not Tragedies”, e o disco A Fever You Can’t Sweat Out. Depois do conturbado Pretty. Odd., o resto da banda deixou o vocalista Brendon Urie e o baterista Spencer Smith, que se uniram a John Feldmann e Butch Walker (reeditando a parceria do segundo álbum do Saosin) em Vices & Virtues.

O álbum segue como o menos bem sucedido do Panic!, que voltou recentemente aos holofotes com discos completamente voltados ao pop, mas é um dos mais elogiados pela crítica e conta com um carinho especial por parte dos fãs.

1212. Black Veil Brides – Wretched and Divine: The Story of the Wild Ones (2013)

Outro álbum que divide opiniões, o terceiro disco do Black Veil Brides também contou com produção de John Feldmann e vendeu mais de 200 mil cópias nos Estados Unidos.

A banda, conhecida por sua estética inspirada em bandas como Kiss e Motley Crüe, é liderada por Andy Biersack, que continuou trabalhando com John e lançou um álbum solo em maio deste ano.

1313. 5 Seconds of Summer – 5 Seconds of Summer (2014)

A última grande participação de John no mainstream foi o álbum de estreia do 5 Seconds of Summer. A banda de pop rock australiana surgiu após covers bem sucedidos no YouTube e o apadrinhamento do One Direction.

5 Seconds of Summer recebeu inúmeras certificações ao redor do mundo, incluindo o disco de ouro no Brasil após a venda de 40 mil cópias.

1414. All Time Low – Future Hearts (2015)

Antes do 5 Seconds of Summer, o All Time Low vinha fazendo o pop rock mais acessível. A banda norte-americana colocou a ‘cena néon’ nos holofotes em 2007, com o agitado e colorido So Wrong, It’s Right.

Em 2015, se uniu a John no disco Future Hearts, que deu à banda sua maior semana de vendas e o topo da parada de álbuns dos Estados Unidos, mesmo estando na independente Hopeless Records.

1515. Blink-182 – California (2016)

E como não poderia deixar de aparecer, a empreitada mais recente de John como produtor é California, o tão esperado oitavo álbum de estúdio do Blink-182, agora com Matt Skiba nos vocais e guitarra.

John produziu, ajudou a compor, e foi um verdadeiro mentor para Mark, Matt e Travis – fazendo-os descartar todas as 30 músicas que haviam escrito antes de convocarem o produtor.

O resultado? #1 da Billboard 200 com 186 mil cópias vendidas, superando o antecessor Neighborhoods, de 2011, e uma turnê por arenas norte-americanas que começou no último dia 21 e só terminará em outubro.

 

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