Hateen - Não Vai Mais Ter Tristeza Aqui

A icônica banda brasileira Hateen está lançando hoje nas plataformas digitais um novo disco de estúdio chamado Não Vai Mais Ter Tristeza Aqui, o primeiro desde Obrigado Tempestade, de 2011.

O disco, que sai em parceria entre Deck e HBB, tem participações de Rodrigo Lima (Dead Fish) e Dani Vellocet, e hoje nós publicamos aqui um faixa-a-faixa exclusivo sobre cada uma das canções do álbum, com comentários do vocalista Koala.

Divirta-se!

 

1 – Não Vai Mais Ter Tristeza Aqui

Essa foi uma das últimas faixas feitas para o disco. Nem imaginávamos que seria o nome do álbum e que através dela todo contexto seria criado. Busquei falar um pouco sobre a sensação de poder subir em um palco, fazer um show e exorcizar meus demônios, minhas tristezas e preocupações. É uma canção de libertação das coisas que me deixam triste.

2 – Coração de Plástico

Essa surgiu numa versão acústica, em meados de 2014. Primeiramente, era uma música que cheguei a oferecer ao CPM22 para eles gravarem no disco acústico deles, mas por algum motivo (acho que eles já tinham fechado o repertório, algo assim), não rolou. Depois disso já sabíamos que iria para o nosso disco novo. No disco optamos por uma roupagem mais Punk Rock, sem os violões. A música fala sobre os sentimentos cada vez mais superficiais das pessoas no mundo moderno.

3 – Perdendo o Controle

Essa música fala sobre Síndrome do Pânico. Uma doença ainda muito pouco conhecida, que surge da ansiedade extrema, e que infelizmente/felizmente me atormenta já há algum tempo. É a mais pesada do disco e não à toa, que convidei o cara mais foda do hardcore, Rodrigo (Dead Fish) pra cantar junto comigo. Somos muito fãs dessa banda maravilhosa. Queria que a música transmitisse um pouco do sentimento de perder o controle sobre a racionalidade dos sentimentos, que é como em sinto quando tenho uma crise de ansiedade. Para todos aqueles que sofrem ou já sofreram desse mal, poderem gritar junto e extravasar toda angústia que o “mal invisível” pode proporcionar.

4 – Sempre

O nome provisório dessa música nos ensaios era “1979”, pois ela nos remetia à música com mesmo nome do Smashing Pumpkins, banda que adoramos.

Porém ela foi ficando cada vez mais pesada, com riffs de guitarra bem marcantes, e se transformou em outra coisa, algo diferente e forte. A letra fala de superação, sobre acreditar que as coisas sempre vão existir, sejam boas ou ruins, queira você, ou não. Aceitar.

5 – Passa o Tempo

Música escolhida como primeiro single do disco, e que tive o prazer de dividir os vocais com a talentosíssima Dani Vellocet (guardem esse nome, vocês ainda vão ouvir falar muito dela). Fala sobre separação. Sobre querer estar junto e não poder mais. Um arranjo simples que privilegia a letra em todos os momentos e coloca as 2 vozes, fazendo um verdadeiro desabafo sobre não estarem juntos.

6 – 12 Passos

Solidão e alcoolismo andam de mãos dadas e são o tema aqui. O nome “12 passos” se deve ao Programa 12 passos para a sobriedade do AA. Sobre sair, encher a cara, e não saber o que está acontecendo na sua vida. Tive uma vida recente regada à muita bebida e vivi esse momento várias vezes, daí surgiu a letra.

Hoje bebo muito pouco,comparado há alguns anos onde cheguei a beber garrafas por dia. Beber sim, morrer bebendo, não.

7 – Um Homem Que Não Tem Pra Onde Ir

Todos na banda já são, ou estão prestes a se tornarem pais. Isso me fez refletir como é difícil quando não se tem nada na vida, ”um abraço pra voltar”, e quantas vezes eu fui essa pessoa. A música é sobre crescimento pessoal e espiritual. Maturidade após os 30.

8 – Um Novo Dia Sem Você

Seguir em frente, dia após dia. Não é isso que fazemos sem perceber? Essa música tem um estilo mais melódico, refrão rápido e daqueles que grudam na cabeça. Sobre o fim de um relacionamento longo, e como a gente se esquece de tudo, de uma hora pra outra. É a vida fazendo seu papel de cicatrizar as feridas com o tempo.

9 – Perfeitamente Imperfeito

Todos somos perfeitos, mesmo em nossas imperfeições. Aos autistas, os portadores de síndrome de down, todos que são diariamente julgados pela sociedade como “imperfeitos”.

Sempre disse que minha música era para as pessoas que se sentiam desajustadas no mundo, perdidas ou que tinham problema. É a letra que mais gosto no disco, me dá calafrios. Espero que as pessoas gostem. Pra mim já é meu hino pessoal de sobrevivência.

10 – Nada A Perder

Música antiga, que ganhou uma roupagem nova. Poderia ter sido gravada no disco anterior Obrigado Tempestade, porém os arranjos não estavam bem definidos na época, e acabaram não nos agradando.

Com mais tempo, pudemos experimentar um pouco mais, e chegamos no resultado que queríamos. O nome dela nos ensaios era apenas “Foo Fita”, referência à outra grande banda que amamos, os Foo Fighters.

Acho sim, que ela tem um pouco desse clima dos Foo Fighters, de rockão pra cima, com letra sobre viver intensamente, e nunca se arrepender do que faz, pois tudo passa num piscar de olhos.

11 – Deixe a Cidade Toda Saber

Outra que quase entrou no Obrigado Tempestade, mas era muito diferente na época, e não gostávamos dos arranjos o suficiente. Na verdade ela amadureceu um bocado para ser o que é hoje.

Fala sobre retomar a vida, após o fim de um relacionamento, e viver. Falamos muito sobre esse lance de superação, eu sei, acho que somos muito focados em passar uma energia positiva nas músicas, mesmo as mais tristes, tendem a levar ao caminho do “tudo vai acabar bem”.

Eu simplesmente adoro os arranjos dessa música, me lembra muito as bandas dos anos 90 que tanto amamos.

12 – Despedida (em dó menor)

Após a passagem da mãe de um grande amigo nosso, ele me disse que gostaria de escrever uma música para ela. Juntos, sentamos e escrevemos a letra, fiz a melodia, e pronto, estava feita a música perfeita para encerrar esse disco.

Uma música triste, mas com a emoção de uma despedida forçada, com passagens orquestradas e um longo solo de guitarra, onde procurei transmitir o máximo de emoção. Aproveite a vida e se lembre sempre “Saudade é o amor de quem fica aqui sentindo a sua falta”.

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