7. Tudo ao Mesmo Tempo Agora (1991)

Duelo de Titãs: A Discografia da Melhor Banda de Todos Os Tempos da Última Semana, do pior ao melhor álbum

A partir daqui as decisões de ordem começam a ficar complicadas nessa contagem regressiva.

Sem ninguém para impedir a sujeira nas letras e no som, já que a produção do álbum foi dos próprios Titãs, Tudo ao Mesmo Tempo Agora (último de Arnaldo Antunes com o grupo) chega a soar meio exagerado em certas partes, mas conta com uma excelente abertura (“Clitóris“, que por sinal é animal ao vivo, com Paulo Miklos sempre destruindo na performance vocal) e reforça o rock de letras minimalistas que só a banda sabe fazer.

Alguns versos presentes nas músicas, como “A cabeça do pau/Faz esporra de leite/Pra tomar de manhã/No café da manhã” (em “Isso para Mim É Perfume“) assustaram o público e o trabalho vendeu bem menos que seus três predecessores. Ainda assim, é um belo exemplar de disco de rock cru e barulhento.

 

6. Domingo (1995)

Duelo de Titãs: A Discografia da Melhor Banda de Todos Os Tempos da Última Semana, do pior ao melhor álbum

Domingo resgatou a essência pop presente nos primeiros dois trabalhos dos Titãs, sem perder a consistência. Menos pesado (só um pouquinho menos), mas igualmente competente na execução do rock and roll, o disco colocou a banda novamente na crista da onda da popularidade.

Como de costume, a abertura é sensacional (“Eu Não Aguento“, composta pela banda Tiroteio e com introdução de “Sangue Latino”). Além de “Domingo“, faixas menos populares como “Tudo O Que Você Quiser“, “Tudo em Dia“, “Ridi Pagliaccio“, “Turnê” e “Uns Iguais aos Outros” merecem atenção.

O trabalho é o preferido do produtor Jack Endino.

 

5. Nheengatu (2014)

Duelo de Titãs: A Discografia da Melhor Banda de Todos Os Tempos da Última Semana, do pior ao melhor álbum

Com metade de seu contingente, os Titãs arrebentaram em Nheengatu, superando todas as expectativas. O disco é pesado, com letras fortes e cheio de palavrões, fruto de tudo o que o grupo revisitou durante os cinco anos sem gravar em estúdio (quando lançou Titãs e Xutos & Pontapés Ao Vivo no Rock in Rio 2011 e Cabeça Dinossauro ao Vivo 2012, focando em ambos quase que inteiramente no que havia de mais punk na carreira da banda).

Sérgio Britto berrou brilhantemente em “Fala, Renata” e Branco Mello surtou como em seus melhores tempos nas músicas “República dos Bananas” (composta tendo como base parte da obra do genial quadrinista Angeli), “Chegada ao Brasil” e “Canalha“. Bravo!

4. Õ Blésq Blom (1989)

Duelo de Titãs: A Discografia da Melhor Banda de Todos Os Tempos da Última Semana, do pior ao melhor álbum

Esse é o favorito de muita gente. Na época os Titãs eram mais populares que qualquer outra banda brasileira e aumentando novamente os elementos eletrônicos e o volume do baixo, o grupo foi mais pop sem deixar de ser rock.

Trazer a dupla de repentistas pernambucanos Mauro e Quitéria pra abrir e fechar o álbum foi uma maluquice genial que encaixou perfeitamente no perfil do disco. A transição de “Natureza Morta” para o riff icônico da mórbida “Flores” seria o melhor momento do trabalho, não fosse “O Pulso” roubar a cena na sequência. Mais um ponto pra produção de Liminha, que fez por merecer a sua alcunha de nono titã.

 

3. Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas (1987)

Duelo de Titãs: A Discografia da Melhor Banda de Todos Os Tempos da Última Semana, do pior ao melhor álbum

Um verdadeiro pecado colocar este álbum na terceira posição. Em seu quarto disco de estúdio, os Titãs apresentaram um entrosamento impecável. Mantendo o peso de Cabeça Dinossauro e adicionando elementos eletrônicos, a quase perfeição de Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas se deve muito ao fato das “podadas” cirúrgicas do produtor Liminha (veja abaixo).

A dobradinha “Todo Mundo Quer Amor“/”Comida” cantada por Arnaldo Antunes e as épicas “Corações e Mentes” (“Às vezes acho que te amo/Às vezes acho que é só sexo”), “Diversão” (talvez a melhor música da banda) e “Violência” (esta última presente na versão em CD do trabalho) só faziam crescer a fama do grupo, que aproveitou o sucesso para gravar seu primeiro registro ao vivo logo em seguida (Go Back, de 1988).

 

2. Titanomaquia (1993)

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O disco mais pesado de todos e o primeiro da banda sem Arnaldo Antunes não costuma ser tão reconhecido quanto os registros gravados entre 1986 e 1989. Todavia, em Titanomaquia os Titãs abraçaram um hard rock sinistro, sobrecarregado, tenso e nervoso. Claro que teve muito da produção de Jack Endino, que veio de Seattle tendo no currículo trabalhos com o Soundgarden, Mudhoney e Nirvana. Endino, que viria a produzir mais 3 álbuns de estúdio com o grupo, é a segunda figura mais importante na história do então septeto, sem evidentemente considerar os integrantes.

Performances surtadas de Branco Mello (“Estados Alterados da Mente”, “Dissertação do Papa Sobre O Crime Seguida de Orgia”), Paulo Miklos (“Disneylândia”, “A Verdadeira Mary Poppins”) e dos guitarristas Marcelo Fromer e Tony Bellotto (em especial na faixa “Tempo pra Gastar”) dão o tom do disco, que não tem nenhuma grande música de sucesso entre as conhecidas do público geral.

 

1. Cabeça Dinossauro (1986)

Duelo de Titãs: A Discografia da Melhor Banda de Todos Os Tempos da Última Semana, do pior ao melhor álbum

Sem hipocrisia. Tem que ser muito diferentão pra falar que Cabeça Dinossauro não é a obra-prima máxima dos Titãs. O álbum é um dos melhores (senão o melhor) do rock brasileiro e um dos mais importantes da música nacional, ponto.

Tudo o que for falado sobre o terceiro disco do grupo provavelmente já foi dito, mas vale ressaltar que o trabalho foi o primeiro com o dedo de Liminha na produção (e também nas guitarras, percussão, bateria eletrônica…). Desde a capa com o homem urrando, passando pelas 13 destrutivas e emblemáticas faixas (11 delas tocaram nas rádios!), ficavam visíveis os novos rumos tomados pela banda, influenciada pelo punk e o funk rock.

Como é impossível escolher só um ou dois destaques, fica aqui a curiosidade (que o mundo inteiro já sabe) de que “Polícia“, cantada (ou seria gritada?) por Sérgio Britto (que também mandou muito bem nos agudos em “AA UU“) e composta pelo guitarrista Tony Bellotto (melhor composição do cara) resultou da revolta de Bellotto por sua prisão, juntamente com Arnaldo Antunes, por posse de heroína. Na época a indignação virava arte e não xingamentos semi-politizados vomitados de qualquer forma em redes sociais.

Em plenos anos 80, os Titãs não apenas lançavam como atingiam posições de destaque nas paradas e tocavam em programas de televisão músicas cheias de conteúdo e protesto como a já citada acima, “Homem Primata”, “Igreja” e “Bichos Escrotos”.

Consegue imaginar isso hoje em dia?

 

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